Acredito que o céu romperá amanhã. Com o Sol. Acredito que, no fim dos tempos, nem um cabelo da nossa cabeça se perderá, nem a do monge que não tem cabelo, nem dentes. E sorri ainda. Acredito que o homem que sofre hoje nos hospital, com a Morte no sangue descendo como uma canoa no Nilo, em direcção ao seu porto, sofre porque vale a pena. Para que os Anjos cantem em côro, na Madrugada e no Crepúsculo. Acredito que a Pobre Gisberta morreu num poço por todos nós e que os moços que a mataram, (eram treze) vencerão a sua dor de vergonha que lhes velará o Sol por muito tempo.
Acredito que no meio da dor, sejam culpados ou inocentes quem a provocou, um Anjo poderoso, um pássqro gigantesco como Maiastra dos Romenos, cobrirá o céu e nos dará um segundo para pensarmos. Bendita sejas Condoleezza Rice por seres mulher, e por seres Negra porque ser Negro é belo. E só uma mulher negra perceberia isso. Por te terem assassinado uma amiguinha quando eras nova, com uma bomba da Ku Klux Klan te lembrarás que os inocentes têm um lugar no céu e nós cá na terra sempre tristes. Que o barco negreiro perdido no mar, chegou a algum sítio e que Zombie e António Conselheiro vencerão os colorados federais, porque a eles vieram os guerreiros de El-Rei S. Sebastião, saídos do mar nas suas armaduras de coral. E que eles não combatem com armas mas com tsunamis perfumados de mar azul onde espumam flores. Acredito que só na Tristeza a Fatalidade se repete, seja em Qana ou onde for . E que haverá um Armistício e que o fantasma de Raúl Indipwo aparecerá cantando que os « Homens fizeram uma acordo final… ». Acredito no Amor e que na Dor aprendemos alguma coisa, e que todos estes inocentes mortos não morreram em vão e que o Amor maior que os aguarda a todos os inocentes, que caíram neste montes de Torres Gémeas e de betão no Sul do Libano, é um Amor que não morre. E que ele aí vem, como os assobios dos companheiros de Robin, na floresta, como a voz de mulher que chama Januszick, o lôbo bandido da floresta . Como os fora-da-lei dos pântanos de Hebei. Como o canto do Muezzin que chama os fiéis da Paz, como o galo negro que anuncia o Sol, como o velho cantor de blues que olha em silêncio a plateia e, no silêncio, a sua mão desce em chuva sobre o rio das cordas, como o melodia feminina, de mãe, de irmã, de amor que senti hoje, pela primeira vez, na tua voz, Condie…
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment