Sunday, June 29, 2008

c. O Monge-Guerreiro de Kamakura, por Eric Voegelin

A resposta ao post anterior mostra alguma incompreensão do que é luta. Remeto para duas fontes obrigatórias: Fernando pessoa e o seu peoma guerreiro -monge e a peça de igula título que sairá no nosso vol vol 03. cap. 4. c. de Voegelin que começa a entrar no prelo

vol 03. cap. 4. c. O Monge-Guerreiro de Kamakura

As ordens militares na sociedade ocidental tiveram de ceder o lugar à cidade e ao estado nacional. Contudo, o desaparecimento precoce não deve obscurecer a importância intrínseca do fenómeno. Em circunstâncias mais favoráveis, como por exemplo no Japão, na mistura do monge e dos ideais do guerreiro determinou durante séculos o carácter político da civilização. Por coincidência histórica, a introdução do budismo Zen no Japão, patrocinado pelo shogunato de Kamakura está em paralelo com a ascensão das ordens militares no Ocidente.

A fusão peculiar do misticismo e do esteticismo Zen com as virtudes guerreiras de lealdade, resistência e obediência deram forma à vida da classe governante guerreira de Kamakura porque a dinâmica da política japonesa naquele tempo seguiu um percurso oposto à do Ocidente cristão.[1] As ordens ocidentais sucumbiram porque as novas e fortes unidades políticas, emergiram a partir do campo feudal do poder. O ideal japonês do Monge-guerreiro venceu porque a vitória do clã de Minamoto e o estabelecimento do governo militar em Kamakura encerrou o período do governo imperial central moribundo, copiado das instituições chinesas, e iniciou a idade feudal japonesa (1192). As ordens militares do Ocidente, além disso, não podiam evoluir para uma elite governante porque o celibato monástico cortava a base vital que é a exigência inevitável para a continuação de um grupo secular governante; a atitude espiritual militar japonesa poderia crescer como uma força política estável porque a base vital era uma sociedade vitoriosa de um clã guerreiro.

 



[1] Sobre Zen veja Daisetz Teitaro Suzuki, Essays in Zen Buddhism, 1ª série (Londres: Luzac, 1927); 2ª série (Londres: Luzac, 1933); 3ª série  (Londres: Luzac, 1934). Reimpressão: Londres: Rider, 1970; e Teipei: Ch'eng Wen, 1971.

 

c. O Monge-Guerreiro de Kamakura, por Eric Voegelin

A resposta ao post anterior mostra alguma incompreensão do que é luta. Remeto para duas fontes obrigatórias: Fernando pessoa e o seu peoma guerreiro -monge e a peça de igula título que sairá no nosso vol vol 03. cap. 4. c. de Voegelin que começa a entrar no prelo

vol 03. cap. 4. c. O Monge-Guerreiro de Kamakura

As ordens militares na sociedade ocidental tiveram de ceder o lugar à cidade e ao estado nacional. Contudo, o desaparecimento precoce não deve obscurecer a importância intrínseca do fenómeno. Em circunstâncias mais favoráveis, como por exemplo no Japão, na mistura do monge e dos ideais do guerreiro determinou durante séculos o carácter político da civilização. Por coincidência histórica, a introdução do budismo Zen no Japão, patrocinado pelo shogunato de Kamakura está em paralelo com a ascensão das ordens militares no Ocidente.

A fusão peculiar do misticismo e do esteticismo Zen com as virtudes guerreiras de lealdade, resistência e obediência deram forma à vida da classe governante guerreira de Kamakura porque a dinâmica da política japonesa naquele tempo seguiu um percurso oposto à do Ocidente cristão.[1] As ordens ocidentais sucumbiram porque as novas e fortes unidades políticas, emergiram a partir do campo feudal do poder. O ideal japonês do Monge-guerreiro venceu porque a vitória do clã de Minamoto e o estabelecimento do governo militar em Kamakura encerrou o período do governo imperial central moribundo, copiado das instituições chinesas, e iniciou a idade feudal japonesa (1192). As ordens militares do Ocidente, além disso, não podiam evoluir para uma elite governante porque o celibato monástico cortava a base vital que é a exigência inevitável para a continuação de um grupo secular governante; a atitude espiritual militar japonesa poderia crescer como uma força política estável porque a base vital era uma sociedade vitoriosa de um clã guerreiro.

