Saturday, October 27, 2007

A diligência de Abílio Magro

“Em um dos meses do ano de 1909, Dezembro se a memória não me falha...” escreve Abílio Magro, o governador civil de Lisboa, João de Azevedo Coutinho, deu- lhe instruções para se deslocar a Espanha a fim de obter por compra ao famigerado António de Albuquerque o autógrafo de um livro com revelações sobre o regicídio, A execução do Rei Carlos. Uma vez que já não era secretário particular do juiz de Instrução, Abílio Magro vai a Granada como agente de confiança. Hospedado no Hotel Victoria, entra em contacto com o “Lêndea” que queria ficar à força na história.
A execução do Rei Carlos é mais um livro de escândalos de Albuquerque, neste caso um diálogo de obscenidades entre ele e um seu amigo regicida fictício, de nome Fabrício de Lemos. Dois terços do livro descrevem a vida voluptuosa do autor com uma escrava sexual Fatimah que trouxera de Marrocos, o outro terço os preparativos do regicídio, numa variante sentimentalona e balofa de A Filosofia na Alcova, do marquês de Sade. A nota introdutória diz o seguinte: «À inolvidável memória dos mártires da mais sublime das causas, a menos compreendida e a mais caluniada. Que Buíça e Costa descansem em paz eterna entre as flores com que mãos piedosas cobriram as suas campas de heróis e sob as bençãos que desde a terra lhes en­viam os seus camaradas oprimidos! Saudade para as suas memórias, perseverança e cora­gem para nós.»
Comprado por 120$00 ao Albuquerque um manuscrito, Magro regressa com uma das fontes primárias sobre a conspiração do regicídio e o Grupo dos 18 nela empenhado. Esse Grupo dos 18 de onde saíram os regicidas era constituído por José Nunes, Vergílio de Sá Alfredo Costa, Manuel Buíça,professor; e Domingos Fernandes Guimarães, caixeiro, Artur dos Santos Silva, operário; Saul Simões Sério, comerciante; Carlos Kopke, bancário; António Rodrigues Pires; Armando Octávio Dias, Roque de Miranda; António José dos Santos; industrial; Francisco Soares; A. Figueiredo Lima; Manuel pereira da Silva e um francês, um italiano e um catalão, como representantes das organizações anarquistas dos respectivas países. Nesta lista, onde a par de nomes comprovados existem outros duvidosos, assinala-se a presença dos estrangeiros em conformidade como as indicações de Magalhães Lima com quem partilhava conhecimentos e segundo Rocha Martins, “o famigerado Francisco Ferrer não foi de todo alheia ao que então se passou em Portugal”.
No regresso, recebido por Azevedo Coutinho no palácio da rua da Rosa, Abílio Magro entrega-lhe o autógrafo de trezentas páginas. O governador civil de Lisboa considerou-o tão importante que o levou, no dia seguinte, a D. Manuel II, então em Vila Viçosa a acompanhar a visita de Afonso XIII de Espanha. D. Manuel estimou devidamente o alto serviço prestado e entendeu dispensar a sua protecção a Magro. Este, sendo candidato a um lugar de escrivão de direito do cível, pedia preferência perante um indivíduo protegido pela “aristocracia feminina” e pelo ministro da justiça João de Alarcão. Todos os sinais são de que o rei se empenhou, como testemunharam o conde de Tarouca e João Azevedo Coutinho. Mas os dias e semanas passaram e o provimento do lugar não chegou. Nem por isso Abílio Magro deixou de continuar a recolher materiais sobre os regicidas.

A diligência de Abílio Magro

“Em um dos meses do ano de 1909, Dezembro se a memória não me falha...” escreve Abílio Magro, o governador civil de Lisboa, João de Azevedo Coutinho, deu- lhe instruções para se deslocar a Espanha a fim de obter por compra ao famigerado António de Albuquerque o autógrafo de um livro com revelações sobre o regicídio, A execução do Rei Carlos. Uma vez que já não era secretário particular do juiz de Instrução, Abílio Magro vai a Granada como agente de confiança. Hospedado no Hotel Victoria, entra em contacto com o “Lêndea” que queria ficar à força na história.
A execução do Rei Carlos é mais um livro de escândalos de Albuquerque, neste caso um diálogo de obscenidades entre ele e um seu amigo regicida fictício, de nome Fabrício de Lemos. Dois terços do livro descrevem a vida voluptuosa do autor com uma escrava sexual Fatimah que trouxera de Marrocos, o outro terço os preparativos do regicídio, numa variante sentimentalona e balofa de A Filosofia na Alcova, do marquês de Sade. A nota introdutória diz o seguinte: «À inolvidável memória dos mártires da mais sublime das causas, a menos compreendida e a mais caluniada. Que Buíça e Costa descansem em paz eterna entre as flores com que mãos piedosas cobriram as suas campas de heróis e sob as bençãos que desde a terra lhes en­viam os seus camaradas oprimidos! Saudade para as suas memórias, perseverança e cora­gem para nós.»
Comprado por 120$00 ao Albuquerque um manuscrito, Magro regressa com uma das fontes primárias sobre a conspiração do regicídio e o Grupo dos 18 nela empenhado. Esse Grupo dos 18 de onde saíram os regicidas era constituído por José Nunes, Vergílio de Sá Alfredo Costa, Manuel Buíça,professor; e Domingos Fernandes Guimarães, caixeiro, Artur dos Santos Silva, operário; Saul Simões Sério, comerciante; Carlos Kopke, bancário; António Rodrigues Pires; Armando Octávio Dias, Roque de Miranda; António José dos Santos; industrial; Francisco Soares; A. Figueiredo Lima; Manuel pereira da Silva e um francês, um italiano e um catalão, como representantes das organizações anarquistas dos respectivas países. Nesta lista, onde a par de nomes comprovados existem outros duvidosos, assinala-se a presença dos estrangeiros em conformidade como as indicações de Magalhães Lima com quem partilhava conhecimentos e segundo Rocha Martins, “o famigerado Francisco Ferrer não foi de todo alheia ao que então se passou em Portugal”.
No regresso, recebido por Azevedo Coutinho no palácio da rua da Rosa, Abílio Magro entrega-lhe o autógrafo de trezentas páginas. O governador civil de Lisboa considerou-o tão importante que o levou, no dia seguinte, a D. Manuel II, então em Vila Viçosa a acompanhar a visita de Afonso XIII de Espanha. D. Manuel estimou devidamente o alto serviço prestado e entendeu dispensar a sua protecção a Magro. Este, sendo candidato a um lugar de escrivão de direito do cível, pedia preferência perante um indivíduo protegido pela “aristocracia feminina” e pelo ministro da justiça João de Alarcão. Todos os sinais são de que o rei se empenhou, como testemunharam o conde de Tarouca e João Azevedo Coutinho. Mas os dias e semanas passaram e o provimento do lugar não chegou. Nem por isso Abílio Magro deixou de continuar a recolher materiais sobre os regicidas.

Friday, October 19, 2007

POR PORTUGAL



O PNR promove um passeio pela liberdade de Vasco Leitão e outros Nacionalistas, vitimas das perseguições, por delito de opinião, por parte deste sistema.
Esta marcha silenciosa, terá lugar no próximo sábado, dia 20 de Outubro, com concentração no Saldanha às 14.30 e fim no Marquês de Pombal, às 16.00 com o Hino Nacional.
Pelos Nacionalistas, por Portugal, não falte!

Sunday, October 14, 2007

Esta gente cujo rosto, POEMA DE SOPHIA DE MELLO BREYNER

Esta gente cujo rosto
ás vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada

Meu canto se renova

E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
De um tempo justo

Do livro GEOGRAFIA, 1967

( AGRADEÇO O ENVIO à FERNANDA leITÃO)

Esta gente cujo rosto, POEMA DE SOPHIA DE MELLO BREYNER

Esta gente cujo rosto
ás vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada

Meu canto se renova

E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
De um tempo justo

Do livro GEOGRAFIA, 1967

( AGRADEÇO O ENVIO à FERNANDA leITÃO)

Monday, October 8, 2007

(Re)leituras- I, por André Bandeira

Reler a Tese de Doutoramento do Padre. Isidro Alves, "Il Cristiano in Cristo - la presenza del cristiano davanti a Dio in S.Paolo". De 1980, já lá vai tanto tempo...
Lembro-me de ir, por recomendação de alguém, ver o Padre Isidro na Universidade Católica. Eu tinha uma Tese de Mestrado sobre S. Paulo, em que defendia basicamente que as "autoridades" da Epístolas aos Romanos, 13, 1-7, eram um "demónio" ( o que era parte da verdade) e com essa natureza deviam ser entendidas. Eu recusara a orientação, numa Faculdade de Direito sardonicamente positivista, o Padre Isidro era um especialista em S. Paulo e eu ia bem recomendado. Quando cheguei, sentei-me. Três ou quatro esperavam por ser recebidos. Quando o vi chegar ( nunca o tinha visto) dei com um homem ainda jovem, carregado de dossiers, com um ar extenuado. Disse para mim próprio: "Quem sou eu para estar a incomodar este homem, carregado de trabalho, com a minha tesezinha?!". Quando a secretária chamou por mim, certamente que ninguém respondeu.

