Friday, July 28, 2006

Blogs e Livro

Recuperando tempo perdido, adicionamos blogs que têm dialogado aqui no Duas Cidades. Viva a Liberdade Digital!

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E agora o livro
“Salazar e a Rainha” (D. Amélia), de Fernando Amaro Monteiro, foi lançado no passado 6 de Julho na SHIP, em Lisboa, com umas 200 pessoas na assistência, uma apresentação do livro escrita - e melhor declamada - por Carlos Pinto Coelho, um improviso fantástico de Dom Duarte de Bragança sobre o autor e palavras de um editor malcriado que afirmou “também era autor”. O autor, do alto dos seus de 72 anos de envolvimento na acção monárquica, em que avulta a Revolta da Sé, em 1959 soube responder de luva branca ao dislate e contou com simplicidade a sua história.
A pesquisa nos Arquivos Salazar na ANTT de abundante correspondência trocada, permitiu a Amaro Monteiro um contributo sério para a história dos movimentos monárquicos na I República e a II até 1950. È uma história edificante pelos que resistiram e pelos que traíram. Ficam retratos dos dirigentes monárquicos que abdicaram, Lugares-Tenentes de D. Manuel II e de D. Duarte Nuno de Bragança.
Amaro Monteiro prova que Salazar impediu a restauração monárquica de um modo muito sui generis resultante do espantoso faro político para liquidar a tradição com gestos de deferência. Manipulou tudo e a história da Causa Monárquica é sobretudo a de uma abdicação dos monárquicos perante o Estado Novo. A sua vocação seria a de "primeiro-ministro de um rei absoluto" o que nem D. Manuel II nem D. Duarte Nuno aceitariam. Amaro Monteiro resume bem: os lugares tenentes da Causa representavam Salazar junto ao Rei e não este junto aos monárquicos.
Uma particularidade do livro é o contributo para a história do regicídio, aliás nas primeiras páginas. Em resultado do pedido de Salazar ao ministro Santos Costa em 1953 sobre o famigerado processo do regicídio. Em resposta, o estudo de Rodrigues Cavalheiro, traça a síntese possível na época - mas que hoje conhecemos melhor - do que é talvez o mais importante processo de justiça portuguesa no século XX, completo na instrução mas nunca levado a juízo.
Esperemos pelo segundo volume sobre “Salazar e o Rei“ para o qual o autor tem particular autoridade para lembrar o episódio da frustrada proclamação de 1959 em que D. Duarte Nuno falaria das "liberdades públicas perante a força, a autoridade e as largas funções que caracterizam o Estado Moderno".

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