 



[1] Sobre Zen veja Daisetz Teitaro Suzuki, Essays in Zen Buddhism, 1ª série (Londres: Luzac, 1927); 2ª série (Londres: Luzac, 1933); 3ª série  (Londres: Luzac, 1934). Reimpressão: Londres: Rider, 1970; e Teipei: Ch'eng Wen, 1971.

 

Peter Schlemihl....

Houve uma boa resposta ao post da Maria Luísa Guerra 
" P - Qual o futuro dos licenciados em filosofia, e de todos os licenciados em "humanísticas"? R - Call Centers."  
A pergunta seguinte é: Qual o futuro dos Call Centers? 
A questão é muito mais ampla do que emprego de uma classe; é de escolha de paradigmas de sociedade.  
Quando os vendedores de automóveis dizem " A minha filosofia de vendas é..." prestam homenagem ao conceito embora não percebam nada do conteúdo. Desvalorizar a filosofia, nos curriculos universitários, nos curriculos liceais, na aprendizagem ao longo da vida é esquecer que ela é a sombra da vida e que todos os nossos argumentos estão permeados de conceitos, valores, pressupostos.
Há quem queira viver sem a sombra, como o Peter Schlemihl. Por exemplo no debate do petróleo e dependência de combustíveis. Pode debater-se o preço do crude nos poços, o hedging nas refinarias, a distribuição, o ISPP, o IVA e a GALP, as sete irmãs e a Branca de Neve, se necessário também. Mas de nada adianta se não se colocar a condição prévia: por que razão escolhemos uma sociedade que depende de um produto cujo acesso não controla ?  
Curiosamente: lutar pela filosofia, tornou-se hoje lutar pelo bom senso.

Peter Schlemihl....

Houve uma boa resposta ao post da Maria Luísa Guerra 
" P - Qual o futuro dos licenciados em filosofia, e de todos os licenciados em "humanísticas"? R - Call Centers."  
A pergunta seguinte é: Qual o futuro dos Call Centers? 
A questão é muito mais ampla do que emprego de uma classe; é de escolha de paradigmas de sociedade.  
Quando os vendedores de automóveis dizem " A minha filosofia de vendas é..." prestam homenagem ao conceito embora não percebam nada do conteúdo. Desvalorizar a filosofia, nos curriculos universitários, nos curriculos liceais, na aprendizagem ao longo da vida é esquecer que ela é a sombra da vida e que todos os nossos argumentos estão permeados de conceitos, valores, pressupostos.
Há quem queira viver sem a sombra, como o Peter Schlemihl. Por exemplo no debate do petróleo e dependência de combustíveis. Pode debater-se o preço do crude nos poços, o hedging nas refinarias, a distribuição, o ISPP, o IVA e a GALP, as sete irmãs e a Branca de Neve, se necessário também. Mas de nada adianta se não se colocar a condição prévia: por que razão escolhemos uma sociedade que depende de um produto cujo acesso não controla ?  
Curiosamente: lutar pela filosofia, tornou-se hoje lutar pelo bom senso.

Saturday, June 28, 2008

Maria Luísa Guerra - O assassinato da Filosofia


Vai realizar-se no próximo mês de Julho, em Seul, na Coreia, o Congresso Mundial de Filosofia, organizado pelo FISF, organismo que concentra as sociedades dos professores de Filosofia do ensino secundário e do ensino universitário de todo o mundo. Tem a marca da globalização. É um encontro de tradições pedagógicas, de reflexão sobre a natureza e o papel da Filosofia na sociedade. Mostra o interesse dos vários países pelo problema. Mostra o que é evidente: o carácter vivo e actuante da Filosofia. O seu lugar insofismável na formação da mentalidade. Assim acontece no mundo.


E em Portugal? Em Portugal assiste-se ao inédito. Pela primeira vez em mais de um século (desde a reforma de Jaime Moniz, em 1895) destruiu-se decisivamente a Filosofia no ensino secundário. Podemos recuar mais atrás, a 1844, e mesmo aos Estudos Menores, criados pelo marquês de Pombal em 1799. Estudos onde figurava a disciplina de Filosofia Racional. Servia de acesso aos Estudos Maiores. Neste quadro de interesse global já referido, lembra-se também que a UNESCO instituiu o dia 15 de Novembro como Dia Mundial da Filosofia, congregando 36 nações. E em Portugal? Em Portugal desvaloriza-se o exercício do pensamento, o rigor da análise, a descoberta de paradigmas e de valores, a discussão de problemas, a formação do espírito crítico, a reflexão sobre a aventura humana, parâmetros específicos da Filosofia e do seu ensino.

Sabe-se que a finalidade do estudo em qualquer disciplina não é o exame. Mas também se sabe que, na prática, se não houver exame, os alunos não se interessam. Não estudam convenientemente. Residual e em vias de extinção a Filosofia no 12.° ano. Obrigatória no 10.° e 11.° anos mas não sujeita a exame nacional. "Para que serve?" pensam os alunos.

É uma disciplina decorativa. Sem importância. Morta à nascença. Ainda se rege Filosofia na universidade nalguns cursos, cada vez mais despovoados. Com este vazio no ensino secundário, acabará de vez.

O sucesso escolar não é gratuito. Depende de currículos apropriados, mas depende sobretudo de cabeças bem-feitas, treinadas numa apurada e progressiva ginástica mental, no exercício da abstracção, da comparação, do dissecar analítico. Esse exercício cabe especificamente à Filosofia.

No limite, pela depuração que exige e supõe, aproxima-se da Matemática. Não é por acaso que grandes filósofos de referência (de Pitágoras a Descartes, de Leibniz a Russell) foram matemáticos. Tirar aos jovens esta ginástica mental é criar o caos. Multiplica-se no mundo a presença e o interesse pela Filosofia. Em iniciativas globais. De Paris a... Seul. Em Portugal, desvaloriza-se até a morte. Original. 
[Público de 28/06/2008, sem link aberto ao público]

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Maria Luísa Guerra - O assassinato da Filosofia


Vai realizar-se no próximo mês de Julho, em Seul, na Coreia, o Congresso Mundial de Filosofia, organizado pelo FISF, organismo que concentra as sociedades dos professores de Filosofia do ensino secundário e do ensino universitário de todo o mundo. Tem a marca da globalização. É um encontro de tradições pedagógicas, de reflexão sobre a natureza e o papel da Filosofia na sociedade. Mostra o interesse dos vários países pelo problema. Mostra o que é evidente: o carácter vivo e actuante da Filosofia. O seu lugar insofismável na formação da mentalidade. Assim acontece no mundo.


E em Portugal? Em Portugal assiste-se ao inédito. Pela primeira vez em mais de um século (desde a reforma de Jaime Moniz, em 1895) destruiu-se decisivamente a Filosofia no ensino secundário. Podemos recuar mais atrás, a 1844, e mesmo aos Estudos Menores, criados pelo marquês de Pombal em 1799. Estudos onde figurava a disciplina de Filosofia Racional. Servia de acesso aos Estudos Maiores. Neste quadro de interesse global já referido, lembra-se também que a UNESCO instituiu o dia 15 de Novembro como Dia Mundial da Filosofia, congregando 36 nações. E em Portugal? Em Portugal desvaloriza-se o exercício do pensamento, o rigor da análise, a descoberta de paradigmas e de valores, a discussão de problemas, a formação do espírito crítico, a reflexão sobre a aventura humana, parâmetros específicos da Filosofia e do seu ensino.

Sabe-se que a finalidade do estudo em qualquer disciplina não é o exame. Mas também se sabe que, na prática, se não houver exame, os alunos não se interessam. Não estudam convenientemente. Residual e em vias de extinção a Filosofia no 12.° ano. Obrigatória no 10.° e 11.° anos mas não sujeita a exame nacional. "Para que serve?" pensam os alunos.

É uma disciplina decorativa. Sem importância. Morta à nascença. Ainda se rege Filosofia na universidade nalguns cursos, cada vez mais despovoados. Com este vazio no ensino secundário, acabará de vez.

O sucesso escolar não é gratuito. Depende de currículos apropriados, mas depende sobretudo de cabeças bem-feitas, treinadas numa apurada e progressiva ginástica mental, no exercício da abstracção, da comparação, do dissecar analítico. Esse exercício cabe especificamente à Filosofia.

No limite, pela depuração que exige e supõe, aproxima-se da Matemática. Não é por acaso que grandes filósofos de referência (de Pitágoras a Descartes, de Leibniz a Russell) foram matemáticos. Tirar aos jovens esta ginástica mental é criar o caos. Multiplica-se no mundo a presença e o interesse pela Filosofia. Em iniciativas globais. De Paris a... Seul. Em Portugal, desvaloriza-se até a morte. Original. 
[Público de 28/06/2008, sem link aberto ao público]

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Monday, June 23, 2008

VII-- Re(leituras), The End of Faith, de Sam Harris, por André Bandeira

Este livro de Sam Harris, mereceu, quase em circuito fechado, o seguinte comentário de Richard Dawkins, autor the "A desilusão de Deus" (ou ilusão): "Leiam o livro e acordem!". O livro começa por ser uma lufada de ar fresco contra o fanatismo religioso. Argumenta muito de uma forma lógica bivalente ( se se concede numa proposição que algo é, então, na segunda proposição, o seu contrário não é, ignorando que quando se muda de proposição, se muda também, muitas vezes, de contexto, e até se desvia, em vez de mudar realmente). Harris começa por descascar forte e feio no Islão, argumentando de um modo persuasivo que não há islâmicos "moderados" e que certas crenças são perigosas. Descasca depois no judaísmo e no cristianismo, invocando o Holocausto. Termina por propôr um orientalismo extra-mediterrânico (ilustrado até pelas pequenas percentagens de apoiantes dos atentados suicidas, registados na Indonésia) em que elogia e avulta toda a riqueza das tradições budista e hindu. Remata, na sua lógica bivalente -- descrita atrás -- por opôr Misticismo a Fé. "Fé", em Sam Harris, é algo que quase devia ser proibido, na medida em que vende os motivos, a acção e as consequências por atacado, enquanto o Misticismo tem regras como as de um manual. O livro perfila-se ao lado daquele de Dawkins e do outro, de Paul Berman ("Terror and Liberalism", 2003), que foi a grande tomada de posição da Esquerda Norte-americana contra o "islamo-fascismo", refundando-se na tradição liberal, e que será de certeza retomada por Barack Obama. Sam Harris, na sua criatividade vocabular, opõe ao pragmatismo norte-americano, o seu "realismo", o qual pretende jogar com a objectividade final dos valores éticos. Diz algo muito curioso, na sua arte de polemista (diga-se que um pouco "jovem"): quando os valores éticos são objectivamente agredidos, então ninguém se deve admirar que espectador racional deixe de ouvir ou conversar. Bom conselho...
Curiosamente, Sam Harris, que cita António Damásio e parece seguir a senda de Eric Kendal, na busca norte-americana de uma "Ciência da Consciência", acaba por se contradizer sem disso se aperceber, mesmo antes de partir para a etapa final: acaba por dizer que os valores éticos objectivos são construções que têm necessariamente de arrancar de "crenças" e, por conseguinte, negar o valor da crença é, mais que irracional...é inviável. Quer dizer: esta ou aquela crença repugnam-lhe mas não a crença em si, que prefere obter sob a forma de fluido, em vez de plasma, mergulhando em vez de acender. Enfim, parece-me que Sam Harris procura fundar a Fé por outras vias, que não o deslumbramento. O facto de ter sido publicado graças à sua desassombrada colecção de factos quanto a diversos fanatismos religiosos, fá-lo cair no erro em que nós, leitores de jornais, caímos frequentemente: o que parece óbvio -- porque o seu contrário parece obviamente falso -- tem um fôlego curto, a que a publicidade e as urgências da decisão pública, juntam uma certa cegueira própria do excesso de claro/escuro. Como se a Realidade fosse um fato de Pierrot, agitando-se constantemente, de todos os lados, à nossa volta.

VII-- Re(leituras), The End of Faith, de Sam Harris, por André Bandeira

Este livro de Sam Harris, mereceu, quase em circuito fechado, o seguinte comentário de Richard Dawkins, autor the "A desilusão de Deus" (ou ilusão): "Leiam o livro e acordem!". O livro começa por ser uma lufada de ar fresco contra o fanatismo religioso. Argumenta muito de uma forma lógica bivalente ( se se concede numa proposição que algo é, então, na segunda proposição, o seu contrário não é, ignorando que quando se muda de proposição, se muda também, muitas vezes, de contexto, e até se desvia, em vez de mudar realmente). Harris começa por descascar forte e feio no Islão, argumentando de um modo persuasivo que não há islâmicos "moderados" e que certas crenças são perigosas. Descasca depois no judaísmo e no cristianismo, invocando o Holocausto. Termina por propôr um orientalismo extra-mediterrânico (ilustrado até pelas pequenas percentagens de apoiantes dos atentados suicidas, registados na Indonésia) em que elogia e avulta toda a riqueza das tradições budista e hindu. Remata, na sua lógica bivalente -- descrita atrás -- por opôr Misticismo a Fé. "Fé", em Sam Harris, é algo que quase devia ser proibido, na medida em que vende os motivos, a acção e as consequências por atacado, enquanto o Misticismo tem regras como as de um manual. O livro perfila-se ao lado daquele de Dawkins e do outro, de Paul Berman ("Terror and Liberalism", 2003), que foi a grande tomada de posição da Esquerda Norte-americana contra o "islamo-fascismo", refundando-se na tradição liberal, e que será de certeza retomada por Barack Obama. Sam Harris, na sua criatividade vocabular, opõe ao pragmatismo norte-americano, o seu "realismo", o qual pretende jogar com a objectividade final dos valores éticos. Diz algo muito curioso, na sua arte de polemista (diga-se que um pouco "jovem"): quando os valores éticos são objectivamente agredidos, então ninguém se deve admirar que espectador racional deixe de ouvir ou conversar. Bom conselho...
Curiosamente, Sam Harris, que cita António Damásio e parece seguir a senda de Eric Kendal, na busca norte-americana de uma "Ciência da Consciência", acaba por se contradizer sem disso se aperceber, mesmo antes de partir para a etapa final: acaba por dizer que os valores éticos objectivos são construções que têm necessariamente de arrancar de "crenças" e, por conseguinte, negar o valor da crença é, mais que irracional...é inviável. Quer dizer: esta ou aquela crença repugnam-lhe mas não a crença em si, que prefere obter sob a forma de fluido, em vez de plasma, mergulhando em vez de acender. Enfim, parece-me que Sam Harris procura fundar a Fé por outras vias, que não o deslumbramento. O facto de ter sido publicado graças à sua desassombrada colecção de factos quanto a diversos fanatismos religiosos, fá-lo cair no erro em que nós, leitores de jornais, caímos frequentemente: o que parece óbvio -- porque o seu contrário parece obviamente falso -- tem um fôlego curto, a que a publicidade e as urgências da decisão pública, juntam uma certa cegueira própria do excesso de claro/escuro. Como se a Realidade fosse um fato de Pierrot, agitando-se constantemente, de todos os lados, à nossa volta.

Sunday, June 15, 2008

A mensagem é:

Não preciso de perceber de futebol para considerar Luiz Felipe Scolari um cretino.
Quebrar uma dinâmica de vitória da Selecção A com uma Selecção B, como se os AA's estivessem muito cansadinhos é de "Sargentão" não é de "General". A mensagem é que não é preciso dar tudo por tudo. Deixa para lá: o Chelsea já contratou e ele dará tudo pelo Chelsea. Tive relutãncia até em ver o jogo. Vi alguns minutos. Parabéns À Suíça. Se até o moral dos pés vem abaixo, pobre Portugal no Verão.

A mensagem é:

Não preciso de perceber de futebol para considerar Luiz Felipe Scolari um cretino.
Quebrar uma dinâmica de vitória da Selecção A com uma Selecção B, como se os AA's estivessem muito cansadinhos é de "Sargentão" não é de "General". A mensagem é que não é preciso dar tudo por tudo. Deixa para lá: o Chelsea já contratou e ele dará tudo pelo Chelsea. Tive relutãncia até em ver o jogo. Vi alguns minutos. Parabéns À Suíça. Se até o moral dos pés vem abaixo, pobre Portugal no Verão.

