
Friday, June 29, 2007
Portugalinho
Tuesday, June 26, 2007
Mais imigração de sucesso
Ajude a parar um escândalo!

Este Edifício Histórico está localizado no centro da cidade de Sevilha, ao lado do Hotel Alfonso XIII, um dos melhores de Espanha e é cobiçado por grandes interesses espanhóis e internacionais. Nós que o temos na mão, por direito, decidimos abandoná-lo.
Será que, decididamente, preferimos acabar com todos os símbolos nacionais? Como este que a Espanha nos cedeu gratuitamente há quase um século, no centro de uma das suas mais importantes e bonitas cidades?
Um Consulado não se mede só pelos serviços que presta. Conta por ser uma presença de um País numa cidade amiga. Uma cidade onde trabalham Portugueses, onde estudam Portugueses, onde se ensina o Português a centenas de estudantes espanhóis. Uma cidade Amiga. Por isso e por estar num Edifício Histórico Português, pode ser também uma Referência da Cultura Portuguesa, a melhor Marca de Portugal. Em Espanha.
Todo o Português que vai a Sevilha se orgulha de ver o seu País, a sua Imagem, o seu Símbolo no centro da Cidade-Monumento.
Provavelmente veremos em breve no seu interior uma delegação do "Gungenheim" ou do "Rainha Sofia". É que os Espanhóis tratam bem o que têm.
Denuncie esta situação aos seus amigos. E se conhecer o Presidente da República, ou o Primeiro-Ministro envie-lhes também. Para que não digam que o Povo não os avisou. Não envie é para Amigos Espanhóis. Por vergonha.
Grupo Promotor doCírculo de Portugal em Sevilha
Ajude a parar um escândalo!

Este Edifício Histórico está localizado no centro da cidade de Sevilha, ao lado do Hotel Alfonso XIII, um dos melhores de Espanha e é cobiçado por grandes interesses espanhóis e internacionais. Nós que o temos na mão, por direito, decidimos abandoná-lo.
Será que, decididamente, preferimos acabar com todos os símbolos nacionais? Como este que a Espanha nos cedeu gratuitamente há quase um século, no centro de uma das suas mais importantes e bonitas cidades?
Um Consulado não se mede só pelos serviços que presta. Conta por ser uma presença de um País numa cidade amiga. Uma cidade onde trabalham Portugueses, onde estudam Portugueses, onde se ensina o Português a centenas de estudantes espanhóis. Uma cidade Amiga. Por isso e por estar num Edifício Histórico Português, pode ser também uma Referência da Cultura Portuguesa, a melhor Marca de Portugal. Em Espanha.
Todo o Português que vai a Sevilha se orgulha de ver o seu País, a sua Imagem, o seu Símbolo no centro da Cidade-Monumento.
Provavelmente veremos em breve no seu interior uma delegação do "Gungenheim" ou do "Rainha Sofia". É que os Espanhóis tratam bem o que têm.
Denuncie esta situação aos seus amigos. E se conhecer o Presidente da República, ou o Primeiro-Ministro envie-lhes também. Para que não digam que o Povo não os avisou. Não envie é para Amigos Espanhóis. Por vergonha.
Grupo Promotor doCírculo de Portugal em Sevilha
Sunday, June 24, 2007
O efeito dominó
Em 11 de Junho, o ministro Mário Lino foi à Assembleia da República anunciar o congelamento durante seis meses da decisão sobre o Novo Aeroporto de Lisboa. Decerto tinha nos ouvidos a frase de James Bond, traduzida à sua maneira: “Jamais digas jamais”Ha quem veja neste recuo face à Ota uma manobra maquiavélica. De uma assentada, esvazia a polémica sobre o novo Aeroporto, evita que o assunto contamine a Presidência da União durante seis meses, retira aos partidos da oposição o controlo do debate, e adopta uma postura responsável face ao apelo formulado pelo Presidente da República. E como brinde, ainda diminui o desgaste da candidatura de António Costa a Lisboa.Se acrescentarmos que é o Laboratório Nacional de Engenharia Civil a avaliar o estudo de Alcochete e a Naer, a empresa responsável pelo desenvolvimento do novo aeroporto, a pagá-lo, ainda mais parece uma boa manobra para quem quiser t sustentar a Ota dentro de seis meses. O problema é que uma manobra só é boa ou má, por comparação com outras. E neste caso, depois da repulsa manifestada pelo país em nome do interesse nacional, o Governo não tinha outra decisão disponível. Pelo caminho, ficaram naturalmente muitas mensagens públicas e privadas, de muitos consórcios, grupos e personalidades. Houve muita manobras de desinformação que entretanto se foram anulando entre si, com pena dos adeptos das ‘teorias da conspiração’. Mas uma coisa ficou: o recuo de 11 de Junho foi uma vitória da cidadania que tornou evidente a fragilidade da opção pela Ota. Com a queda do “jamais” comecaram a cair por terra os argumentos de Mário Lino. O risco de perder os financiamentos europeus foi desmentido; e até chegaram argumentos de Bruxelas que a localização de Alcochete poderia gerar mais fundos. O atraso nas obras foi desmentido e confirmou-se que até se ganha dois anos pois na margem Sul não são necessários os trabalhos faraónicos de remoção de terras e construção sobre estacas. E o efeito de dominó continua. Ha quinze dias atrás, estudar outras hipóteses era muito caro. Mas depois de Rui Moreira, Presidente da Associacão Comercial do Porto, ter revelado que o estudo sobre Alcochete foi combinado com o primeiro-ministro, Mário Lino até aceitou estudar a Portela + 1. Assim, como defendem João Soares e os candidatos a Lisboa, até poderão vir a cair por terra muitas outras afirmações, como o esgotamento da Portela e os argumentos de segurança e ambientais para justificar o seu encerramento. Com tudo isto, ficam legitimados os argumentos dos especialistas que há dois anos vinham a defendem o cenário de manutenção da Portela, com um segundo aeroporto, que pode ser Alcochete, a crescer de forma modular e Montijo como solução provisória. A espectacular tomada de posição dos engenheiros do Técnico é uma óptima orientação.O melhoramento do Aeroporto da Portela que está em curso ate 2012 começa a recolher cada vez mais consensos. Todos os candidatos a Lisboa o defendem, com excepção de Antonio Costa. A transferência do AT1 de Figo Maduro para uma outra base militar na envolvente de Lisboa - Alverca ou Sintra – e o prolongamento para norte do taxiway nascente da pista 03/21; e deslocação desta pista 390 m para norte acaba com o problema de seguranca criado pelo atravessamento da pista e permitiria às aeronaves descolar a meio da pista alongada, poupando mais decibéis à cidade de Lisboa.Aumentam tambem em flecha as razões para adaptar a Base do Montijo a voos low-cost e charters do espaço Schengen. As instalações necessárias para quem vem da Europa Schengen são diminutas e qualquer turista será privilegiado em chegar a Lisboa, atravessando o Grande Estuário. Alem disso, os terrenos sao da Força Aérea, ou seja, o Estado tem uma boa solução anti-especulativa. A região metropolitana de Lisboa garantia assim um modelo aeroportuário suficientemente eficaz e competitivo para o mercado que temos (e que capta as low-cost) Richard de Neufville, especialista de MIT, veio a Lisboa dar este mesmo recado: adiar investimentos até a respectiva necessidade ser demonstrada. E toda a gente sabe que não há nada como um estrangeiro a falar para os provincianos ouvirem a razão já provada por nacionais.E finalmente, Alcochete. O estudo apresentado ao Governo vem confirmar que no campo de tiro de Alcochete – e o mesmo se poderia dizer de Faias, Rio Frio e Poceirão - há toda a conveniencia em implementar já em 2007 a reserva de terrenos com cerca de 6000 ha para um novo aeroporto, se o crescimento dos movimentos o exigir. A evolução mundial do tráfego aéreo, do preço do petróleo e dos fluxos turísticos dirão quando iniciar essa construção, de um modo faseado, pista a pista, criando um aeroporto definitivo a longo prazo com as infra-estruturas necessarias.Com tantos dominós a caírem, é caso para dizer que se deseja que no LNEC haja “especialistas no assunto”. A independência dos cientistas do LNEC será muito importante nesta fase.
O efeito dominó
Em 11 de Junho, o ministro Mário Lino foi à Assembleia da República anunciar o congelamento durante seis meses da decisão sobre o Novo Aeroporto de Lisboa. Decerto tinha nos ouvidos a frase de James Bond, traduzida à sua maneira: “Jamais digas jamais”Ha quem veja neste recuo face à Ota uma manobra maquiavélica. De uma assentada, esvazia a polémica sobre o novo Aeroporto, evita que o assunto contamine a Presidência da União durante seis meses, retira aos partidos da oposição o controlo do debate, e adopta uma postura responsável face ao apelo formulado pelo Presidente da República. E como brinde, ainda diminui o desgaste da candidatura de António Costa a Lisboa.Se acrescentarmos que é o Laboratório Nacional de Engenharia Civil a avaliar o estudo de Alcochete e a Naer, a empresa responsável pelo desenvolvimento do novo aeroporto, a pagá-lo, ainda mais parece uma boa manobra para quem quiser t sustentar a Ota dentro de seis meses. O problema é que uma manobra só é boa ou má, por comparação com outras. E neste caso, depois da repulsa manifestada pelo país em nome do interesse nacional, o Governo não tinha outra decisão disponível. Pelo caminho, ficaram naturalmente muitas mensagens públicas e privadas, de muitos consórcios, grupos e personalidades. Houve muita manobras de desinformação que entretanto se foram anulando entre si, com pena dos adeptos das ‘teorias da conspiração’. Mas uma coisa ficou: o recuo de 11 de Junho foi uma vitória da cidadania que tornou evidente a fragilidade da opção pela Ota. Com a queda do “jamais” comecaram a cair por terra os argumentos de Mário Lino. O risco de perder os financiamentos europeus foi desmentido; e até chegaram argumentos de Bruxelas que a localização de Alcochete poderia gerar mais fundos. O atraso nas obras foi desmentido e confirmou-se que até se ganha dois anos pois na margem Sul não são necessários os trabalhos faraónicos de remoção de terras e construção sobre estacas. E o efeito de dominó continua. Ha quinze dias atrás, estudar outras hipóteses era muito caro. Mas depois de Rui Moreira, Presidente da Associacão Comercial do Porto, ter revelado que o estudo sobre Alcochete foi combinado com o primeiro-ministro, Mário Lino até aceitou estudar a Portela + 1. Assim, como defendem João Soares e os candidatos a Lisboa, até poderão vir a cair por terra muitas outras afirmações, como o esgotamento da Portela e os argumentos de segurança e ambientais para justificar o seu encerramento. Com tudo isto, ficam legitimados os argumentos dos especialistas que há dois anos vinham a defendem o cenário de manutenção da Portela, com um segundo aeroporto, que pode ser Alcochete, a crescer de forma modular e Montijo como solução provisória. A espectacular tomada de posição dos engenheiros do Técnico é uma óptima orientação.O melhoramento do Aeroporto da Portela que está em curso ate 2012 começa a recolher cada vez mais consensos. Todos os candidatos a Lisboa o defendem, com excepção de Antonio Costa. A transferência do AT1 de Figo Maduro para uma outra base militar na envolvente de Lisboa - Alverca ou Sintra – e o prolongamento para norte do taxiway nascente da pista 03/21; e deslocação desta pista 390 m para norte acaba com o problema de seguranca criado pelo atravessamento da pista e permitiria às aeronaves descolar a meio da pista alongada, poupando mais decibéis à cidade de Lisboa.Aumentam tambem em flecha as razões para adaptar a Base do Montijo a voos low-cost e charters do espaço Schengen. As instalações necessárias para quem vem da Europa Schengen são diminutas e qualquer turista será privilegiado em chegar a Lisboa, atravessando o Grande Estuário. Alem disso, os terrenos sao da Força Aérea, ou seja, o Estado tem uma boa solução anti-especulativa. A região metropolitana de Lisboa garantia assim um modelo aeroportuário suficientemente eficaz e competitivo para o mercado que temos (e que capta as low-cost) Richard de Neufville, especialista de MIT, veio a Lisboa dar este mesmo recado: adiar investimentos até a respectiva necessidade ser demonstrada. E toda a gente sabe que não há nada como um estrangeiro a falar para os provincianos ouvirem a razão já provada por nacionais.E finalmente, Alcochete. O estudo apresentado ao Governo vem confirmar que no campo de tiro de Alcochete – e o mesmo se poderia dizer de Faias, Rio Frio e Poceirão - há toda a conveniencia em implementar já em 2007 a reserva de terrenos com cerca de 6000 ha para um novo aeroporto, se o crescimento dos movimentos o exigir. A evolução mundial do tráfego aéreo, do preço do petróleo e dos fluxos turísticos dirão quando iniciar essa construção, de um modo faseado, pista a pista, criando um aeroporto definitivo a longo prazo com as infra-estruturas necessarias.Com tantos dominós a caírem, é caso para dizer que se deseja que no LNEC haja “especialistas no assunto”. A independência dos cientistas do LNEC será muito importante nesta fase.
Wednesday, June 20, 2007
How war was turned into a brand in Israel
By: Naomi Klein - The Guardian
Date: 20-06-2007
Political chaos means Israel is booming like it's 1999 - and the boom is in defence
exports field-tested on Palestinians. Gaza in the hands of Hamas, with masked
militants sitting in the
president's chair; the West Bank on the edge; Israeli army camps
hastily assembled in the Golan Heights; a spy satellite over Iran and
Syria; war with Hizbullah a hair trigger away; a scandal-plagued
political class facing a total loss of public faith. At a glance,
things aren't going well for Israel. But here's a puzzle: why, in the
midst of such chaos and carnage, is the Israeli economy booming like
it's 1999, with a roaring stock market and growth rates nearing China's?
How war was turned into a brand in Israel
By: Naomi Klein - The Guardian
Date: 20-06-2007
Political chaos means Israel is booming like it's 1999 - and the boom is in defence
exports field-tested on Palestinians. Gaza in the hands of Hamas, with masked
militants sitting in the
president's chair; the West Bank on the edge; Israeli army camps
hastily assembled in the Golan Heights; a spy satellite over Iran and
Syria; war with Hizbullah a hair trigger away; a scandal-plagued
political class facing a total loss of public faith. At a glance,
things aren't going well for Israel. But here's a puzzle: why, in the
midst of such chaos and carnage, is the Israeli economy booming like
it's 1999, with a roaring stock market and growth rates nearing China's?
Tuesday, June 19, 2007
O Zé que faz falta!

Este é o Zé que faz falta!
Não é o Zé que atrasa obras no centro de Lisboa durante anos.
Não é o Zé que aumenta o custo de túneis em milhões pagos pelos contribuintes.
Não é o Zé que anda envolvido em negociatas com a Bragaparques.
Não é o Zé que reclama contra os acessores mas que tem 11 ao seu serviço.
Não é o Zé que custa milhões de euros por mês à Câmara de Lisboa.
Não é o Zé do partido que fala da corrupção mas que tem todos os autarcas com processos.
Não é o Zé da maçonaria, das salas de chuto, do lobby-gay, dos gangues étnicos, e das china-towns.
Este é o José Pinto-Coelho, aquele que vai acabar com os tachos e panelas!
Este é o candidato que realmente faz falta!

O melhor da America - cartas de jogar para soldados com mensagens para proteger a arqueologia!

The cards are also part of a larger archaeology awareness program for soldiers preparing for deployment at Fort Drum, New York. The goal, says Fort Drum archaeologist Laurie Rush, is twofold: to prevent unnecessary damage to ancient sites and to stem the illegal trade of artifacts in Iraq. By familiarizing troops with specific historical objects and sites, Rush hopes that they will know what to avoid when it comes to bivouacking or setting up gun installations. "Most troops are honorable people who want to do the right thing," says Rush. "But we're not naive. Damage to sites in this conflict is enormous."
The military has long recognized that educational playing cards are a good way to capitalize on the time soldiers spend waiting for orders; during World War II, cards were issued with silhouettes of Allied and Axis fighter planes. In the archaeology deck, each suit has a theme: diamonds for artifacts, spades for digs, hearts for "winning hearts and minds," and clubs for heritage preservation.
O melhor da America - cartas de jogar para soldados com mensagens para proteger a arqueologia!

The cards are also part of a larger archaeology awareness program for soldiers preparing for deployment at Fort Drum, New York. The goal, says Fort Drum archaeologist Laurie Rush, is twofold: to prevent unnecessary damage to ancient sites and to stem the illegal trade of artifacts in Iraq. By familiarizing troops with specific historical objects and sites, Rush hopes that they will know what to avoid when it comes to bivouacking or setting up gun installations. "Most troops are honorable people who want to do the right thing," says Rush. "But we're not naive. Damage to sites in this conflict is enormous."
The military has long recognized that educational playing cards are a good way to capitalize on the time soldiers spend waiting for orders; during World War II, cards were issued with silhouettes of Allied and Axis fighter planes. In the archaeology deck, each suit has a theme: diamonds for artifacts, spades for digs, hearts for "winning hearts and minds," and clubs for heritage preservation.
Saturday, June 16, 2007
Dalida, por Diógenes o maltrapilho

Dalida, a italiana do Cairo que triunfou e se suicidou em França.
Gosto muito dela. É um símbolo do Mediterrâneo, como devia ser. Um mar que nos unisse e não que nos separasse.
As entrevistas que lhe faziam eram muito machistas para a altura: iam sempre de encontro ao ponto sobre porque é que ela não não tinha filhos. Ela aguentava a pergunta como um boxeur encaixa um directo. Cerrava os dentes e explicava-se, sem deixar o agressor tremer com o impacto da própria violência que acabara de infligir. Na atmosfera do tempo dizia timidamente “ bom, parece que chegou também a altura em que as mulheres têm que trabalhar...”
A razão era muito simples: Dalida sustentava a família e, a certa altura, a espiral esmagadora do negócio obrigara Dalida, a artista, a esmagar Iolanda, a pessoa humana. Também não encontrou o Amor definitivo que tanto procurou. Nunca se chegou a saber se matou Luigi Tenco. Não sei se Tenco era o Amor ideal dela mas, pelo menos, sabiam ambos que não havia par para nenhum deles neste Mundo. Como se dois desesperados sem raiva se encontrassem no deserto do Mundo, depois da Guerra nuclear universal.
Tinha outras qualidades além de cantar como ninguém a canção de Leo Férré “ Avec le Temps...”, não porque acreditasse na vitória final do Inverno sobre nós, mas porque soube dizer com uma voz de Esparta aquilo que o coração vermelho e negro do cátaro Ferré, tentava loucamente avisar ao Mundo. E enquanto Ferré, o anarquista, tinha ainda voz para gritar, Dalida, a de Direita, não se apercebia que era ela a heroína da própria canção.
Tinha, Dalida, outra qualidade: conseguiu pôr os amigos todos a almoçar ao Domingo com ela e fê-los todos viver na sua vizinhança em Monmartre. Também havia uma forma de Amor para estas “biscas” e estes “desacreditados” à volta daquela mesa dominical impecavelmente branca, onde a egípcia Dalida se esforçava por ser a Mãe e a Mulher que os outros não tinham tido. Quando a conversa amornava, Dalida alumiava-a. E, coisa extraordinária, quando alguém começava a dizer mal dum colega, Dalida levantava-se e ia-se embora para o quarto, em silêncio. Não deixava que dissessem mal de um colega.
Um dos convivas foi Bertrand Delanoe, actual Presidente da Câmara de Paris. Nele esteve esta diginidade trágica do Mediterrâneo que lhe dera Dalida, quando presidiu ao enterro dos cerca de quatrocentos solitários que morreram sem que ninguém os viesse reclamar durante o Verão excepcionalmente quente de 2003.
Não havia descanso neste mundo para Dalida. Deixou a luz acesa quando se matou.
Seremos nós capazes de a ir apagar? E de lhe fechar os olhos, com um afago?
Dalida, por Diógenes o maltrapilho

Dalida, a italiana do Cairo que triunfou e se suicidou em França.
Gosto muito dela. É um símbolo do Mediterrâneo, como devia ser. Um mar que nos unisse e não que nos separasse.
As entrevistas que lhe faziam eram muito machistas para a altura: iam sempre de encontro ao ponto sobre porque é que ela não não tinha filhos. Ela aguentava a pergunta como um boxeur encaixa um directo. Cerrava os dentes e explicava-se, sem deixar o agressor tremer com o impacto da própria violência que acabara de infligir. Na atmosfera do tempo dizia timidamente “ bom, parece que chegou também a altura em que as mulheres têm que trabalhar...”
A razão era muito simples: Dalida sustentava a família e, a certa altura, a espiral esmagadora do negócio obrigara Dalida, a artista, a esmagar Iolanda, a pessoa humana. Também não encontrou o Amor definitivo que tanto procurou. Nunca se chegou a saber se matou Luigi Tenco. Não sei se Tenco era o Amor ideal dela mas, pelo menos, sabiam ambos que não havia par para nenhum deles neste Mundo. Como se dois desesperados sem raiva se encontrassem no deserto do Mundo, depois da Guerra nuclear universal.
Tinha outras qualidades além de cantar como ninguém a canção de Leo Férré “ Avec le Temps...”, não porque acreditasse na vitória final do Inverno sobre nós, mas porque soube dizer com uma voz de Esparta aquilo que o coração vermelho e negro do cátaro Ferré, tentava loucamente avisar ao Mundo. E enquanto Ferré, o anarquista, tinha ainda voz para gritar, Dalida, a de Direita, não se apercebia que era ela a heroína da própria canção.
Tinha, Dalida, outra qualidade: conseguiu pôr os amigos todos a almoçar ao Domingo com ela e fê-los todos viver na sua vizinhança em Monmartre. Também havia uma forma de Amor para estas “biscas” e estes “desacreditados” à volta daquela mesa dominical impecavelmente branca, onde a egípcia Dalida se esforçava por ser a Mãe e a Mulher que os outros não tinham tido. Quando a conversa amornava, Dalida alumiava-a. E, coisa extraordinária, quando alguém começava a dizer mal dum colega, Dalida levantava-se e ia-se embora para o quarto, em silêncio. Não deixava que dissessem mal de um colega.
Um dos convivas foi Bertrand Delanoe, actual Presidente da Câmara de Paris. Nele esteve esta diginidade trágica do Mediterrâneo que lhe dera Dalida, quando presidiu ao enterro dos cerca de quatrocentos solitários que morreram sem que ninguém os viesse reclamar durante o Verão excepcionalmente quente de 2003.
Não havia descanso neste mundo para Dalida. Deixou a luz acesa quando se matou.
Seremos nós capazes de a ir apagar? E de lhe fechar os olhos, com um afago?
Friday, June 15, 2007
Já bebe vodka
A seguir, vai começar a comer carne de porco...
Quem diria?

Entre os nomes falsos utilizados pelos funcionários do partido (dois dos quais foram constituídos arguidos pelo crime de branqueamento de capitais) está o de Jacinto Leite Capelo Rego, um alegado benemérito que terá dado ao partido 600 euros.
Thursday, June 14, 2007
Lisboa - Cidade Portuguesa

O PNR pretende:
- Fazer uma auditoria rigorosa aos gastos sumptuosos da Câmara e suas empresas públicas, com posterior publicação;
- Acabar com os tachos e mordomias;
- Extinguir as empresas públicas municipais desnecessárias, como a EMEL, a EMARLIS e a IMOHÍFEN;
- Dar preferência às empresas e trabalhadores portugueses, em todas as adjudicações e contratações a cargo da CML;
- Cortar as verbas para as associações de promoção da homossexualidade, apoio a imigrantes e ainda para as manifestações culturais marxistas e anti-nacionais;
- Acabar com o escândalo de dezenas de assessores pagos pelo orçamento camarário ao serviço dos vereadores;
- Denunciar o protocolo com a Fundação Mário Soares e rever todas as situações de financiamento por parte da CML a instituições com finalidades sectárias e/ou alheias aos interesses dos munícipes;
- Enfrentar a corrupção e o poderoso lóbi da construção;
- Reduzir a burocracia municipal e tornar mais céleres e transparentes os processos administrativos, designadamente os de aprovação de projectos e licenciamento de obras, de forma a evitar a tentação da corrupção;
- Alienar o património imobiliário municipal não afecto a qualquer função relevante.
Lisboa - Cidade Portuguesa
OS "COITADINHOS" DO SISTEMA
Selvagens à solta e os portugueses que se lixem.
Wednesday, June 13, 2007
Monday, June 11, 2007
Sunday, June 10, 2007
La République légitime et la République disproportionnelle, par Pierre Nessuno
Maximillien, l'Empereur du Mexique était fusillé par les troupes de Benito Juárez, à bout portant, le 19 Juin de 1867, il y a presque 140 ans.
Il était marié avec Charlotte de Belgique, fille du Roi Léopold I et il était le frère du Kaiser François-Joseph, donc membre d'une famille tragique.
Je n'ai pas le goût de contempler les os de ces victimes des Hommes.
Maximillien a été fusillé à cinq mètres, à gauche du général indien Mejìa ( dont il a dit, après le nommer comme réluctant Chef d'État majeur, malgré la noblesse coloniale hispanique:" vous êtes un azthèque, donc je ne vois sous ce toit personne de plus ancienne noblesse que vous"). Et du général d'origine espagnole, Miramon, à sa droite. Les dernières paroles de Maximillien ont été "Hombre!" après avoir commandé ses derniers souhaits en hongrois pour sa mère, et en italien pour sa femme dont la mort annoncée il se refusait de croire.
Et bien, qu'est-ce que ces deux généraux, un espagnol perdu dans le monde et un humble indien, on crié avant de mourir? "Viva la Republica mejicana! Viva el Emperador!"
C'est juste de dire que l'Empire du Mexique a été une construction de la France de Napóleon III, et d'un Empereur autrichien qui voulait exiler un frère, trop populaire par sa conscience sociale.
Et qu'importe ça aujourd'hui?
Il y a les empereurs sortis de la République coupeuse de têtes, des barroudeurs et de la Terreur qui ont l'art de séléctionner le champ de bataille, et faire croire que le choix entre eux et les opposants, c'est entre la volonté et la faiblesse. Ces Empereurs qui on profité de la divison inventée entre "Gauche" et "Droite", pour acquérir la légitimité qu'ils n'ont jamais eue, parce que la légitimité ne sera jamais l'obéissance à l'impératif éléctoral "Tu voteras!". D'un monde rasé au sol, cet'"Empire" est le coup de pied des faibles, la mensonge de la vitalité où le moi dissout l'Univers en lui.
Et pourtant... il y a aussi les Empereurs qui, bien qu'anachroniques, en parlant des langues étranges, en venant d'un monde lointain et improbable, en étant Rois dans une République, ne seront pas jugés parce qu'ils ne l'ont pas emporté dans le champ de bataille.
Ce sont les Empereurs du Coeur, qui régnent bien au-delà de leur mort physique.
Quand les gens se rétirent du champ de la démagogie, quand elles s'abstiennent sans paroles pour l'exprimer, ils ne sont plus lâches à cause de ça, ni démissionnistes: ils se gardent pour les tranchées où est l'armée des Empereurs morts qui ont encore le don de donner un coeur à la République de notre cécité...la République fêtarde de nos manipulations où la drogue de la majorité déguise l'ignorance et le mépris des Autres qui sont toujours les perdants, devant notre Moi impérialiste.
La République légitime et la République disproportionnelle, par Pierre Nessuno
Maximillien, l'Empereur du Mexique était fusillé par les troupes de Benito Juárez, à bout portant, le 19 Juin de 1867, il y a presque 140 ans.
Il était marié avec Charlotte de Belgique, fille du Roi Léopold I et il était le frère du Kaiser François-Joseph, donc membre d'une famille tragique.
Je n'ai pas le goût de contempler les os de ces victimes des Hommes.
Maximillien a été fusillé à cinq mètres, à gauche du général indien Mejìa ( dont il a dit, après le nommer comme réluctant Chef d'État majeur, malgré la noblesse coloniale hispanique:" vous êtes un azthèque, donc je ne vois sous ce toit personne de plus ancienne noblesse que vous"). Et du général d'origine espagnole, Miramon, à sa droite. Les dernières paroles de Maximillien ont été "Hombre!" après avoir commandé ses derniers souhaits en hongrois pour sa mère, et en italien pour sa femme dont la mort annoncée il se refusait de croire.
Et bien, qu'est-ce que ces deux généraux, un espagnol perdu dans le monde et un humble indien, on crié avant de mourir? "Viva la Republica mejicana! Viva el Emperador!"
C'est juste de dire que l'Empire du Mexique a été une construction de la France de Napóleon III, et d'un Empereur autrichien qui voulait exiler un frère, trop populaire par sa conscience sociale.
Et qu'importe ça aujourd'hui?
Il y a les empereurs sortis de la République coupeuse de têtes, des barroudeurs et de la Terreur qui ont l'art de séléctionner le champ de bataille, et faire croire que le choix entre eux et les opposants, c'est entre la volonté et la faiblesse. Ces Empereurs qui on profité de la divison inventée entre "Gauche" et "Droite", pour acquérir la légitimité qu'ils n'ont jamais eue, parce que la légitimité ne sera jamais l'obéissance à l'impératif éléctoral "Tu voteras!". D'un monde rasé au sol, cet'"Empire" est le coup de pied des faibles, la mensonge de la vitalité où le moi dissout l'Univers en lui.
Et pourtant... il y a aussi les Empereurs qui, bien qu'anachroniques, en parlant des langues étranges, en venant d'un monde lointain et improbable, en étant Rois dans une République, ne seront pas jugés parce qu'ils ne l'ont pas emporté dans le champ de bataille.
Ce sont les Empereurs du Coeur, qui régnent bien au-delà de leur mort physique.
Quand les gens se rétirent du champ de la démagogie, quand elles s'abstiennent sans paroles pour l'exprimer, ils ne sont plus lâches à cause de ça, ni démissionnistes: ils se gardent pour les tranchées où est l'armée des Empereurs morts qui ont encore le don de donner un coeur à la République de notre cécité...la République fêtarde de nos manipulations où la drogue de la majorité déguise l'ignorance et le mépris des Autres qui sont toujours les perdants, devant notre Moi impérialiste.
Saturday, June 9, 2007
10 de Junho de 2007 - Dia de Portugal!

More Silent Films on DVD, Please
I've realized I have to set aside specific time for blog writing and will do so.
In the meantime, let me say I watched an excellent silent film by John Ford, called The Blue Eagle (1926).
Here is the fabulous original poster:

I was watching a VHS copy of an airing from an AMC Film Preservation Festival from way back when. Although a significant naval battle sequence is missing, and occasionally in early scenes a 16mm film print had to be used, this held up as a stunning example of top-drawer Ford. (All the more so when the scenes were in 35mm.)
With the recent success studios seem to be having in packaging films in box sets organized by stars (Robert Mitchum Signature Collection, Tyrone Power Swashbuckler Box Set) or themes (Film Noir Classics Collection, Literary Classics Collection), it would be amazing if they could start doing this for silent films. There are certainly enough surviving films to justify a John Ford silent film box set. I know more than enough exist just from the bunch that I taped off the AMC Film Preservation Festival. There is a Hitchcock box from Lionsgate with several silents, so the ball may already be rolling. However, I remember my disappointment upon listening to the audio commentary for Warner Brothers' DVD of The Racket (1951, John Cromwell) (part of the Film Noir Classic Colleciton Vol. 3) and hearing repeated references to the Howard Hughes silent original (1928, Lewis Milestone) that the commentator (Eddie Muller) had obviously had the good fortune to see! What a shame that wasn't shoehorned onto the same disk.
Shoehorning may be a stroke of luck for the more esoteric film enthusiasts, as studios can wedge films they consider unreleasable as standalone titles into combo sets with other more popular movies. I just had the good fortune to see the 1933 Mystery of the Wax Museum (Michael Curtiz) on the flip side of Warner's House of Wax (1953, Andre de Toth) DVD and, even though I know it did exist on VHS in the past, I couldn't help but think that I was very fortunate to even be laying eyes on this 2-strip Technicolor rarity, obviously included mainly because of its relation to the more famous remake.
I had similar feelings about the TCM/Warner Bros. DVD "Forbidden Hollywood Collection Volume One" that contained Baby Face (1933, Alfred E. Green), Red-headed Woman (1932, Jack Conway), and Waterloo Bridge (1931, James Whale). Probably the latter was the toughest standalone sell, having no bankable classic star. You can find your own examples, but one other I watched recently was the Cary Grant Screen Legend Collection from Universal which is comprised of five films that I couldn't see ever being released standalone, yet here they are presented in pretty good quality by a major studio. I bought this one and so far have only watched Thirty Day Princess (1934, Marion Gering), but I had the pervasive feeling that I was lucky to be seeing a Sylvia Sidney vehicle from her prime that was something other than Hitchcock's Sabotage or some of her Fritz Lang films.
Obviously there are still countless films of interest that they haven't figured a way to shoehorn into more salable packages or groupings, but the trend may be of help. (It goes without saying that, like the explosion of TV-on-DVD, the more manageable and more versatile DVD format itself makes this all possible.)
One of the few negatives is that when the films are not standalone releases, you sometimes have to dig or be looking for something specific, otherwise you only come across certain important films as a stroke of luck. (If you're a Raoul Walsh enthusiast, there's one of his in the Cary Grant Screen Legends Collection. There's a Douglas Sirk film in the Rock Hudson Screen Legend Collection.) Universal's Screen Legend Collections are particularly troublesome in that even on the back of the sets you can find neither the year the films came out, nor the directors. Even on Amazon.com or DVD Empire the information is not readily available, and one is reduced to researching the titles individually on IMDB.
But going back to the desire to see a John Ford silent film box set, and more silent films in general packaged together and released, one name that pops into my mind is John Gilbert, who would be well worth a silent film box set or two—or even three—since many of his silent films survive—and that's just counting the major star vehicles from his prime. Although I have a feeling if I poke my nose into one of the Garbo collections I'm going to find at least one Gilbert there.
Friday, June 8, 2007
Um dia, por Pedro Cem
Fazia hoje anos. A partir de agora, ou talvez de antes, faço anos como toda a gente que tem a sorte de os continuar a fazer. De longe a longe, com os passos rápidos, da sombra.
Há muito que passei a comemorar a hora, porque os dias dão pouco tempo para comemorações quando já aprendemos que o dia de aniversário é um dia para Servir os outros, e, só no fim, esse Eu que é ainda um Outro.
Naquela hora em que nasci, 2 da tarde, na Ribeira do Porto com o Sol pando e as peixeiras a gritarem, encontrei-me hoje no canto de um refeitório, sózinho. Ao lado, um moço africano, com o rosto suave de pupilo de missionários, pousava a cabeça olhando a parede, com aquela gratidão de todos os que neste mundo têm algo para comer. Estava só também, no seu trajo divertidamente branco de auxiliar de cozinha, sempre no extremo da mesa onde os outros trabalhadores o costumam enquadrar, entre o paternalismo e a galhofa. Lembrei-me dos tempos que passei em colégios ou escolas pouco ricas, ao partilhar a sua expressão de quem afagava a própria mente, vidrada nos olhos, esse caleidoscópio maravilhoso que Deus nos deu a todos e que contemplamos assim com o nariz um pouco pendente, quando o corpo está calado, como se nos ocorresse qualquer memória indefinida e olhássemos para dentro. É o suave leão da vida que nos ronrona debaixo da árvore do meio-dia.
Tive sorte. Consegui ver uma Mulher muito bonita com quem me cruzo às vezes e que me poupou a culpa de devolver o olhar. Também vi as floritas da Primavera no relvado que pareciam todas agitar-se para mim, como se viajasse de combóio, sentado no refeitório.
Senti ums desolada vontade de quem precisa desesperadamente que alguém lhe pegue na mão. E, de repente, uma dessas môscas da fruta começou-me a rondar. Lembrei-me do fundador destas Duas Cidades, Santo Agostinho e do que ele dizia sobre a utilidade das môscas: despertar-nos. Este "môsco" ínfimo tocou-me várias vezes, com suavidade, como se não fosse ele, mas ambos nos encontrássemos em vôo. As ínfimas criaturas de um dia têm também esta utilidade: chamar-nos suavemente a atenção para que existem. De tal modo que, quando me levantei, as minhas mãos deslizavam pelo manto das recordações da vida, como se pela orla do manto vermelho de uma Nossa Senhora e descobri que algo existe efectivamente, de nós para fora, ronronando desde antes das nossa vidas. O toque deste veludo, por uma vez que seja, vale bem a nossa passagem.
Um momento de procissão é a Vida em que levamos o altar da Senhora, de quem flui sem fim, o manto de veludo, entre os nossos dêdos. E todos vamos atrás, levando o véu, um pouco por graça, um pouco por galhofa.
Compreendi então o pobre Nietzsche,em Turim, agarrando-se aos soluços, ao pescoço do cavalo que um carroceiro espancava. Com a sua triste figura, numa rotura de lágrimas e sangue, ele não queria dizer que era esse próprio cavalo, chamando a atenção sobre si, nem queria testemunhar uma boa-nova de amor universal a todas as criaturas. Ele, o da sorte danada, agarrava-se exausto a esse veludo que nos pulsa ao contacto da pele como quem se agarrava à vida antes dela lhe começar a deslizar pelos dedos.
Será o EU todos os fenómenos? Não sei. Nem suspeito. O Eu e todos os fenómenos são como esse véu duma Nossa Senhora da Parvónia onde as nossas mãos passam, brevemente. E, sem saber porquê, todos pegamos no véu e o levamos na procissão, de mão em mão, deslizando entre os dedos.
Um dia, por Pedro Cem
Fazia hoje anos. A partir de agora, ou talvez de antes, faço anos como toda a gente que tem a sorte de os continuar a fazer. De longe a longe, com os passos rápidos, da sombra.
Há muito que passei a comemorar a hora, porque os dias dão pouco tempo para comemorações quando já aprendemos que o dia de aniversário é um dia para Servir os outros, e, só no fim, esse Eu que é ainda um Outro.
Naquela hora em que nasci, 2 da tarde, na Ribeira do Porto com o Sol pando e as peixeiras a gritarem, encontrei-me hoje no canto de um refeitório, sózinho. Ao lado, um moço africano, com o rosto suave de pupilo de missionários, pousava a cabeça olhando a parede, com aquela gratidão de todos os que neste mundo têm algo para comer. Estava só também, no seu trajo divertidamente branco de auxiliar de cozinha, sempre no extremo da mesa onde os outros trabalhadores o costumam enquadrar, entre o paternalismo e a galhofa. Lembrei-me dos tempos que passei em colégios ou escolas pouco ricas, ao partilhar a sua expressão de quem afagava a própria mente, vidrada nos olhos, esse caleidoscópio maravilhoso que Deus nos deu a todos e que contemplamos assim com o nariz um pouco pendente, quando o corpo está calado, como se nos ocorresse qualquer memória indefinida e olhássemos para dentro. É o suave leão da vida que nos ronrona debaixo da árvore do meio-dia.
Tive sorte. Consegui ver uma Mulher muito bonita com quem me cruzo às vezes e que me poupou a culpa de devolver o olhar. Também vi as floritas da Primavera no relvado que pareciam todas agitar-se para mim, como se viajasse de combóio, sentado no refeitório.
Senti ums desolada vontade de quem precisa desesperadamente que alguém lhe pegue na mão. E, de repente, uma dessas môscas da fruta começou-me a rondar. Lembrei-me do fundador destas Duas Cidades, Santo Agostinho e do que ele dizia sobre a utilidade das môscas: despertar-nos. Este "môsco" ínfimo tocou-me várias vezes, com suavidade, como se não fosse ele, mas ambos nos encontrássemos em vôo. As ínfimas criaturas de um dia têm também esta utilidade: chamar-nos suavemente a atenção para que existem. De tal modo que, quando me levantei, as minhas mãos deslizavam pelo manto das recordações da vida, como se pela orla do manto vermelho de uma Nossa Senhora e descobri que algo existe efectivamente, de nós para fora, ronronando desde antes das nossa vidas. O toque deste veludo, por uma vez que seja, vale bem a nossa passagem.
Um momento de procissão é a Vida em que levamos o altar da Senhora, de quem flui sem fim, o manto de veludo, entre os nossos dêdos. E todos vamos atrás, levando o véu, um pouco por graça, um pouco por galhofa.
Compreendi então o pobre Nietzsche,em Turim, agarrando-se aos soluços, ao pescoço do cavalo que um carroceiro espancava. Com a sua triste figura, numa rotura de lágrimas e sangue, ele não queria dizer que era esse próprio cavalo, chamando a atenção sobre si, nem queria testemunhar uma boa-nova de amor universal a todas as criaturas. Ele, o da sorte danada, agarrava-se exausto a esse veludo que nos pulsa ao contacto da pele como quem se agarrava à vida antes dela lhe começar a deslizar pelos dedos.
Será o EU todos os fenómenos? Não sei. Nem suspeito. O Eu e todos os fenómenos são como esse véu duma Nossa Senhora da Parvónia onde as nossas mãos passam, brevemente. E, sem saber porquê, todos pegamos no véu e o levamos na procissão, de mão em mão, deslizando entre os dedos.
Thursday, June 7, 2007
PAÍS DE MUITO MAR, de Manuel Alegre

