Monday, February 7, 2011
LXVIII - (Re)leituras - Cristianismo Libertador - Religião e Política em Leonardo Boff, de Rodrigo Marcos de Jesus, por André Bandeira
Eis aqui uma boa introdução ou linha de orientação para quem quer conhecer Leonardo Boff, este filósofo e teólogo brasileiro associado à Teologia da Libertação. Trata-se de uma Tese de Mestrado, naquela que alguns consideram a melhor Faculdade de Filosofia do Brasil, a FAJE. O livro termina com uma entrevista a Leonardo Boff, da qual, registo ele se considerar como influenciado pela Escola de Frankfurt e por Heidegger. Registo também que, em relação à «Teologia da Libertação», o autor considera Paulo Freire como percursor e Henrique de Lima Vaz, Vieira Pinto e o peruano Gutiérrez, como seus representantes. Já Leonardo Boff considera que Lima Vaz foi mais crítico que apoiante, devido ao seu hegelianismo, o qual se distanciou da urgência sinalizada na dialéctica do oprimido,de Marx, parte do equipamento dos teólogos da libertação, na análise responsável da realidade. De Boff, há muito para ler, sobretudo na sua mais recente formulação de uma «eco-teologia da Libertação». Do autor, há, a meu ver, que reparar num certo generalismo de termos político-filosóficos que funcionarão para os seguidores e para as pessoas associadas a um certa evolução recente da América Latina (reparei também na distinção feita entre América Latina e Brasil, que me pareceu mais que retórica)apesar do Glossário final. Apliquemos o que li. Boff diz, no fim, que Jesus vai e vai ressuscitando mais, de cada vez que seus irmãos e irmãs, vão ganhamdo vida e liberdade. Infelizmente, isto tem uma aplicação imediata: demagógica ou precipitada. A concepção de liberdade, em Boff, é uma abertura do Homem a «Tudo». Já sabemos que o conceito de «Tudo» é volátil e secundário, se não mesmo arisco, ao contrário do de «Todo». Porque não uma liberdade feita dum mergulho na Realidade, onde Espírito e Matéria se consubstancializam? Porque não uma Libertas mais prudente e menos deslumbrada pela libertação da Cristandade em relação ao Estado, como era a Humanitas clássica? Eu respondo porquê: porque o ofício de filósofo, numa época de exagero de comunicação, tem de ser revisto. Proponho em vez de um filósofo-político ou filósofo-teólogo, um filósofo-médico. Ou um filósofo-engenheiro, de entre os refugiados duma elaborada mina de pensamento que desabou, com fragor.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment