Crise nas Universidades Públicas
O ministro Mariano Gago, admitiu que existem maus gestores nas universidades públicas. E logo a seguir acrescentou que confia na autonomia universitária.
A autonomia assenta em três pilares – o financiamento, a avaliação e uma realidade mais difícil de definir a que podemos chamar o carácter humanista do ensino e da investigação. Quanto ao financiamento do ensino superior público a despesa aumentou muito com a contribuição de 11% para a Segurança Social. Várias Universidades entraram em rotura financeira, situação que umas enfrentaram com reforços orçamentais e outras utilizando os saldos de receitas próprias. Mas como entre 2005 e 2008, as dotações diminuíram, em percentagem do PIB, cerca de 16%”, a situação é insustentável a médio prazo. Por isso, os ex-reitores escreveram ao órgãos do poder a apelar por uma revisão da actual política de financiamento.
Mas os ex-reitores não falam que a universidade que aspira à produção, transmissão ou a aquisição de um saber autónomo em relação ao poder e ao dinheiro tem que ser governada pela investigação da verdade mais do que pela utilidade. Tal é o núcleo vivo de qualquer universidade. Se este ideal universitário é obsoleto, deite-se fora e façam-se escolas superiores. Qualquer das 10 melhores universidades americanas tem um orçamento supeiror a duas vezes todo o orçamento do ministerio português do ensino superior. Mas a força das universidades americanas, para além dos seus meios financeiros, é que souberam favorecer a dimensão antiutilitária, interdisciplinar e humanista do saber.
Friday, November 21, 2008
Crise nas Universidades Públicas
Crise nas Universidades Públicas
O ministro Mariano Gago, admitiu que existem maus gestores nas universidades públicas. E logo a seguir acrescentou que confia na autonomia universitária.
A autonomia assenta em três pilares – o financiamento, a avaliação e uma realidade mais difícil de definir a que podemos chamar o carácter humanista do ensino e da investigação. Quanto ao financiamento do ensino superior público a despesa aumentou muito com a contribuição de 11% para a Segurança Social. Várias Universidades entraram em rotura financeira, situação que umas enfrentaram com reforços orçamentais e outras utilizando os saldos de receitas próprias. Mas como entre 2005 e 2008, as dotações diminuíram, em percentagem do PIB, cerca de 16%”, a situação é insustentável a médio prazo. Por isso, os ex-reitores escreveram ao órgãos do poder a apelar por uma revisão da actual política de financiamento.
Mas os ex-reitores não falam que a universidade que aspira à produção, transmissão ou a aquisição de um saber autónomo em relação ao poder e ao dinheiro tem que ser governada pela investigação da verdade mais do que pela utilidade. Tal é o núcleo vivo de qualquer universidade. Se este ideal universitário é obsoleto, deite-se fora e façam-se escolas superiores. Qualquer das 10 melhores universidades americanas tem um orçamento supeiror a duas vezes todo o orçamento do ministerio português do ensino superior. Mas a força das universidades americanas, para além dos seus meios financeiros, é que souberam favorecer a dimensão antiutilitária, interdisciplinar e humanista do saber.
O ministro Mariano Gago, admitiu que existem maus gestores nas universidades públicas. E logo a seguir acrescentou que confia na autonomia universitária.
A autonomia assenta em três pilares – o financiamento, a avaliação e uma realidade mais difícil de definir a que podemos chamar o carácter humanista do ensino e da investigação. Quanto ao financiamento do ensino superior público a despesa aumentou muito com a contribuição de 11% para a Segurança Social. Várias Universidades entraram em rotura financeira, situação que umas enfrentaram com reforços orçamentais e outras utilizando os saldos de receitas próprias. Mas como entre 2005 e 2008, as dotações diminuíram, em percentagem do PIB, cerca de 16%”, a situação é insustentável a médio prazo. Por isso, os ex-reitores escreveram ao órgãos do poder a apelar por uma revisão da actual política de financiamento.
Mas os ex-reitores não falam que a universidade que aspira à produção, transmissão ou a aquisição de um saber autónomo em relação ao poder e ao dinheiro tem que ser governada pela investigação da verdade mais do que pela utilidade. Tal é o núcleo vivo de qualquer universidade. Se este ideal universitário é obsoleto, deite-se fora e façam-se escolas superiores. Qualquer das 10 melhores universidades americanas tem um orçamento supeiror a duas vezes todo o orçamento do ministerio português do ensino superior. Mas a força das universidades americanas, para além dos seus meios financeiros, é que souberam favorecer a dimensão antiutilitária, interdisciplinar e humanista do saber.