Fui ao lançamento das "Doze Naus" de MAnuel Alegre e vim de lá refrescado com o seu belo livro. Entre as várias sugestões aqui fica o país "de muita História e cada vez menos memória". O verso faz-me lembrar o "pouca-terra " dos comboios do poema de Manuel BAndeira "Café com pão". Engraçado. Dois Manuéis, Dois lusitanos, um mesmo sentimento
PAÍS DE MUITO MAR
Somos um país pequeno e pobre e que não tem senão o mar
muito passado e muita História e cada vez menos memória
país que já não sabe quem é quem
país de tantos tão pequenos
país a passar
para o outro lado de si mesmo e para a margem onde já não quer chegar. País de muito mar e pouca viagem.
PAÍS DE MUITO MAR, de Manuel Alegre

Fui ao lançamento das "Doze Naus" de MAnuel Alegre e vim de lá refrescado com o seu belo livro. Entre as várias sugestões aqui fica o país "de muita História e cada vez menos memória". O verso faz-me lembrar o "pouca-terra " dos comboios do poema de Manuel BAndeira "Café com pão". Engraçado. Dois Manuéis, Dois lusitanos, um mesmo sentimento
PAÍS DE MUITO MAR
Somos um país pequeno e pobre e que não tem senão o mar
muito passado e muita História e cada vez menos memória
país que já não sabe quem é quem
país de tantos tão pequenos
país a passar
para o outro lado de si mesmo e para a margem onde já não quer chegar. País de muito mar e pouca viagem.
Wednesday, June 6, 2007
A coisa está preta... em Lisboa
A conversa corria animada entre cervejas e cafés quando os grupos de jovens estudantes se viram, já na madrugada de ontem, de frente para os canos das caçadeiras. Cinco assaltantes invadiram o Lizarran de Telheiras, Lisboa, de cara tapada – e, adianta ao CM uma das vítimas, “em três minutos” limparam o que havia para roubar. Só um rapaz resistiu a dar--lhes o computador portátil e levou logo uma coronhada na cabeça.
PORMENORES
TELHEIRAS E CACÉM
Já em Abril, na noite do dia 3, um gang de cinco indivíduos armados com três caçadeiras ou shotguns, assaltou no espaço de uma hora dois restaurantes em Telheiras, Lisboa, e no Cacém, Sintra.
ENCAPUZADOS
Os indivíduos, alegadamente de etnia africana, com idades entre os 15 e 23 anos, actuaram encapuzados e fugiram numa carrinha BMW furtada horas antes na zona de Lisboa.
POLÍCIA PREOCUPADA
A polícia, que na altura admitiu ao CM que pudesse tratar-se de um novo grupo, afirmou-se preocupada com o armamento.
MENSAGEM
O ZÉ ALDRABÃO
Tuesday, June 5, 2007
Tu quoque, Sanchez!

Perhaps Sanchez is not a great general. he is a good citizen,yet!
The man who commanded US-led coalition forces during the first year of the Iraq war says the United States can forget about winning the war.
"I think if we do the right things politically and economically with the right Iraqi leadership we could still salvage at least a stalemate, if you will -- not a stalemate but at least stave off defeat," retired Army Lieutenant General Ricardo Sanchez said in an interview.
Sanchez, in his first interview since he retired last year, is the highest-ranking former military leader yet to suggest the Bush administration has fallen short in Iraq.
"I am absolutely convinced that America has a crisis in leadership at this time," Sanchez told AFP after a recent speech in San Antonio, Texas.
"We've got to do whatever we can to help the next generation of leaders do better than we have done over the past five years, better than what this cohort of political and military leaders have done," adding that he was "referring to our national political leadership in its entirety" - not just President George W. Bush.
Sanchez called the situation in Iraq bleak, which he blamed on "the abysmal performance in the early stages and the transition of sovereignty."
Tu quoque, Sanchez!

Perhaps Sanchez is not a great general. he is a good citizen,yet!
The man who commanded US-led coalition forces during the first year of the Iraq war says the United States can forget about winning the war.
"I think if we do the right things politically and economically with the right Iraqi leadership we could still salvage at least a stalemate, if you will -- not a stalemate but at least stave off defeat," retired Army Lieutenant General Ricardo Sanchez said in an interview.
Sanchez, in his first interview since he retired last year, is the highest-ranking former military leader yet to suggest the Bush administration has fallen short in Iraq.
"I am absolutely convinced that America has a crisis in leadership at this time," Sanchez told AFP after a recent speech in San Antonio, Texas.
"We've got to do whatever we can to help the next generation of leaders do better than we have done over the past five years, better than what this cohort of political and military leaders have done," adding that he was "referring to our national political leadership in its entirety" - not just President George W. Bush.
Sanchez called the situation in Iraq bleak, which he blamed on "the abysmal performance in the early stages and the transition of sovereignty."
Saturday, June 2, 2007
Carta Aberta a Mário Lino, por Mendo Henriques
27/05/2007 (54 leituras)
Exm.º Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
Eng.º Mário Lino:
Refere a comunicação social de 24 de Maio de 2007 que, durante um
almoço-debate sobre "O Novo Aeroporto de Lisboa", promovido pela Ordem dos
Economistas, e que ficou assinalado pela sua intervenção, não direi tanto
famosa quanto notória, que “A margem Sul é um deserto” achou também
oportuno brindar os presentes com a afirmação que "O programa do Governo
não será avaliado por 22 senhores que escrevem livros, mas pelos eleitores
em 2009".
Referia-se decerto ao livro O ERRO DA OTA e creio falar em nome de todos
os seus autores.
Naturalmente que não inferimos das suas palavras que despreza os autores
de livros, nem a cultura em geral, nem a cultura técnica e profissional
que resulta do citado livro, escrito por especialistas independentes e
isentos com a consciência cívica de estarem a prestar um serviço ao país.
Também não inferimos das suas palavras que são inúteis estudos
preliminares e chamadas de atenção fundamentadas, quando estão em jogo
opções estratégicas para o país como seja “O Novo Aeroporto de Lisboa".
Não inferimos, ainda, das suas palavras que a democracia, para si, Sr.
Ministro, é um cheque em branco passado de quatro em quatro anos, não
tanto a um Governo, mas a um partido político que selecciona esse Governo;
sempre nos ensinaram que o poder legislativo tem a primazia sobre o poder
executivo e que o Presidente da Assembleia da República é a 2ª figura do
regime.
Tudo isto, senhor Ministro, damos por pacífico que não é questionado na
sua intrigante afirmação.
Mas, Sr. Ministro, ficamos preocupados que com tanta preocupação sua,
técnica e politica, e tantos dossiers a gerir, encontre tempo para
desqualificar quem com “honesto estudo” vem concluir em voz alta o mesmo
que indicam as sondagens de Abril e Maio de 2007, segundo as quais cerca
de 92 a 93% da população nacional, ponderando os votos, está contra a
localização na Ota do Novo Aeroporto de Lisboa.
Poderá V. Exª saber que o famoso poeta alemão Heinrich Heine escreveu em
1821 que “Onde queimam livros, acabam por queimar pessoas”. Sem dúvida que
jamais terá atravessado a mente de V. Exª queimar livros e muito menos
pessoas, ao longo da sua já longa carreira política. Mas só lhe pedimos
isto Sr. Ministro: tendo o Prof. António Brotas feito a oferta a V. Ex.ª
de um exemplar da citada obra, não queime também reputações e responda a
quem merece resposta pelos depoimentos fundamentados que prestaram, como é
o caso dos 22 autores de O ERRO DA OTA E O FUTURO DE PORTUGAL
Mendo Henriques
Carta Aberta a Mário Lino, por Mendo Henriques
27/05/2007 (54 leituras)
Exm.º Sr. Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
Eng.º Mário Lino:
Refere a comunicação social de 24 de Maio de 2007 que, durante um
almoço-debate sobre "O Novo Aeroporto de Lisboa", promovido pela Ordem dos
Economistas, e que ficou assinalado pela sua intervenção, não direi tanto
famosa quanto notória, que “A margem Sul é um deserto” achou também
oportuno brindar os presentes com a afirmação que "O programa do Governo
não será avaliado por 22 senhores que escrevem livros, mas pelos eleitores
em 2009".
Referia-se decerto ao livro O ERRO DA OTA e creio falar em nome de todos
os seus autores.
Naturalmente que não inferimos das suas palavras que despreza os autores
de livros, nem a cultura em geral, nem a cultura técnica e profissional
que resulta do citado livro, escrito por especialistas independentes e
isentos com a consciência cívica de estarem a prestar um serviço ao país.
Também não inferimos das suas palavras que são inúteis estudos
preliminares e chamadas de atenção fundamentadas, quando estão em jogo
opções estratégicas para o país como seja “O Novo Aeroporto de Lisboa".
Não inferimos, ainda, das suas palavras que a democracia, para si, Sr.
Ministro, é um cheque em branco passado de quatro em quatro anos, não
tanto a um Governo, mas a um partido político que selecciona esse Governo;
sempre nos ensinaram que o poder legislativo tem a primazia sobre o poder
executivo e que o Presidente da Assembleia da República é a 2ª figura do
regime.
Tudo isto, senhor Ministro, damos por pacífico que não é questionado na
sua intrigante afirmação.
Mas, Sr. Ministro, ficamos preocupados que com tanta preocupação sua,
técnica e politica, e tantos dossiers a gerir, encontre tempo para
desqualificar quem com “honesto estudo” vem concluir em voz alta o mesmo
que indicam as sondagens de Abril e Maio de 2007, segundo as quais cerca
de 92 a 93% da população nacional, ponderando os votos, está contra a
localização na Ota do Novo Aeroporto de Lisboa.
Poderá V. Exª saber que o famoso poeta alemão Heinrich Heine escreveu em
1821 que “Onde queimam livros, acabam por queimar pessoas”. Sem dúvida que
jamais terá atravessado a mente de V. Exª queimar livros e muito menos
pessoas, ao longo da sua já longa carreira política. Mas só lhe pedimos
isto Sr. Ministro: tendo o Prof. António Brotas feito a oferta a V. Ex.ª
de um exemplar da citada obra, não queime também reputações e responda a
quem merece resposta pelos depoimentos fundamentados que prestaram, como é
o caso dos 22 autores de O ERRO DA OTA E O FUTURO DE PORTUGAL
Mendo Henriques
Sir Michael Rose - Mudem de Atitude!

General Sir Michael Rose, who commanded the United Nations Protection Force in Bosnia-Hercegovina from 1994 to 1995, said coalition forces in Iraq were facing an impossible situation."
"There is no way we are going to win the war and (we should) withdraw and accept defeat because we are going to lose on a more important level if we don't," he said.
Though the coalition could not simply "cut and run," Rose said announcing a withdrawal date would help to dampen down the violence between Sunni, Shia and Kurdish factions.
"Give them a date and it is amazing how people and political parties will stop fighting each other and start working towards a peaceful transfer of power," he said.
Rose was speaking at the annual Hay Festival of Literature and the Arts in Hay-on-Wye, on the Welsh border with England.
The retired general who has written a book on the American War of Independence, made comparisons with the 1775-1783 conflict between Britain and the Thirteen Colonies.
He said: "How was it a small and extremely determined body of insurgents, thieves and deserters could inflict such a strategic and potentially disastrous defeat on the most powerful nation in the world? "The answer will be familiar to anybody who is looking at what is happening in Iraq today. "Those who don't read history are condemned to repeat the mistakes of the past." He said the allies in Iraq should have deployed more troops and not used a conventional war strategy.
"You don't win wars by regime change but by changing attitudes," he said.
He said that Iraq should have been low on the priority list compared tHe said that Iraq should have been low on the priority list compared to Afghanistan, conflicts in Africa and the battle against international terrorists."
Sir Michael Rose - Mudem de Atitude!

General Sir Michael Rose, who commanded the United Nations Protection Force in Bosnia-Hercegovina from 1994 to 1995, said coalition forces in Iraq were facing an impossible situation."
"There is no way we are going to win the war and (we should) withdraw and accept defeat because we are going to lose on a more important level if we don't," he said.
Though the coalition could not simply "cut and run," Rose said announcing a withdrawal date would help to dampen down the violence between Sunni, Shia and Kurdish factions.
"Give them a date and it is amazing how people and political parties will stop fighting each other and start working towards a peaceful transfer of power," he said.
Rose was speaking at the annual Hay Festival of Literature and the Arts in Hay-on-Wye, on the Welsh border with England.
The retired general who has written a book on the American War of Independence, made comparisons with the 1775-1783 conflict between Britain and the Thirteen Colonies.
He said: "How was it a small and extremely determined body of insurgents, thieves and deserters could inflict such a strategic and potentially disastrous defeat on the most powerful nation in the world? "The answer will be familiar to anybody who is looking at what is happening in Iraq today. "Those who don't read history are condemned to repeat the mistakes of the past." He said the allies in Iraq should have deployed more troops and not used a conventional war strategy.
"You don't win wars by regime change but by changing attitudes," he said.
He said that Iraq should have been low on the priority list compared tHe said that Iraq should have been low on the priority list compared to Afghanistan, conflicts in Africa and the battle against international terrorists."