Esta é a Tese de Doutoramento, de 1964, daquele que foi o Ministros dos Negócios Estrangeiros de Nixon e lhe sobreviveu até hoje. Com mais de oitenta anos, Kissinger, filmou um spot publicitário a seguir ao ataque às Torres Gémeas de Nova Iorque em que corria e se atirava para o chão, naquilo que se chama "home run", do baseball, isto em homenagem à resistência da América ao Terrorismo. Mais recentemente, Kissinger, com George Schultz, William Perry e outros ex-Ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os grandes partidos norte-americanos, veio defender a abolição completa das armas nucleares. Sinais dos novos tempos que aí estão...
Que diz a Tese de Kissinger? A tese de Kissinger pode resumir-se em várias frases, como quem faz um holograma, onde, de todos os pontos de vista se vê sempre o conjunto todo. A mais famosa é a de que a legitimidade é precisamente aquilo de que não se fala e que funciona na mesma. Legitimidade não é justiça. Já o Direito diz que há a sucessão legítima e a sucessão legitimária, quando não se respeita a legitimidade, porque se esta não é respeitada, então faz-se respeitar, achemo-la ou não justa. E tem força de Lei mas tem muita mais força que isso.
Contudo, o que Kissinger exprime verdadeiramente neste livro é a diferença entre o revolucionário e o "legitimista", ou seja: o revolucionário exalta-se, o conservador qualifica-se. Mas, ao contrário do que se pensa, o revolucionário impõe-se, primeiro a si mesmo e, depois, aos outros, enquanto o conservador se legitima. Ora, se a legitimidade não é justiça, o que o livro quer dizer é que a justiça acaba sempre por perder.
O livro trata de Castlereagh, o lorde inglês que reprimiu a Irlanda pró-napoleónica e que foi um aliado menor de Metternich, o Príncepe austríaco que enterrou Napoleão mas também enterrou o Antigo Regime. Engraçado, não é? O homem conservador e da legitimidade acabou por aplicar Napoleão aos bocadinhos e a Europa acabou por ficar toda constitucional, o que quer dizer que se legitimou de outro modo e continuou injusta. O conservador não mudou algumas coisas para que tudo ficasse na mesma, mas manteve quase tudo para que de facto algo mudasse. Mas a Justiça não é mudança, é retorno, o que quer dizer "Revolução". Ou seja: o contrário de "mudança".
Kissinger declarou, não há muito tempo, na Alemanha que quem mais admirava era Bismarck, o unificador da Alemanha, aquele que dizia à sua mulher sentir-se como um anjo caído, com a beleza dos antigos anjos, mas sempre insatisfeito neste mundo, sem nunca encontrar paz. Kissinger é de origem austríaca. Ele e Bismarck esqueceram-se de dizer outra coisa sobre os anjos caídos: é que a Nostalgia é o nome da maior das suas dores. Quem tem nostalgia nunca perderá, ao contrário da Justiça que sempre se arrisca a perder, mas também nunca ganhará, como a Esperança, que só morre depois de morrermos. A nostalgia tira-nos da frente de batalha e as palavras estão todas trocadas. Há quem tenha prazer a pô-las todas no seu devido lugar, porque as palavras são apenas o início de uma conversa. Mas quem tem apenas prazer, é um patusco e as brincadeiras de uns fazem a dor de muitos.
Enfim: porque é que Castlereagh, um dos raríssimos britânicos que foi europeu, se suicidou? Porque quis repôr, em nome da Justiça, algo que não tinha que mudar mas que tinha apenas de se equilibrar e perdurar. Napoleão era sem dúvida um grande sedutor e Metternich fez-lhe o serviço. Kissinger faz-nos o serviço de dizer que só depois de Castlereagh se ter suicidado se revelou a sua enorme solidão, ao longo de toda a vida.
Pois é. Porque quem retorna em nome da Justiça não tem companhia. O abismo da solidão é o sêlo negro da Esperança, que é o contrário da Nostalgia. E assim caímos, como Homens e não como Anjos: caímos para cima.
Saturday, May 31, 2008
VI- (Re)leituras: " A World Restored " de Henry Kissinger, por André Bandeira
Esta é a Tese de Doutoramento, de 1964, daquele que foi o Ministros dos Negócios Estrangeiros de Nixon e lhe sobreviveu até hoje. Com mais de oitenta anos, Kissinger, filmou um spot publicitário a seguir ao ataque às Torres Gémeas de Nova Iorque em que corria e se atirava para o chão, naquilo que se chama "home run", do baseball, isto em homenagem à resistência da América ao Terrorismo. Mais recentemente, Kissinger, com George Schultz, William Perry e outros ex-Ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os grandes partidos norte-americanos, veio defender a abolição completa das armas nucleares. Sinais dos novos tempos que aí estão...
Que diz a Tese de Kissinger? A tese de Kissinger pode resumir-se em várias frases, como quem faz um holograma, onde, de todos os pontos de vista se vê sempre o conjunto todo. A mais famosa é a de que a legitimidade é precisamente aquilo de que não se fala e que funciona na mesma. Legitimidade não é justiça. Já o Direito diz que há a sucessão legítima e a sucessão legitimária, quando não se respeita a legitimidade, porque se esta não é respeitada, então faz-se respeitar, achemo-la ou não justa. E tem força de Lei mas tem muita mais força que isso.
Contudo, o que Kissinger exprime verdadeiramente neste livro é a diferença entre o revolucionário e o "legitimista", ou seja: o revolucionário exalta-se, o conservador qualifica-se. Mas, ao contrário do que se pensa, o revolucionário impõe-se, primeiro a si mesmo e, depois, aos outros, enquanto o conservador se legitima. Ora, se a legitimidade não é justiça, o que o livro quer dizer é que a justiça acaba sempre por perder.
O livro trata de Castlereagh, o lorde inglês que reprimiu a Irlanda pró-napoleónica e que foi um aliado menor de Metternich, o Príncepe austríaco que enterrou Napoleão mas também enterrou o Antigo Regime. Engraçado, não é? O homem conservador e da legitimidade acabou por aplicar Napoleão aos bocadinhos e a Europa acabou por ficar toda constitucional, o que quer dizer que se legitimou de outro modo e continuou injusta. O conservador não mudou algumas coisas para que tudo ficasse na mesma, mas manteve quase tudo para que de facto algo mudasse. Mas a Justiça não é mudança, é retorno, o que quer dizer "Revolução". Ou seja: o contrário de "mudança".
Kissinger declarou, não há muito tempo, na Alemanha que quem mais admirava era Bismarck, o unificador da Alemanha, aquele que dizia à sua mulher sentir-se como um anjo caído, com a beleza dos antigos anjos, mas sempre insatisfeito neste mundo, sem nunca encontrar paz. Kissinger é de origem austríaca. Ele e Bismarck esqueceram-se de dizer outra coisa sobre os anjos caídos: é que a Nostalgia é o nome da maior das suas dores. Quem tem nostalgia nunca perderá, ao contrário da Justiça que sempre se arrisca a perder, mas também nunca ganhará, como a Esperança, que só morre depois de morrermos. A nostalgia tira-nos da frente de batalha e as palavras estão todas trocadas. Há quem tenha prazer a pô-las todas no seu devido lugar, porque as palavras são apenas o início de uma conversa. Mas quem tem apenas prazer, é um patusco e as brincadeiras de uns fazem a dor de muitos.
Enfim: porque é que Castlereagh, um dos raríssimos britânicos que foi europeu, se suicidou? Porque quis repôr, em nome da Justiça, algo que não tinha que mudar mas que tinha apenas de se equilibrar e perdurar. Napoleão era sem dúvida um grande sedutor e Metternich fez-lhe o serviço. Kissinger faz-nos o serviço de dizer que só depois de Castlereagh se ter suicidado se revelou a sua enorme solidão, ao longo de toda a vida.
Pois é. Porque quem retorna em nome da Justiça não tem companhia. O abismo da solidão é o sêlo negro da Esperança, que é o contrário da Nostalgia. E assim caímos, como Homens e não como Anjos: caímos para cima.
Que diz a Tese de Kissinger? A tese de Kissinger pode resumir-se em várias frases, como quem faz um holograma, onde, de todos os pontos de vista se vê sempre o conjunto todo. A mais famosa é a de que a legitimidade é precisamente aquilo de que não se fala e que funciona na mesma. Legitimidade não é justiça. Já o Direito diz que há a sucessão legítima e a sucessão legitimária, quando não se respeita a legitimidade, porque se esta não é respeitada, então faz-se respeitar, achemo-la ou não justa. E tem força de Lei mas tem muita mais força que isso.
Contudo, o que Kissinger exprime verdadeiramente neste livro é a diferença entre o revolucionário e o "legitimista", ou seja: o revolucionário exalta-se, o conservador qualifica-se. Mas, ao contrário do que se pensa, o revolucionário impõe-se, primeiro a si mesmo e, depois, aos outros, enquanto o conservador se legitima. Ora, se a legitimidade não é justiça, o que o livro quer dizer é que a justiça acaba sempre por perder.
O livro trata de Castlereagh, o lorde inglês que reprimiu a Irlanda pró-napoleónica e que foi um aliado menor de Metternich, o Príncepe austríaco que enterrou Napoleão mas também enterrou o Antigo Regime. Engraçado, não é? O homem conservador e da legitimidade acabou por aplicar Napoleão aos bocadinhos e a Europa acabou por ficar toda constitucional, o que quer dizer que se legitimou de outro modo e continuou injusta. O conservador não mudou algumas coisas para que tudo ficasse na mesma, mas manteve quase tudo para que de facto algo mudasse. Mas a Justiça não é mudança, é retorno, o que quer dizer "Revolução". Ou seja: o contrário de "mudança".
Kissinger declarou, não há muito tempo, na Alemanha que quem mais admirava era Bismarck, o unificador da Alemanha, aquele que dizia à sua mulher sentir-se como um anjo caído, com a beleza dos antigos anjos, mas sempre insatisfeito neste mundo, sem nunca encontrar paz. Kissinger é de origem austríaca. Ele e Bismarck esqueceram-se de dizer outra coisa sobre os anjos caídos: é que a Nostalgia é o nome da maior das suas dores. Quem tem nostalgia nunca perderá, ao contrário da Justiça que sempre se arrisca a perder, mas também nunca ganhará, como a Esperança, que só morre depois de morrermos. A nostalgia tira-nos da frente de batalha e as palavras estão todas trocadas. Há quem tenha prazer a pô-las todas no seu devido lugar, porque as palavras são apenas o início de uma conversa. Mas quem tem apenas prazer, é um patusco e as brincadeiras de uns fazem a dor de muitos.
Enfim: porque é que Castlereagh, um dos raríssimos britânicos que foi europeu, se suicidou? Porque quis repôr, em nome da Justiça, algo que não tinha que mudar mas que tinha apenas de se equilibrar e perdurar. Napoleão era sem dúvida um grande sedutor e Metternich fez-lhe o serviço. Kissinger faz-nos o serviço de dizer que só depois de Castlereagh se ter suicidado se revelou a sua enorme solidão, ao longo de toda a vida.
Pois é. Porque quem retorna em nome da Justiça não tem companhia. O abismo da solidão é o sêlo negro da Esperança, que é o contrário da Nostalgia. E assim caímos, como Homens e não como Anjos: caímos para cima.
Friday, May 9, 2008
Film Is Supposed to Look Like Film

There is a very important article up at The Digital Bits about film grain and blu-ray. Apparently some customers are not understanding film grain, now more prominent in high-def, and it's causing complaints. According to Bill Hunt, editor of The Digital Bits, New Line scrubbed Pan's Labyrinth clean of its theatrical film grain for blu-ray. Bill is ready to circle the wagons to make sure the studios do not start "cleansing" classic films of their film grain through excessive digital noise reduction.

I have seen some older movies ('80s) broadcast on HD where the film grain was quite strong, and I think it does take some getting used to. The grain feels more prominent than how we experience it in the theater. In any case, I don't want to see any releases scrubbed, because, as Bill Hunt points out, it is often a stylistic choice, and different film stocks and shooting conditions yield different levels of graininess. Scrubbing to the point that other visual information is lost, and that the faces look "waxy," as Bill mentions, is obviously not acceptable.
I usually only notice or love grain in the movie theaters when I see certain older black-and-white films. I don't recall getting enthusiastic about grain too often at film screenings, nor do I remember being distracted by it. The film I watched (part of) on HD broadcast was Wise Guys (1986, Brian De Palma), and it was very grainy. I certainly don't have memories of grain from '80s film-going experiences, especially color films. I am sure the grain was there—the evidence is clear in the HD broadcast—but something about HD is rendering it more prominent. I suspect this is something that just takes getting used to. I also think that no matter how great the technology, you are transporting something from one medium to another and perhaps there will never be a perfect solution.
I highly recommend you read the article here at the Digital Bits.
Here is the pertinent section:
Finally today... while we're talking about the possibility of older classic films coming to Blu-ray Disc... there's a very important and related issue I wanted to address today. We've been getting a few e-mails a week (over the last month or so) from readers who are new to Blu-ray, who say they're disappointed in the quality of older catalog titles on the format. They disappointed not so much the selection, but the actual video quality. One person said the colors weren't as vibrant as they were expecting. Another thought the image looked too soft. Several have complained of "noise" on their TV screens when they watched certain older films. It actually took me a while at first to understand what they meant, but now I've figured it out... and as a serious film enthusiast, it's troubling to say the least. That noise some are complaining about? It's film grain! It seems that many people who came to home theater more recently via DVD, and so who may never have seen older films in an actual movie theater before, simply don't understand what film grain is. They don't realize that it's SUPPOSED to be there.
Now, if you're one of those people... look, don't feel bad. It's okay that you didn't know what that so-called 'noise' was, because having grown up seeing older films only on DVD or cable TV, how could you know otherwise? That's why The Bits is here - to fill you in on such things. Here's what you need to understand: Film grain is an inherent part of the texture and character of older movies, which of course were shot on photochemical film stock (see Wikipedia's entry on the subject). The grains are tiny bits of metallic silver that are part of the actual physical structure of a piece of film. The amount of grain you see in the image may be the result of a stylistic choice by the director and cinematographer, as determined by their selection of film stock used during the production, or it's the product of the aging process of the film itself, the chemical composition of which changes over time. Often, it's a little of both. DVD didn't always have enough resolution to render grain properly, but Blu-ray does. So now many people are seeing it for the first time, and those who don't understand the nature of film think it's a defect in the disc! It's not, folks. Just like those black bars are supposed to be there on 2.35 (Scope) films - yes, even on your new widescreen HDTV sets - that grain is part of the film medium itself. Unfortunately, it seems that all too many people are expecting older films on Blu-ray to look like Ratatouille or Star Wars: Episode III. In other words, perfect - super-clean, super-clear, super-vibrant. No 'noise.'
To quote Han Solo, "I've got a BAD feeling about this." I suspect THIS issue is going to be the new anamorphic widescreen, the new black bars. This is the issue that enthusiasts and the studios are going to have to make an effort to explain to consumers who are new to Blu-ray and high-definition in general. Unfortunately, what seems to happening right now is that the studio marketing folks are conducting focus groups with new Blu-ray consumers, who are saying they want perfect pictures every time. As a result, a few of the Hollywood studios are currently A) using excessive Digital Noise Reduction to completely scrub film grain from their Blu-ray releases, or B) not releasing as many older catalog titles as they might otherwise for fear that people will complain about grain. Some studios are even going so far as to scrub the grain out of NEW releases that have been shot on film. Case in point: New Line's Pan's Labyrinth Blu-ray Disc. When I saw this film in the theaters, it was dark and gritty. The grain was a deliberate stylistic choice - part of the artistic character of the film. New Line's Blu-ray, on the other hand, is sparkly and glossy - almost entirely grain-free. So much fine detail has been removed that the faces of characters actually look waxy. Everyone looks like a plastic doll. It's worth noting that the European release doesn't suffer the same fate. One can only assume that there are fewer marketing fingers in the pie over there?
This isn't just a Blu-ray issue, it's going to affect ALL high-definition presentations of older films, if we allow it to. Film enthusiasts (and those at the studios who actually CARE about and respect the integrity of older films) need to really start educating people on this subject - new Blu-ray consumers, friends and family, fellow studio employees. FILM IS SUPPOSED TO LOOK LIKE FILM. Older titles on Blu-ray are NOT supposed to look perfect, as if they were shot today on video! The Blu-ray presentation should replicate, as closely as possible, the best original theatrical experience of the film. THAT'S the goal. I'll tell you right now, this is an important issue, just as anamorphic enhancement and presenting films in their original aspect ratios on DVD were before it. As we did with those issues, you better believe it's something the staff here at The Digital Bits will take up as a crusade with the Hollywood studios if it becomes necessary. So you studio folks... let's just say that you'd better get this one right, or you'll definitely be hearing about it from us in the months ahead (and, we suspect, from many others as well).
Não tenhais medo, por Pedro Cem
Lembro-me às vezes desta frase de João Paulo II. Está explicada por enquadramento, quando o Papa visitou a Polónia, ainda a do Pacto de Varsóvia e a gente, sempre católica, vinha falar com ele (até os dirigentes) exprimindo aquilo que desejavam mas não conseguiam fazer. Penso que foi, nesta altura, sobretudo quando ele se despediu dos dirigentes que sabiam ter um arma apontada à cabeça, que a frase lhe surgiu. Muitos a tinham dito, em diversas situações, aos berros numa batalha, numa barricada, a caminhar para o cadafalso, ao deitarem-se numa mesa de operações, ao compôrem o casaco antes de um encontro, ao alinharem em frente ao pelotão de execução, ao atrvessar um ermo escuro todos os dias, depois de um duro dia de trabalho. Não tenhais medo, repete-se dentro da minha cabeça.Não pergunto porquê. Como o meu amigo Mário Teixeira, frade fradinho, sindicalista e eremita e agente de viagens me dizia: tem confiança. Confiança em quê, perguntava eu e le dizia-me: só confiança. Mais nada.
E agora lembro-me a propósito de nada, outra coisa que me anda a bater na cabeça, o rumor de Roma, algures no séc. I D. C. quando toda a gente comentava que a bela Dama patrícia Lavínia tinha fugido com um pobre desafortunado gladiador, que lhe devia dar pelo ombro, o "Sergulo", e que se pode traduzir mais ou menos por "Serginho". E diz a lenda que nunca mais foram encontrados e que viveram felizes o resto da sua vida. Dizia ainda o rumor de Roma" Como era possível? O pobre Sergulo que tinha o corpo tão coberto de cicatrizes que parecia deformado e nem metade do nariz tinha, que lho tinham cortado num combate".
E agora lembro-me a propósito de nada, outra coisa que me anda a bater na cabeça, o rumor de Roma, algures no séc. I D. C. quando toda a gente comentava que a bela Dama patrícia Lavínia tinha fugido com um pobre desafortunado gladiador, que lhe devia dar pelo ombro, o "Sergulo", e que se pode traduzir mais ou menos por "Serginho". E diz a lenda que nunca mais foram encontrados e que viveram felizes o resto da sua vida. Dizia ainda o rumor de Roma" Como era possível? O pobre Sergulo que tinha o corpo tão coberto de cicatrizes que parecia deformado e nem metade do nariz tinha, que lho tinham cortado num combate".
Não tenhais medo, por Pedro Cem
Lembro-me às vezes desta frase de João Paulo II. Está explicada por enquadramento, quando o Papa visitou a Polónia, ainda a do Pacto de Varsóvia e a gente, sempre católica, vinha falar com ele (até os dirigentes) exprimindo aquilo que desejavam mas não conseguiam fazer. Penso que foi, nesta altura, sobretudo quando ele se despediu dos dirigentes que sabiam ter um arma apontada à cabeça, que a frase lhe surgiu. Muitos a tinham dito, em diversas situações, aos berros numa batalha, numa barricada, a caminhar para o cadafalso, ao deitarem-se numa mesa de operações, ao compôrem o casaco antes de um encontro, ao alinharem em frente ao pelotão de execução, ao atrvessar um ermo escuro todos os dias, depois de um duro dia de trabalho. Não tenhais medo, repete-se dentro da minha cabeça.Não pergunto porquê. Como o meu amigo Mário Teixeira, frade fradinho, sindicalista e eremita e agente de viagens me dizia: tem confiança. Confiança em quê, perguntava eu e le dizia-me: só confiança. Mais nada.