Friday, June 13, 2008

Free Rare Silent Films Online! Free! Free!

Here it is, high-quality preserved/restored rare, rare, rare silent films uploaded by the best European film archives:

EUROPA FILM TREASURES









Including Bucking Broadway (1917, John Ford) starring Harry Carey, 52 mins.















Yes, there is full-screen mode.

All thanks go to the amazing Bioscope for bringing this to our attention here. (I encourage you to read the Bioscope post for help in pointing out some of the more interesting films to start with.)

Um Não que é um Yeah!

Para além dos gostos e desgostos eurofóbicos e luso-porreiristas, registo um facto geopolítico: nunca o Departamento de Estado norte-americano aplaudiu um único aprofundamento europeu ! Mas em todo o momento insiste no alargamento (Turquia, Ucrânia, Geórgia). É quase o mesmo que dizer a alguém: coma à vontade, que não precisa fazer ginástica! Quanta gente na Irlanda se chama Bush, Kennedy e Clinton ???? (admito que Obama deve haver poucos)... A comunicação social inundada por Reuters e IP nem tem tempo para indicar isto. Acordem, que o mundo é global e complicado! O Não da Irlanda, por 110.00 votos, também é um Yeah americano...

Um Não que é um Yeah!

Para além dos gostos e desgostos eurofóbicos e luso-porreiristas, registo um facto geopolítico: nunca o Departamento de Estado norte-americano aplaudiu um único aprofundamento europeu ! Mas em todo o momento insiste no alargamento (Turquia, Ucrânia, Geórgia). É quase o mesmo que dizer a alguém: coma à vontade, que não precisa fazer ginástica! Quanta gente na Irlanda se chama Bush, Kennedy e Clinton ???? (admito que Obama deve haver poucos)... A comunicação social inundada por Reuters e IP nem tem tempo para indicar isto. Acordem, que o mundo é global e complicado! O Não da Irlanda, por 110.00 votos, também é um Yeah americano...

Tuesday, June 10, 2008

Fun Diversions

In lieu of a proper post, here are two interesting items from other blogs I enjoyed recently:

A short film called "Frames of Reference" from Cinema Styles.
(Original post here.)



Trailer for Heavenly Bodies (1984, Lawrence Dane) from Cat's Blog.
(Original post here.)

Monday, June 2, 2008

Téchiné and De Sica Uncovered

Browsing DVD Beaver has again helped me uncover works by great directors hidden in packaged box sets. This time it's the Catherine Deneuve Collection, from Lionsgate, which quietly hides a film by the excellent French director André Téchiné.

Hôtel des Amériques (aka Hotel America) (1981)

This time the Amazon page doesn't even list the individual film titles. (They have them run together in one long run-on sentence with no spaces in some tiny section of the page.)

For me Téchiné is worth a look because of Les Voleurs (aka Thieves) (1996), Ma Saison préferée (My Favorite Season) (1993), both with Deneuve and Daniel Auteuil (Les Voleurs also features the excellent Laurence Côte),and Rendez-vous (1985) with Juliette Binoche. (All are on DVD except for Les Voleurs, which is on VHS, although Ma Saison préferée is apparently out of print.) Alice et Martin (1998) is also on DVD, although I was disappointed when I saw it in the theater. Perhaps I need to see it again. (Although it appears that, too, is out of print. Where's the love for Téchiné?) Téchiné has a very evasive style and perhaps can be too elusive at times. Maybe that caught up with me on Alice et Martin, but in any case, I will be excited to check out Hôtel des Amériques on Netflix. Téchiné is usually most well-known for Wild Reeds, which I still haven't seen.

Another Lionsgate set, The Sophia Loren Collection, hides I Girasoli (aka Sunflower) (1970, Italy), by Vittorio de Sica, that costars Marcello Mastroianni! Wow, I wish I had time to watch all these. As further evidence of how these films can slip by you, IMDB's handy DVD link is grayed-out for this film, so if you were researching De Sica via IMDB you might not realize this one was available.

Sunday, June 1, 2008

Pinoy-Pinay

In lieu of a post, here is another short film I made.
(4 ½ mins long.)

 
coompax-digital magazine