Sunday, November 9, 2008
A finalidade do Estado é a liberdade

Amsterdão vai homenagear um dos seus filhos mais famosos: o judeu lusodescendente Bento de Espinosa (1632-1677), filho de agricultores de Beja que escreveu que “A finalidade do Estado é a liberdade”. A frase estará no pedestal da estátua a inaugurar a 24 de Novembro, dia do aniversário, no Zwanenburgwal onde ele viveu. Mas Espinoza ainda causa controvérsia O mayor de Amsterdão, Cohen, quer fazer o filósofo tão emblemático de Amsterdão como Erasmo é de Roterdão.
O monumento por Nicolas Dings é uma representação em granito de um icosaedro - um globo de vinte triângulos idênticos que simbolize a idéia do universo como um modelo cuja forma é dada pelo intelecto humano. A representação figurativa de Spinoza tem uma capa decorada com pardais, periquitos e rosas. Os periquitos são os animais de estimação exóticos nas árvores de Amsterdão visto que o pardal holandês está a desparecer. Os pássaros são símbolos de Amsterdão como uma cidade emigrante. As raizes Portuguesas-Judaicas do filósofo fazem dele um imigrante.
As suas idéias na tolerância religiosa e de liberdade de expressão são mais relevantes agora do que nunca quando o medo do fanatismo islâmico e o terrorismo aumentam a pressão. De acordo com Espinoza, Deus não tem num plano, está na natureza, e a Bíblia foi feita poelos povo. No seu Tractatus Theologico-Politicus (1670) escreveu: “Amsterdão progride por tudo o que a liberdade pode dar. Aqui, povos de todos os credos vivem em paz.
A finalidade do Estado é a liberdade

Amsterdão vai homenagear um dos seus filhos mais famosos: o judeu lusodescendente Bento de Espinosa (1632-1677), filho de agricultores de Beja que escreveu que “A finalidade do Estado é a liberdade”. A frase estará no pedestal da estátua a inaugurar a 24 de Novembro, dia do aniversário, no Zwanenburgwal onde ele viveu. Mas Espinoza ainda causa controvérsia O mayor de Amsterdão, Cohen, quer fazer o filósofo tão emblemático de Amsterdão como Erasmo é de Roterdão.
O monumento por Nicolas Dings é uma representação em granito de um icosaedro - um globo de vinte triângulos idênticos que simbolize a idéia do universo como um modelo cuja forma é dada pelo intelecto humano. A representação figurativa de Spinoza tem uma capa decorada com pardais, periquitos e rosas. Os periquitos são os animais de estimação exóticos nas árvores de Amsterdão visto que o pardal holandês está a desparecer. Os pássaros são símbolos de Amsterdão como uma cidade emigrante. As raizes Portuguesas-Judaicas do filósofo fazem dele um imigrante.
As suas idéias na tolerância religiosa e de liberdade de expressão são mais relevantes agora do que nunca quando o medo do fanatismo islâmico e o terrorismo aumentam a pressão. De acordo com Espinoza, Deus não tem num plano, está na natureza, e a Bíblia foi feita poelos povo. No seu Tractatus Theologico-Politicus (1670) escreveu: “Amsterdão progride por tudo o que a liberdade pode dar. Aqui, povos de todos os credos vivem em paz.
Saturday, November 8, 2008
X -(Re)Leituras: A Roménia depois de 1989, de Catherine Durandin e Zoe Petre, por André Bandeira
Um livro de duas historiadoras, sendo Zoe uma antiga conselheira do ex-Presidente de Direita, que tem hoje um partido irrelevante, Emil Constantinescu. O livro defende uma tese que toda a gente receia: que a Roménia, de todos os países da antiga Europa de Leste,foi aquele onde os membros do Partido Comunista, com o seu cortejo local de corruptos e tiranos, melhor se adaptaram. E equacionam o caso do seguinte modo: Ceausescu era realmente independente de Moscovo (tese contestada pelos historiadores russos e pela Espionagem norte-americana), de tal modo que Gorbachov teve mesmo de o mandar abaixo. Neste sentido, uma massa de militares, de agentes secretos (Securitate)e de pessoas com emprego ( inclusive os mineiros) se passaram de campo e serviram as cabeças do casal Ceausescu e uma espécie de Democracia, numa bandeja, aos russos. Mas, entretanto, Gorbachov era apeado e Moscovo passava do comunismo ao capitalismo selvagem. O que ficou? Ficou a capacidade de sobreviver, ficou uma velha Roménia que, em 1941, perdeu 200.000 pessoas a combater por Hitler, contra Moscovo e, em 1944, perdeu outros 200.000 a combater pelos Aliados contra a Alemanha, tudo isto para continuar a existir. Perdoem ser ignorante mas sempre pensei que a Roménia era a sul da Bulgária, porque esta sempre foi, pelo idioma e pela Igreja, muito naturalmente afeita a Moscovo. Ora a Roménia sempre foi muito romena,na sua diversidade, com os seus costumes, a sua música, o seu idioma. Mesmo os fascistas romenos, a Guarda de Ferro, eram os únicos fascistas que, apesar de terem cometido as maiores barbaridades, sabiam morrer, sem se moverem, debaixo de bala, por fidelidade ao seu comando e ao seu ideal que não era apenas violento.
Passeando pelo centro de Bucareste, em campanha eleitoral, dou esmola a gente boa que muitas vezes vejo em Portugal nos trabalhos mais humildes e topo com menos cães vadios do que os milhares que andavam livremente antes do presidente Basescu, então na Câmara, os limpar. Lembro-me do Rei Miguel que conheci nos seus modos simples e na sua permanente postura de saber ser digno perante quem o vai trair, a qualquer momento e de qualquer lado, mesmo da família, talvez até vendendo cara a pele, e renovo o meu amor por esta terra. A Roménia ligada ao solo, triste e nevoenta, com sóis orientais que arranja formas por vezes tortuosas de sobreviver. Na realidade, a Roménia apenas parece triste, para quem deixou de ver que as terras e os países foram compostos de pessoas, sobretudo de pessoas e por pessoas, antes de tudo. E sinto, no peito, que esta terra, nos seus vales, nos seus vampiros, na sua ingenuidade, nos seus pavores, nos seus ciganos que amontam a metade da alma romena, nos seus Cárpatos,se trata apenas dum enorme tesouro, algures nas traseiras da minha casa, a qual, sem ela, parecia um precipício sobre o Mar.
Passeando pelo centro de Bucareste, em campanha eleitoral, dou esmola a gente boa que muitas vezes vejo em Portugal nos trabalhos mais humildes e topo com menos cães vadios do que os milhares que andavam livremente antes do presidente Basescu, então na Câmara, os limpar. Lembro-me do Rei Miguel que conheci nos seus modos simples e na sua permanente postura de saber ser digno perante quem o vai trair, a qualquer momento e de qualquer lado, mesmo da família, talvez até vendendo cara a pele, e renovo o meu amor por esta terra. A Roménia ligada ao solo, triste e nevoenta, com sóis orientais que arranja formas por vezes tortuosas de sobreviver. Na realidade, a Roménia apenas parece triste, para quem deixou de ver que as terras e os países foram compostos de pessoas, sobretudo de pessoas e por pessoas, antes de tudo. E sinto, no peito, que esta terra, nos seus vales, nos seus vampiros, na sua ingenuidade, nos seus pavores, nos seus ciganos que amontam a metade da alma romena, nos seus Cárpatos,se trata apenas dum enorme tesouro, algures nas traseiras da minha casa, a qual, sem ela, parecia um precipício sobre o Mar.
X -(Re)Leituras: A Roménia depois de 1989, de Catherine Durandin e Zoe Petre, por André Bandeira
Um livro de duas historiadoras, sendo Zoe uma antiga conselheira do ex-Presidente de Direita, que tem hoje um partido irrelevante, Emil Constantinescu. O livro defende uma tese que toda a gente receia: que a Roménia, de todos os países da antiga Europa de Leste,foi aquele onde os membros do Partido Comunista, com o seu cortejo local de corruptos e tiranos, melhor se adaptaram. E equacionam o caso do seguinte modo: Ceausescu era realmente independente de Moscovo (tese contestada pelos historiadores russos e pela Espionagem norte-americana), de tal modo que Gorbachov teve mesmo de o mandar abaixo. Neste sentido, uma massa de militares, de agentes secretos (Securitate)e de pessoas com emprego ( inclusive os mineiros) se passaram de campo e serviram as cabeças do casal Ceausescu e uma espécie de Democracia, numa bandeja, aos russos. Mas, entretanto, Gorbachov era apeado e Moscovo passava do comunismo ao capitalismo selvagem. O que ficou? Ficou a capacidade de sobreviver, ficou uma velha Roménia que, em 1941, perdeu 200.000 pessoas a combater por Hitler, contra Moscovo e, em 1944, perdeu outros 200.000 a combater pelos Aliados contra a Alemanha, tudo isto para continuar a existir. Perdoem ser ignorante mas sempre pensei que a Roménia era a sul da Bulgária, porque esta sempre foi, pelo idioma e pela Igreja, muito naturalmente afeita a Moscovo. Ora a Roménia sempre foi muito romena,na sua diversidade, com os seus costumes, a sua música, o seu idioma. Mesmo os fascistas romenos, a Guarda de Ferro, eram os únicos fascistas que, apesar de terem cometido as maiores barbaridades, sabiam morrer, sem se moverem, debaixo de bala, por fidelidade ao seu comando e ao seu ideal que não era apenas violento.
Passeando pelo centro de Bucareste, em campanha eleitoral, dou esmola a gente boa que muitas vezes vejo em Portugal nos trabalhos mais humildes e topo com menos cães vadios do que os milhares que andavam livremente antes do presidente Basescu, então na Câmara, os limpar. Lembro-me do Rei Miguel que conheci nos seus modos simples e na sua permanente postura de saber ser digno perante quem o vai trair, a qualquer momento e de qualquer lado, mesmo da família, talvez até vendendo cara a pele, e renovo o meu amor por esta terra. A Roménia ligada ao solo, triste e nevoenta, com sóis orientais que arranja formas por vezes tortuosas de sobreviver. Na realidade, a Roménia apenas parece triste, para quem deixou de ver que as terras e os países foram compostos de pessoas, sobretudo de pessoas e por pessoas, antes de tudo. E sinto, no peito, que esta terra, nos seus vales, nos seus vampiros, na sua ingenuidade, nos seus pavores, nos seus ciganos que amontam a metade da alma romena, nos seus Cárpatos,se trata apenas dum enorme tesouro, algures nas traseiras da minha casa, a qual, sem ela, parecia um precipício sobre o Mar.
Passeando pelo centro de Bucareste, em campanha eleitoral, dou esmola a gente boa que muitas vezes vejo em Portugal nos trabalhos mais humildes e topo com menos cães vadios do que os milhares que andavam livremente antes do presidente Basescu, então na Câmara, os limpar. Lembro-me do Rei Miguel que conheci nos seus modos simples e na sua permanente postura de saber ser digno perante quem o vai trair, a qualquer momento e de qualquer lado, mesmo da família, talvez até vendendo cara a pele, e renovo o meu amor por esta terra. A Roménia ligada ao solo, triste e nevoenta, com sóis orientais que arranja formas por vezes tortuosas de sobreviver. Na realidade, a Roménia apenas parece triste, para quem deixou de ver que as terras e os países foram compostos de pessoas, sobretudo de pessoas e por pessoas, antes de tudo. E sinto, no peito, que esta terra, nos seus vales, nos seus vampiros, na sua ingenuidade, nos seus pavores, nos seus ciganos que amontam a metade da alma romena, nos seus Cárpatos,se trata apenas dum enorme tesouro, algures nas traseiras da minha casa, a qual, sem ela, parecia um precipício sobre o Mar.
Monday, November 3, 2008
The Rossellini Corrective
The work of Roberto Rossellini has been vastly underrepresented not only on DVD but going back years into the VHS market. While many important filmmakers are unjustly relegated to obscurity on DVD, Rossellini perhaps ranks among the most notable when you consider the quantity and significance of his output, as well as his influence upon the original Cahiers du cinéma writers.
Since the early days of DVD here in the U.S., only Rome: Open City (1943), in what I remember as a fairly poor DVD, and much later, the in-and-out-of-print Germany Year Zero (1948) (it's out of print now, although Netflix seems to have it) have been available. These are landmarks from his first prominent period as a leading filmmaker of the Italian Neorealist movement. Then came the first baby step in expanding beyond these two meager releases when Criterion released the transcendent The Flowers of St. Francis (1950). Now it seems a corrective to Rossellini's DVD availability is finally coming to fruition.
First up, from the previously spotlighted Lionsgate, is Roberto Rossellini: Director's Series, which packages together Dov'è la libertà...? (Where Is Freedom?) (1954) and Era notte a Roma (Escape by Night) (1960). The quality of the set gets a less than enthusiastic review from DVD Beaver here, but I am still encouraged that these films are seeing the light of day at all. (Let me know if there was a prior VHS release I missed.)
Far more significant is the commitment Criterion is making with their upcoming releases of The Taking of Power by Louis XIV (1966) and, via their Eclipse label, a box set of The Age of the Medici (1973), Blaise Pascal (1972), and Cartesius (1974). You can find the Eclipse set here. What's especially noteworthy is these are from his potentially unmarketable educational television films period. The only place I've ever seen a copy of any of these films is at the heroic Cinefile Video in West Los Angeles, in VHS versions of questionable origin (I'm not sure if
they were even unsubtitled).
It's quite a different proposition from releasing his more marketable works starring Ingrid Bergman (Stromboli (1950), Europa '51 (1952), Viaggio in Italia (1954)), or any of his other late '40s, early '50s work. At least those were available on VHS, but these TV films have not been available anywhere in the U.S. (with the exception of Louis XIV), and we're not just getting one but four complete films. Add to that the two Lionsgate films, and you have a fairly dramatic corrective to the previous unavailability of the film work of Roberto Rossellini.
I personally have had great curiosity about this exact period of Rossellini's work since reading the perhaps unhinged enthusiasm from Godard and the Cahiers du Cinéma critics in the '60s*. I can't write here anything to support the actual value or quality of these films myself, since I have not been allowed to see them until now. I will be diving in with enthusiasm as these sets are released. Come on, doesn't "Rossellini's dry, educational television period" spell excitement to you?! I know it does for me! (Difficult cinema is the greatest cinema!)
Now all we need to do is get all his more traditional landmarks released on DVD! In addition to the Bergman films and late-1940s Neorealist classics, the modernist landmark Viaggio in Italia (Voyage to Italy) (1954) desperately needs to be made available on DVD in the U.S. I am lucky enough to have a U.K. release and a region-free DVD player, but this film is as significant as any major Godard work or Last Year at Marienbad, and I'm probably understating its importance since it predates them. Hopefully the sales of these radically different TV films won't be so low as to sour future distributors on the prospect of releasing his more well-known international film classics. But for now I am thankful, and we should all get educated and watch these films.
*If my memory serves. They seemed to rave about all his different periods, so I may have mixed them up. In a quick search I did find Rossellini speaking highly of his goals in television in the translated pages of Cahiers du cinéma.
Since the early days of DVD here in the U.S., only Rome: Open City (1943), in what I remember as a fairly poor DVD, and much later, the in-and-out-of-print Germany Year Zero (1948) (it's out of print now, although Netflix seems to have it) have been available. These are landmarks from his first prominent period as a leading filmmaker of the Italian Neorealist movement. Then came the first baby step in expanding beyond these two meager releases when Criterion released the transcendent The Flowers of St. Francis (1950). Now it seems a corrective to Rossellini's DVD availability is finally coming to fruition.

Far more significant is the commitment Criterion is making with their upcoming releases of The Taking of Power by Louis XIV (1966) and, via their Eclipse label, a box set of The Age of the Medici (1973), Blaise Pascal (1972), and Cartesius (1974). You can find the Eclipse set here. What's especially noteworthy is these are from his potentially unmarketable educational television films period. The only place I've ever seen a copy of any of these films is at the heroic Cinefile Video in West Los Angeles, in VHS versions of questionable origin (I'm not sure if

It's quite a different proposition from releasing his more marketable works starring Ingrid Bergman (Stromboli (1950), Europa '51 (1952), Viaggio in Italia (1954)), or any of his other late '40s, early '50s work. At least those were available on VHS, but these TV films have not been available anywhere in the U.S. (with the exception of Louis XIV), and we're not just getting one but four complete films. Add to that the two Lionsgate films, and you have a fairly dramatic corrective to the previous unavailability of the film work of Roberto Rossellini.
I personally have had great curiosity about this exact period of Rossellini's work since reading the perhaps unhinged enthusiasm from Godard and the Cahiers du Cinéma critics in the '60s*. I can't write here anything to support the actual value or quality of these films myself, since I have not been allowed to see them until now. I will be diving in with enthusiasm as these sets are released. Come on, doesn't "Rossellini's dry, educational television period" spell excitement to you?! I know it does for me! (Difficult cinema is the greatest cinema!)

*If my memory serves. They seemed to rave about all his different periods, so I may have mixed them up. In a quick search I did find Rossellini speaking highly of his goals in television in the translated pages of Cahiers du cinéma.
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