Monday, June 29, 2009

Michael Jackson, por André Bandeira

Todos são porreiros, quando morrem. Já não estão à frente para se irritarem connosco e se tornarem pesados.
Parece que o menino Michael, depois de um bocado maltratado pelo pai Jackson que desejava uma vida melhor para os filhos todos (a vida que ele não teve) deixou de dançar pela nossa imaginação acima. O seu estilo era especial, só dele, do seu cabelo, do seu rosto progressivamente escondido, atónito, moribundo. A sua voz cada vez mais fina, mais seduzida pela doçura hipnotizante de quem sabe que tudo isto é uma peça amarga e sobre a qual ele pretendia correr o pano. Pois foi encontrado com esse reposteiro negro arrancado do crânio pelado, como um palco vindo abaixo e, pelos vistos, anoréxico dum mundo do qual já não queria absorver mais nada. As dores que tinha e que adormecia eram apenas protestos dum sono que queria eterno. E nós ficámos de mão parada, subitamente animalizados no gesto de lhe atirar moedinhas. A massa feroz quis julgá-lo por meter o bebé fora da varanda. Um rapazito é capaz de ter inventado uma história medonha sobre ele que o fez caminhar como um morto-vivo pelo resto da sua existência. As forças medonhas da inveja encarregaram-se de o apanhar a dizer «gosto de me deitar com meninos», ele que, certamente, a pouca felicidade que teve, entre os ensaios cruéis dos Jackson Five, quando era miúdo, foi a de se deitar com os irmãos e adormecerem a rir e a brincar nos motéis onde o pai Jackson os albergava num só quarto para poupar.
Tinha um estilo que era dele. O breakdance fazia-o suave como uma caminhada lunar, como quem emerge da Bronx e atravessa os arranha-céus sobre um fio de luz. Quando gritava o «I’m bad», não havia nada de realmente mau naquele dançarino, mas apenas um miúdo cansado de carregar tijolos às costas. As suas dívidas milionárias são apenas um montão de carros velhos que já ninguém compra. Desse pequeno momento em que dançou com o velho James Brown e se deram as mãos, se pode ter um exemplo do afecto que pode ligar dois homens, no respeito e na admiração mútua, bem diferente desta civilização de machos que se tansformam em gelatina quando cessam de se repetir. E nas lágrimas que Jackson deixou correr nesse momento, enquanto ambos dançavam, como dois moleques de moedinhas, eram Brama e Krishna dançando.
A dança é uma das belas artes e Michael Jackson talvez um dia – se isto lhe vale de alguma coisa – seja visto como um Rembrandt ou um Matisse disso tudo que há em nós: a de que nos mexemos para nascer, nos mexemos para morrer, nos mexemos para dizer uns aos outros na noite escura…eu estou aqui. Por favor não me abandones.

Por isso, quando as pessoas se juntam em Paris e Nova York para cantarem o «I'm bad» tudo aquilo me parece uma acção de graças onde Michael renasce fora do sarcófago e parece-me que lentamente se torna o hino de Neda, o hino de quem se recusa a ser supérfulo.

Michael Jackson, por André Bandeira

Todos são porreiros, quando morrem. Já não estão à frente para se irritarem connosco e se tornarem pesados.
Parece que o menino Michael, depois de um bocado maltratado pelo pai Jackson que desejava uma vida melhor para os filhos todos (a vida que ele não teve) deixou de dançar pela nossa imaginação acima. O seu estilo era especial, só dele, do seu cabelo, do seu rosto progressivamente escondido, atónito, moribundo. A sua voz cada vez mais fina, mais seduzida pela doçura hipnotizante de quem sabe que tudo isto é uma peça amarga e sobre a qual ele pretendia correr o pano. Pois foi encontrado com esse reposteiro negro arrancado do crânio pelado, como um palco vindo abaixo e, pelos vistos, anoréxico dum mundo do qual já não queria absorver mais nada. As dores que tinha e que adormecia eram apenas protestos dum sono que queria eterno. E nós ficámos de mão parada, subitamente animalizados no gesto de lhe atirar moedinhas. A massa feroz quis julgá-lo por meter o bebé fora da varanda. Um rapazito é capaz de ter inventado uma história medonha sobre ele que o fez caminhar como um morto-vivo pelo resto da sua existência. As forças medonhas da inveja encarregaram-se de o apanhar a dizer «gosto de me deitar com meninos», ele que, certamente, a pouca felicidade que teve, entre os ensaios cruéis dos Jackson Five, quando era miúdo, foi a de se deitar com os irmãos e adormecerem a rir e a brincar nos motéis onde o pai Jackson os albergava num só quarto para poupar.
Tinha um estilo que era dele. O breakdance fazia-o suave como uma caminhada lunar, como quem emerge da Bronx e atravessa os arranha-céus sobre um fio de luz. Quando gritava o «I’m bad», não havia nada de realmente mau naquele dançarino, mas apenas um miúdo cansado de carregar tijolos às costas. As suas dívidas milionárias são apenas um montão de carros velhos que já ninguém compra. Desse pequeno momento em que dançou com o velho James Brown e se deram as mãos, se pode ter um exemplo do afecto que pode ligar dois homens, no respeito e na admiração mútua, bem diferente desta civilização de machos que se tansformam em gelatina quando cessam de se repetir. E nas lágrimas que Jackson deixou correr nesse momento, enquanto ambos dançavam, como dois moleques de moedinhas, eram Brama e Krishna dançando.
A dança é uma das belas artes e Michael Jackson talvez um dia – se isto lhe vale de alguma coisa – seja visto como um Rembrandt ou um Matisse disso tudo que há em nós: a de que nos mexemos para nascer, nos mexemos para morrer, nos mexemos para dizer uns aos outros na noite escura…eu estou aqui. Por favor não me abandones.

Por isso, quando as pessoas se juntam em Paris e Nova York para cantarem o «I'm bad» tudo aquilo me parece uma acção de graças onde Michael renasce fora do sarcófago e parece-me que lentamente se torna o hino de Neda, o hino de quem se recusa a ser supérfulo.

Friday, June 26, 2009

Mike Gilbert on Cinema Outtakes

As promised, here are some outtakes from my earlier film "Mike Gilbert on Cinema."

As you can see, it was recorded pretty off-the-cuff, so stitching the original together was quite the chore. (Hell, even editing these outtakes together was a pain in the ass. Er, um, but it was all worth it!)

This is a peek behind the curtain of the pain and frustration that Mike goes through in order to create the apparently seamless magic of his final performance.

Mike Gilbert on Cinema Outtakes

Thursday, June 25, 2009

XXIII - (Re)leituras -- A traição dos intelectuais, de Julien Benda, por André Bandeira

Reler este livro, na versão de 1927, pode ser feito de muitas formas. A da política, República ou Monarquia, Alemanha ou França, Fascismo ou Comunismo, Semitismo ou Anti-semitismo.Eu prefiro lê-lo como uma Obra de Arte. Nesse aspecto, é uma obra singular, em que, em vez de cores, ou imagens,o autor utiliza pensamentos, citações, ideias. Assim,vamos esquecer que Benda se atirava a Charles Maurras, o qual escrevia tão bem como ele. Vamos esquecer que Benda se traíu a si mesmo, apesar de ter realçado tanto a vaidade letal dos intelectuais, quando escrevia isto em 1927 e,19 anos depois, se fartou de perseguir os colaboracionistas como Brasillach, ou os traidores como Nizan, quando estes estavam encostados ao cêpo, sem se traírem a si mesmos, enquanto Jean Paulhan, verdadeiro Resistente, lhes tentava defender a Vida. Vamos esquecer que Benda acabou a apoiar Estaline. Vamos apenas concentrar-nos nessa quimera que Benda persegue, a de que talvez haja uma ideia para tudo. Ele, que critica a venenosa mania da «prática» em quem se devia dedicar à Beleza, acaba por idealizar tudo, aquilo tudo que é uma colecção das coisas práticas de um leitor: cada obra, uma bibliografia, um estado de alma de um Escritor, uma máxima, um entusiasmo. Benda critica os «práticos» mas não sabe que ele é um prático da Arte e escreve como um artista quando pensava que era um intelectual. Triste sina a de um judeu, eternamente procurando uma pedra onde descansar a cabeça. Afinal essa pedra era o benfajezo cansaço da sua própria cabeça. Dreyfus foi um mártir da brutalidade humana mas muitos dos que o condenaram morreram honradamente como mártires. Quem quer saber destas dores antigas, mas também destes sonhos, como na canção de Marlene Dietrich? Talvez aqueles que não queremos ver no martírio final de Farrah Fawcett o que será Cristiano Ronaldo daqui a uns anos, ou que não queiramos ver em Berlusconi um homem como os outros ou em Nede, a nossa filha que devíamos ter protegido de apanhar um tiro. Também nós, jornalistas activos ou passivos, somos artistas que confundimos o sonho com a realidade e queremos uma ideia para tudo, quando as ideias são outra coisa, graças a Deus, e perduram apesar dos nossso estados de alma. Aprendamos, com Julien Benda, que a arte vale por si, seja ou não fiel às ideias e, contra Julien Benda, que a arte pode ser traída por quem busca a glória no talento. Se nos lembrarmos, agradeçamos a Deus, de cada vez que nos sentamos e podemos pôr um prato de sopa à nossa frente. Quão raro e fugaz é o pão deste mundo.

XXIII - (Re)leituras -- A traição dos intelectuais, de Julien Benda, por André Bandeira

Reler este livro, na versão de 1927, pode ser feito de muitas formas. A da política, República ou Monarquia, Alemanha ou França, Fascismo ou Comunismo, Semitismo ou Anti-semitismo.Eu prefiro lê-lo como uma Obra de Arte. Nesse aspecto, é uma obra singular, em que, em vez de cores, ou imagens,o autor utiliza pensamentos, citações, ideias. Assim,vamos esquecer que Benda se atirava a Charles Maurras, o qual escrevia tão bem como ele. Vamos esquecer que Benda se traíu a si mesmo, apesar de ter realçado tanto a vaidade letal dos intelectuais, quando escrevia isto em 1927 e,19 anos depois, se fartou de perseguir os colaboracionistas como Brasillach, ou os traidores como Nizan, quando estes estavam encostados ao cêpo, sem se traírem a si mesmos, enquanto Jean Paulhan, verdadeiro Resistente, lhes tentava defender a Vida. Vamos esquecer que Benda acabou a apoiar Estaline. Vamos apenas concentrar-nos nessa quimera que Benda persegue, a de que talvez haja uma ideia para tudo. Ele, que critica a venenosa mania da «prática» em quem se devia dedicar à Beleza, acaba por idealizar tudo, aquilo tudo que é uma colecção das coisas práticas de um leitor: cada obra, uma bibliografia, um estado de alma de um Escritor, uma máxima, um entusiasmo. Benda critica os «práticos» mas não sabe que ele é um prático da Arte e escreve como um artista quando pensava que era um intelectual. Triste sina a de um judeu, eternamente procurando uma pedra onde descansar a cabeça. Afinal essa pedra era o benfajezo cansaço da sua própria cabeça. Dreyfus foi um mártir da brutalidade humana mas muitos dos que o condenaram morreram honradamente como mártires. Quem quer saber destas dores antigas, mas também destes sonhos, como na canção de Marlene Dietrich? Talvez aqueles que não queremos ver no martírio final de Farrah Fawcett o que será Cristiano Ronaldo daqui a uns anos, ou que não queiramos ver em Berlusconi um homem como os outros ou em Nede, a nossa filha que devíamos ter protegido de apanhar um tiro. Também nós, jornalistas activos ou passivos, somos artistas que confundimos o sonho com a realidade e queremos uma ideia para tudo, quando as ideias são outra coisa, graças a Deus, e perduram apesar dos nossso estados de alma. Aprendamos, com Julien Benda, que a arte vale por si, seja ou não fiel às ideias e, contra Julien Benda, que a arte pode ser traída por quem busca a glória no talento. Se nos lembrarmos, agradeçamos a Deus, de cada vez que nos sentamos e podemos pôr um prato de sopa à nossa frente. Quão raro e fugaz é o pão deste mundo.

Tuesday, June 23, 2009

Mike Gilbert On...

I broke out sections from the longer "Mike Gilbert on Cinema" film (a 10-minute behemoth) into some bite-sized chunks, all under 1 minute.

Check back in a couple of days for "Outtakes From Mike Gilbert On Cinema".

Mike Gilbert On Miami Vice


Mike Gilbert on Tom Cruise


Mike Gilbert on Paris Hilton


Mike Gilbert on Fox


The "Mike Gilbert on Cinema" MySpace site:
www.myspace.com/mikegilbertoncinema

My YouTube movie page:
www.youtube.com/user/adrianbetamax
(Subscribe to my videos if you like what you see.)

Saturday, June 20, 2009

The Infamous Tree Film

Here is a film I made quite a while back (around November 21, 2007) but am only posting now. Much derided, and probably rightly so, I have maintained a bizarre fondness for it.

The film class assignment was to do a film in only three shots, and to think carefully about the cuts. Sensible suggestions included "Action, reaction, consequence," or "Beginning, middle, end (but not necessarily in that order)".

For some reason, my attempts at getting together a narrative film were thwarted, and out of some test footage for one of those narratives, I decided to just experiment with editing and the interplay between sound and image.

Here is the result, the much derided, infamous tree film, known simply as "3-Shot Film".

Please note: 5 seconds of black leader precedes the film, and it is generally not recommended that you hit the HQ button because playback is too slow, and quality seems fine on regular play.

http://www.youtube.com/watch?v=ZhuH5g7AxkQ

Thursday, June 18, 2009

A Time for Killing - Review

As it turns out, my idea of using A Time for Killing (1967, Phil Karlson) as a jumping-off point for looking at the career of Phil Karlson was less than fortuitous, since Roger Corman was the original director, replaced by Karlson at some unknown point in the filmmaking. Although it was exciting to get that correction from famed film director Joe Dante in an unexpected visit to my comments section!

Despite the uncertainty about when he joined the film, I thought there were umistakable signs of Phil Karlson's touch that marked it as a legitimate but weak part of his oeuvre. The very intense close-ups reminded me of 99 River Street. In A Time for Killing, the extreme close-ups during the confrontation between George Hamilton and Max Baer Jr. are exquisitely and dramatically lit to a pleasantly jarring and intensifying effect. I can't cue up 99 River Street to check, but I remember something similar occurring in it (it may be the particular angle on the actors' faces that makes it a Karlson touch to me).

In a way, this alternating intense close-ups style is a microcosm of Karlson's approach to filmmaking. More so than most filmmakers, he keys in deeply on a few very intense, small-scale interpersonal relationships/confrontations. He draws you in to the characters and their confrontations at a very personal, intimate level, no matter how grand the setting of the drama, and frequently uses extreme close-ups at high points so that you get a an intense feeling for the emotions that the characters are feeling (and that the actors are hopefully effectively delivering). It's a small-scale cinema. This Western is not like Anthony Mann's. It may feature some scenery, but he does not film it in the same way. To be fair, the Netflix instant watch feature, which was the only way to view this rare film, other than awaiting a fortuitously timed Starz airing, was a panned-and-scanned version of a 2.35 film (per IMDB). Although I don't think seeing it properly would change my opinion because the amount of time he devotes to the landscape and how he uses it within the shots (for instance dollying against a certain background) would remain unchanged.

Despite being able to identify some Karlson trademarks, the film is not terrific. It is watchable and enjoyable to a point but faded quickly from consciousness for me and would not invite further viewings, not even the chance to see it in a proper letterbox format. One key problem that drags this down is the acting: George Hamilton is not a good actor, and I am not a fan of Glenn Ford, who brings pretty much the same narrow range of emotional gradations to almost every film he is in. (There are exceptions.) Inger Stevens was new to me and was not spectacular but was better to me than the guys. The film, probably due to its gestation as a project of two directors (and a studio with its own interests), seemed jumpy in places, and Inger Stevens' feistiness comes unexpectedly and at a much higher intensity level than was justified by her earlier scenes. (We hadn't seen a glimmer of it. She was a wallflower.) The film also has some ugly subject matter in terms of the rape. (I should elaborate on that, but I'm polishing off this review that I first drafted months ago when I watched the film.)

While it's like any film that takes a major event, like the Civil War, and approaches it through several characters (The Good, the Bad and the Ugly), I sense what I feel is the Karlson touch in this film where he does not seem to care as much about the large historical event but is more interested in these characters. In a film like this, his trademark is a detriment, because it is such a significant event in our history, and he is far less inquisitive about the historical aspects. To be fair, the plot is intimately tied to the Civil War, with George Hamilton wearing his Southern pride to the point of insanity, but Glenn Ford is more reactive to Hamilton, who is reduced to a crazy character for which the Civil War is only a device to motivate his behavior and create an interesting story. I think a better director (or maybe even Karlson if he had involvement from the beginning of the project) would have created a story that reflected more deeply on the Civil War and surrounding issues at the same time it told its characters' story.

Possible evidence of studio interference seemed in evidence to me in the form of the two stupid characters played by Corman/Dante regular Dick Miller and Emile Meyer (I think is the actor's name). Their scenes without exception seemed shoehorned in for comic relief very uneasily in a film in which they had no place. I wondered if some successful recent film had a similar dynamic that prompted the studio to insist. I was really scratching my head at Karlson for their inclusion, until Joe Dante educated me about Corman's involvement and stated that all the casting was Corman's (and probably the studio as well). So I'm quick to put all blame for that on Corman, although he may have had a plan that would have integrated them into the film less jarringly.

I have to admit it was pretty neat to see Harrison Ford in a film from 1967, after trying in vain to spot where the hell he is in Zabriskie Point (my conclusion is he is not in it!). Although he is so young in A Time for Killing that I totally missed him. I realized who it had to be later but his character didn't show up again after I had figured it out. I rewatched the beginning and was amazed I had watched his scenes without realizing it was him.

Also Timothy Carey, who I was quite excited to notice in the cast list, comes off pretty terribly in this film. It's the usual Carey insanity but it's just peppered here and there and not weaved in enough to build a fully developed character.

I am not going to write a reconsideration of Phil Karlson attempting to elevate him for consideration as one of the true greats, as I thought perhaps I might have done during this exercise in analysis. He is a director of interest but not one of the great artists. If you are watching an exciting genre film, especially a film noir, selecting a Phil Karlson film is going to be far more satisfying than a Henry Hathaway film. This exercise has helped me categorize him (although unfairly since he joined the film late). I think he is a director of high ability in his craft but, for my money, not one with the astronomically high artistic goals of, say, a Bergman, Fellini or Godard. Even Anthony Mann I think is reaching for something higher, and more clearly, Nicholas Ray, to cite just some random examples. As mentioned earlier in this blog, I'm searching for art, and I don't think we should spend a lot of time on directors who fall (or especially aim) short of it. Although a big caveat to that snobbishness is that with the right script, key crew and amazing performances, a director like this can easily make a film that achieves that high level. But other directors, like Sam Fuller, are more odds-on favorites to deliver something deeply artistically moving.

Tuesday, June 16, 2009

XXII -(Re)leituras - The Civil War Diary of Emma Simpson, de Barry Denenberg, por André Bandeira

As guerras civis são fenómenos horrendos. A guerra é algo que não se pode expulsar facilmente das nossas existências mas, quando ela é civil, quer dizer que expulsá-la é como abater as paredes e o teto da própria casa para se lutar mais à-vontade.Este diário de 1864, duma rapariga de quinze anos do Sul dos Estados Unidos, faz-me lembrar esse grande actor Patrick Swaize, que decidiu enfrentar a morte inevitável com cancro do pâncreas, sem tratamentos. Ele protagonizou, em tempos, uma bela série de Televisão sobre a Guerra da Secessão norte-americana. No diário de Emma Simpson, vai-se passando de um cenário de elegância e amor, até ao pesadelo diário, sem se sair de casa. Curiosamente, na família desfeita dos sulistas Simpson, restam duas tias velhas, a própria escritora e dois escravos negros que não as largaram. Todos morrem tragicamente excepto a escritora, a quem o amor por um soldado confederado, que teve a sorte de ter sido feito prisioneiro, permitiu sobreviver. Os exércitos garbosos do Sul, vitoriosos à partida, acabam por desfilar em frente à casa, desfeita, descalços, agonizantes e desvairados. Um soldado ferido do Norte depositado pelos seus camaradas nos jardins da casa agradece a água que a escritora lhe dá, antes de morrer, dizendo apenas:«Um homem com sede agradece-lhe, senhora».Os animais são mortos, os soldados pilham, violam, aterrorizam. Os negros fogem para o Norte, em busca da Liberdade e alguns vingam-se, nomeadamente aqueles a quem os patrões batiam ou que lhes separavam as famílias, vendendo um filho ou a mulher e impedindo depois as visitas. É todo um mundo que rui, em loucura e terror, onde dantes havia injustiça e crueldade mas onde este terror não cura nada, antes faz da crueldade uma orgia completa. No meio da brutalidade sem limites, qualquer gesto de delicadeza adquire um valor incrível, como se um simples bom pensamento fosse a única recordação de que a noite acabará um dia. E todos nos precipitamos neste poço como que obrigados. Para quê? Só para emergirmos um dia e, para num outro dia ainda voltarmos a cair. Quando já nem nos lembrarmos porquê, por que bandeiras, por que brilhos, por que slogans...há certamente, qualquer coisa na sucessão dos dias e das noites, dos passarinnhos que voltam a cantar de madrugada, que nos diz essa outra palavra sem som e que dura uma eternidade a ser pronunciada.

XXII -(Re)leituras - The Civil War Diary of Emma Simpson, de Barry Denenberg, por André Bandeira

As guerras civis são fenómenos horrendos. A guerra é algo que não se pode expulsar facilmente das nossas existências mas, quando ela é civil, quer dizer que expulsá-la é como abater as paredes e o teto da própria casa para se lutar mais à-vontade.Este diário de 1864, duma rapariga de quinze anos do Sul dos Estados Unidos, faz-me lembrar esse grande actor Patrick Swaize, que decidiu enfrentar a morte inevitável com cancro do pâncreas, sem tratamentos. Ele protagonizou, em tempos, uma bela série de Televisão sobre a Guerra da Secessão norte-americana. No diário de Emma Simpson, vai-se passando de um cenário de elegância e amor, até ao pesadelo diário, sem se sair de casa. Curiosamente, na família desfeita dos sulistas Simpson, restam duas tias velhas, a própria escritora e dois escravos negros que não as largaram. Todos morrem tragicamente excepto a escritora, a quem o amor por um soldado confederado, que teve a sorte de ter sido feito prisioneiro, permitiu sobreviver. Os exércitos garbosos do Sul, vitoriosos à partida, acabam por desfilar em frente à casa, desfeita, descalços, agonizantes e desvairados. Um soldado ferido do Norte depositado pelos seus camaradas nos jardins da casa agradece a água que a escritora lhe dá, antes de morrer, dizendo apenas:«Um homem com sede agradece-lhe, senhora».Os animais são mortos, os soldados pilham, violam, aterrorizam. Os negros fogem para o Norte, em busca da Liberdade e alguns vingam-se, nomeadamente aqueles a quem os patrões batiam ou que lhes separavam as famílias, vendendo um filho ou a mulher e impedindo depois as visitas. É todo um mundo que rui, em loucura e terror, onde dantes havia injustiça e crueldade mas onde este terror não cura nada, antes faz da crueldade uma orgia completa. No meio da brutalidade sem limites, qualquer gesto de delicadeza adquire um valor incrível, como se um simples bom pensamento fosse a única recordação de que a noite acabará um dia. E todos nos precipitamos neste poço como que obrigados. Para quê? Só para emergirmos um dia e, para num outro dia ainda voltarmos a cair. Quando já nem nos lembrarmos porquê, por que bandeiras, por que brilhos, por que slogans...há certamente, qualquer coisa na sucessão dos dias e das noites, dos passarinnhos que voltam a cantar de madrugada, que nos diz essa outra palavra sem som e que dura uma eternidade a ser pronunciada.

Thursday, June 11, 2009

XXI - (Re)leituras: o discurso do Cairo, por André Bandeira

O discurso do presidente norte-americano na Universidade do Cairo, pode começar agora a ser julgado. Certamente que não se tornou significativo porque houve antes o «discurso de Osama», o qual julgávamos meio-morto e que disse, em resumo, que o discurso de Obama de pouco valeria enquanto os americanos andassem a matar e deslocar milhões de pessoas no Paquistão. Também nos tempos do «Equilíbrio do Terror», as novidades duma parte eram antecipadas pela outra, que dizia saber tudo. Muito antes de Bush ter reinventado o ataque antecipado, já todos nós o sabíamos e começámos a atacar por antecipação, em todo o lado, não como quem pretende provar que é mais rápido mas como quem se consegue libertar mais depressa de ilusões e hipnoses, nomeadamente na Bolsa de Valores. Enfim, o animal que triunfa na actual conjuntura da luta pela vida é uma espécie de lôbo negro, que não faz ruído e ataca de noite quando o dia é ainda e apenas um rio nocturno.Mas o «discurso de Osama» não preveniu o de Obama. Ante tantas guerras, acidentes e angústias, as palavras de Obama vão fazendo sentido. Primeiro: uma rapariga pode decidir usar um lenço na cabeça, mesmo na sala de aula, mas só se o fizer livremente. O que significa isto? Direito à privacidade na Educação. Uma confissão religiosa pode decidir mobilizar uma percentagem dos rendimentos para esmola. O que significa isto? Direito à propriedade. « A Paz esteja convosco». O que significa isto? Não tenho o direito de desejar para o outro o que desejaria para mim porque o outro pode ser diferente de mim. Há mil e duzentas mesquitas nos EUA? Existe pelo menos um país onde o convívio e as leis que o regem, permitem cultos diferentes. A civilização islâmica deu-nos imensos contributos? Que bom. Quem salva alguém salva a Humanidade inteira. Todas as religiões defendem um princípio de que não se deve fazer aos outros o que não queremos que nos façam a nós? Então quem mata e tortura em nome de uma religião, é preferível que reze.
Não. Osama não tirou o tapete a Obama. Não sabemos se Obama se foi apenas dirigir a uma das religiões que mais se expande no mundo, entre aqueles jovens que têm a riqueza enorme da sua juventude e que têm a vida e a Esperança do lado deles, mesmo quando estão a dormir. Mas o que ficou foi apenas esperança, espelhada no rosto de um homem bem intencionado. Mas Deus: Tu conheces o nosso coração.Então temos uma certeza: Deus tem Conhecimento.

XXI - (Re)leituras: o discurso do Cairo, por André Bandeira

O discurso do presidente norte-americano na Universidade do Cairo, pode começar agora a ser julgado. Certamente que não se tornou significativo porque houve antes o «discurso de Osama», o qual julgávamos meio-morto e que disse, em resumo, que o discurso de Obama de pouco valeria enquanto os americanos andassem a matar e deslocar milhões de pessoas no Paquistão. Também nos tempos do «Equilíbrio do Terror», as novidades duma parte eram antecipadas pela outra, que dizia saber tudo. Muito antes de Bush ter reinventado o ataque antecipado, já todos nós o sabíamos e começámos a atacar por antecipação, em todo o lado, não como quem pretende provar que é mais rápido mas como quem se consegue libertar mais depressa de ilusões e hipnoses, nomeadamente na Bolsa de Valores. Enfim, o animal que triunfa na actual conjuntura da luta pela vida é uma espécie de lôbo negro, que não faz ruído e ataca de noite quando o dia é ainda e apenas um rio nocturno.Mas o «discurso de Osama» não preveniu o de Obama. Ante tantas guerras, acidentes e angústias, as palavras de Obama vão fazendo sentido. Primeiro: uma rapariga pode decidir usar um lenço na cabeça, mesmo na sala de aula, mas só se o fizer livremente. O que significa isto? Direito à privacidade na Educação. Uma confissão religiosa pode decidir mobilizar uma percentagem dos rendimentos para esmola. O que significa isto? Direito à propriedade. « A Paz esteja convosco». O que significa isto? Não tenho o direito de desejar para o outro o que desejaria para mim porque o outro pode ser diferente de mim. Há mil e duzentas mesquitas nos EUA? Existe pelo menos um país onde o convívio e as leis que o regem, permitem cultos diferentes. A civilização islâmica deu-nos imensos contributos? Que bom. Quem salva alguém salva a Humanidade inteira. Todas as religiões defendem um princípio de que não se deve fazer aos outros o que não queremos que nos façam a nós? Então quem mata e tortura em nome de uma religião, é preferível que reze.
Não. Osama não tirou o tapete a Obama. Não sabemos se Obama se foi apenas dirigir a uma das religiões que mais se expande no mundo, entre aqueles jovens que têm a riqueza enorme da sua juventude e que têm a vida e a Esperança do lado deles, mesmo quando estão a dormir. Mas o que ficou foi apenas esperança, espelhada no rosto de um homem bem intencionado. Mas Deus: Tu conheces o nosso coração.Então temos uma certeza: Deus tem Conhecimento.

Wednesday, June 10, 2009

Monday, June 8, 2009

10 de Junho - Dia de Portugal

Todos à rua com o PNR


No dia 10 de Junho, novamente, o PNR vai celebrar o Dia de Portugal, com uma manifestação em Lisboa.
16.00 horas Concentração no Largo de Camões.
16.30 horas Desfile até à Praça dos Restauradores.
17.30 horas Discursos (na Praça dos Restauradores).
Nesse dia, é um dever patriótico abdicar da praia ou de outro legítimo e normal programa familiar ou social para estar na rua a celebrar a nossa Nação.

PNR 2009

Resultado das Europeias e mensagem de agradecimento do PNR

Numa altura em que ainda faltam apurar votos nos consulados, de portugueses residentes no estrangeiro, sabe-se que a candidatura do PNR às Eleições Europeias de 2009 mereceu a confiança de, pelo menos, 13.029 eleitores.
Trata-se de um aumento de 4.915 votos, em relação às últimas europeias de 2004, o que representa uma notável subida de 60,6%.
O PNR agradece, antes de mais, a todos os que se empenharam na candidatura encabeçada pelo Prof. Humberto Nuno Oliveira, bem como a todos os portugueses que confiaram o seu voto à alternativa nacionalista.
Entramos agora, já a partir de hoje, em pré-campanha para as eleições autárquicas e legislativas que se realizam este ano, para as quais contamos, novamente, com a ajuda de todos os militantes e simpatizantes do PNR.



Friday, June 5, 2009

PNR na EUROPA 2009

Só uma candidatura se apresenta a estas eleições europeias como sendo pró-Pátria, pró-Vida e pró-Família, e a única não-internacionalista, não-federalista, não-globalização. Essa candidatura é a lista Nacionalista do PNR liderada por Humberto Nuno Oliveira.


Não votar não é protestar, a abstenção é a arma dos políticos do sistema, que preferem ter os cidadãos longe da política.

PNR na EUROPA 2009

No encerramento da campanha


PNR na EUROPA 2009



Balanço Campanha: PNR entre a desconfiança e a adesão

PNR na EUROPA 2009



PNR contra entrada da Turquia na União Europeia

Wednesday, June 3, 2009

PNR na EUROPA 2009

UM PAÍS DE PERNAS PARA O AR...

Uma democracia de "faz-de-conta"...


Conforme é público, encontro-me com a medida de coação de Termo de Identidade e Residência no âmbito de uma queixa-crime apresentada contra mim por parte do Vereador da CML, José Sá Fernandes, em virtude do cartaz afixado pelo PNR em 29 de Setembro de 2008, na Praça de Entrecampos. De momento, contudo, tenho já acusação deduzida por parte do Ministério Público, tendo como denunciantes o Vereador Sá Fernandes e a Alta Comissária Rosário Farmhouse.


Quanto a este facto, que configura uma pura perseguição política, pela simples razão de ter opinião própria e de a manifestar abertamente, tenho a considerar o seguinte:

1 - O Procurador-Geral da República, no início do seu mandato denunciou publicamente a existência de feudos dentro da PGR. Tais declarações levantaram as polémicas habituais sempre que se dizem verdades incómodas, mas pessoalmente nunca duvidei de que tal fosse provável.
Aliás, de momento tenho fortíssimos indícios da existência de tais poderes dos feudos, pois só ela justifica o facto insólito de eu estar acusado, por motivos políticos, por parte da “Unidade Especial de Investigação ao Crime Especialmente Violento” do DIAP, como se a minha conduta alguma vez se enquadrasse num crime e ainda por cima especialmente violento.

2 - Relembro que o cartaz afixado pelo PNR em 29 de Setembro de 2008, na Praça de Entrecampos, com uma mensagem política contra as políticas de imigração, é perfeitamente legal e que se enquadra na livre expressão dos partidos políticos consagrada na Constituição Portuguesa.
Esse cartaz do PNR foi removido no dia 6 de Outubro, pelos serviços camarários, por ordem expressa de Sá Fernandes, num claro abuso de poder, difamação e dano qualificado, movido apenas por motivações político-ideológicas, impondo assim restrições arbitrárias à livre mensagem de um partido político.

3 - No dia da remoção, o mediatismo de tal atitude, trouxe a público as declarações do próprio Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, segundo as quais, em sua opinião nada havia de ilícito penal na mensagem política do cartaz.Também os comentadores políticos, Pacheco Pereira e Lobo Xavier, publicamente demonstraram a sua indignação por tal forma persecutória e restritiva dos direitos políticos dos partidos.

4 - Só à luz desta lógica da existência de feudos, com sede de perseguição aos Nacionalistas, se entende como pode ser proferida acusação contra mim, vinda de uma unidade de crime especialmente violento, baseada exclusivamente em argumentação político-ideológica e fundamentada num texto todo ele subjectivo, de juízo de valor e de presunção das minhas intenções.


5 - É este o ambiente de terror e perseguição que se vive em Portugal, embora de forma dissimulada e revestida da mais sórdida hipocrisia.Em Portugal é efectivamente perigoso ter-se uma voz dissonante daquilo que está estipulado pela ditadura do pensamento, sendo que esta é vigiada, por sua vez, pela ditadura cultural marxista, e requer, por isso, uma determinação férrea e uma coragem ímpar para se fazer frente aos donos do poder e não ceder às suas imposições.

Face ao exposto, repudio assim veementemente a acusação contra mim proferida e denuncio publicamente a perseguição que configura o facto de um departamento do MP, vocacionado para o crime especialmente violento, se imiscuir em assuntos estritamente políticos, perseguindo-me como se de um criminoso se tratasse.

Afirmo também a disposição de lutar judicialmente contra aqueles que, no campo político e no judicial se movem por perseguições políticas, requerendo a abertura de instrução e o combate judicial até ao fim.

Reafirmo ainda e por fim que, como diversas vezes o tenho dito, nem esta nem qualquer outra perseguição ou obstáculo me farão calar ou retorquir. A minha determinação não vai jamais esmorecer, bem pelo contrário, a cada dia se fortalece mais e ganha novo alento na luta que travo pela causa Nacionalista e por Portugal.

José Pinto-Coelho
2 de Junho de 2009


Tuesday, June 2, 2009

 
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