E agora lembro-me a propósito de nada, outra coisa que me anda a bater na cabeça, o rumor de Roma, algures no séc. I D. C. quando toda a gente comentava que a bela Dama patrícia Lavínia tinha fugido com um pobre desafortunado gladiador, que lhe devia dar pelo ombro, o "Sergulo", e que se pode traduzir mais ou menos por "Serginho". E diz a lenda que nunca mais foram encontrados e que viveram felizes o resto da sua vida. Dizia ainda o rumor de Roma" Como era possível? O pobre Sergulo que tinha o corpo tão coberto de cicatrizes que parecia deformado e nem metade do nariz tinha, que lho tinham cortado num combate".
E agora lembro-me a propósito de nada, outra coisa que me anda a bater na cabeça, o rumor de Roma, algures no séc. I D. C. quando toda a gente comentava que a bela Dama patrícia Lavínia tinha fugido com um pobre desafortunado gladiador, que lhe devia dar pelo ombro, o "Sergulo", e que se pode traduzir mais ou menos por "Serginho". E diz a lenda que nunca mais foram encontrados e que viveram felizes o resto da sua vida. Dizia ainda o rumor de Roma" Como era possível? O pobre Sergulo que tinha o corpo tão coberto de cicatrizes que parecia deformado e nem metade do nariz tinha, que lho tinham cortado num combate".
Thursday, May 8, 2008
Michael Powell Under the Radar

A favorite topic of mine is finding buried treasures by great directors amongst the current trend of packaged DVDs. For example, a Cary Grant set hides a possible treasure by Raoul Walsh (Big Brown Eyes from 1936), and a Randolph Scott Western set quietly features two André de Toth films (Thunder Over the Plains [1953] and Riding Shotgun [1954]). Or how about a Classic Western Roundup Vol. 2 featuring The Man from the Alamo (1953, Budd Boetticher) and The Cimarron Kid (1952, Budd Boetticher)? In many cases, the directors aren't mentioned on the packaging. Even on Amazon the information is frequently missing, and I have to look the titles up individually on IMDB.

Wednesday, May 7, 2008
The Wayward Cloud (2005, Tsai Ming-Liang)
One of the most fun musical scenes in recent movie history, from Tsai Ming-Liang's The Wayward Cloud (2005):
Ah, yes, so pleasant and wholesome. The entire movie is just like this.
(For those who have seen the movie, don't reveal my deception!)
It's finally coming to DVD from Strand Releasing:

For more song-and-dance fun, see this blog where there is a "dance movie blogathon" going on:
Ferdy On Films, Etc.
Ah, yes, so pleasant and wholesome. The entire movie is just like this.
(For those who have seen the movie, don't reveal my deception!)
It's finally coming to DVD from Strand Releasing:

For more song-and-dance fun, see this blog where there is a "dance movie blogathon" going on:
Ferdy On Films, Etc.
Saturday, May 3, 2008
E não havia ninguém

Primeiro perseguiram os comunistas e eu nada disse - porque eu não era comunista.
Depois, perseguiram os socialistas e eu nada disse - porque não era socialista.
A seguir, perseguiram os sindicalistas e eu nada disse - porque não era sindicalista.
Depois perseguiram os judeus e eu nada disse - porque não era judeu.
Por fim perseguiram-me - e não havia ninguém para falar por mim. Martin Niemöller
E não havia ninguém

Primeiro perseguiram os comunistas e eu nada disse - porque eu não era comunista.
Depois, perseguiram os socialistas e eu nada disse - porque não era socialista.
A seguir, perseguiram os sindicalistas e eu nada disse - porque não era sindicalista.
Depois perseguiram os judeus e eu nada disse - porque não era judeu.
Por fim perseguiram-me - e não havia ninguém para falar por mim. Martin Niemöller
Friday, May 2, 2008
Subscribe to:
Posts (Atom)