Mas reler a tese do Padre Isidro faz bem, nestes tempos em que todos se reclamam
proprietários de Deus. Nós não temos Deus, antes, por Cristo, estamos perante ele. Perante Ele, como um tribunal, perante ele como um vítima perfeita para ser sacrificada. E a luta constante na nossa vida para sermos essa vítima perfeita, sem mancha, quando vier o sacrifício da Morte que não marca hora mas nunca falha, é o modo de nos mantermos sempre presentes. S. Paulo sabia isso, sabia o que era ser presente ao julgamento, terreno e divino. Talvez fosse demasiado entusiasta por acreditar que Cristo era o Messias, tão certo como quem conhece os rituais judaicos, a filosofia popular helénica, as seitas gnósticas e os mistérios romanos, para não falar dos Diógenes incorruptíveis do Areópago. Talvez, Saulo, o perseguidor, continuasse a correr, depois de ter caído em Damasco, com o mesmo ardor, desta vez sem armas. Estar presente. Apesar de S. Paulo ser aquele judeu pequenino e careca, gesticulante como um mediterrânico, falando um mistura de latim, grego e hebreu e com ataques epilépticos, em que o misterioso gnosticismo era anti-gnóstico, em que a crença no Messias vinha de fora, da poeira de Damasco e que achava bem todas as deduções místicas do seu tempo mas que nem todas lhe convinham. O judeu que nunca teve um sistema nem se ufanou de o não ter, com tiradas como as de Diógenes a Alexandre, mas que sempre correu para estar presente, tendo tido a sorte de ser talvez amado por uma mulher, enquanto cosia tendas para sobreviver e ela, administradora de uma casa de tecidos, o olhava com curiosidade. Teria o fariseu Saulo arranjado apenas uma nova fileira publicitária? A diferença entre "ter Deus" e estar presente é que, como Sto. Agostinho depois exprimiu, só fica o Presente, sem Passado nem Futuro, só o diálogo cara-a-cara em que talvez o gesto de abertura, como quem pede para falar, seja o da oração. No fim de contas, descobri afinal outro sentido para "autoridade" que o Padre Isidro bem sabia: falar com sinceridade porque "coração", para os gregos das praças e do Mar, era o Homem todo e integral. Desculpe, Padre Isidro não estar quando me chamaram, foi essa a minha forma de "falar" com coração...ao modo de Marcel Marceau.

(Re)leituras- I, por André Bandeira

Reler a Tese de Doutoramento do Padre. Isidro Alves, "Il Cristiano in Cristo - la presenza del cristiano davanti a Dio in S.Paolo". De 1980, já lá vai tanto tempo...
Lembro-me de ir, por recomendação de alguém, ver o Padre Isidro na Universidade Católica. Eu tinha uma Tese de Mestrado sobre S. Paulo, em que defendia basicamente que as "autoridades" da Epístolas aos Romanos, 13, 1-7, eram um "demónio" ( o que era parte da verdade) e com essa natureza deviam ser entendidas. Eu recusara a orientação, numa Faculdade de Direito sardonicamente positivista, o Padre Isidro era um especialista em S. Paulo e eu ia bem recomendado. Quando cheguei, sentei-me. Três ou quatro esperavam por ser recebidos. Quando o vi chegar ( nunca o tinha visto) dei com um homem ainda jovem, carregado de dossiers, com um ar extenuado. Disse para mim próprio: "Quem sou eu para estar a incomodar este homem, carregado de trabalho, com a minha tesezinha?!". Quando a secretária chamou por mim, certamente que ninguém respondeu.

Mas reler a tese do Padre Isidro faz bem, nestes tempos em que todos se reclamam
proprietários de Deus. Nós não temos Deus, antes, por Cristo, estamos perante ele. Perante Ele, como um tribunal, perante ele como um vítima perfeita para ser sacrificada. E a luta constante na nossa vida para sermos essa vítima perfeita, sem mancha, quando vier o sacrifício da Morte que não marca hora mas nunca falha, é o modo de nos mantermos sempre presentes. S. Paulo sabia isso, sabia o que era ser presente ao julgamento, terreno e divino. Talvez fosse demasiado entusiasta por acreditar que Cristo era o Messias, tão certo como quem conhece os rituais judaicos, a filosofia popular helénica, as seitas gnósticas e os mistérios romanos, para não falar dos Diógenes incorruptíveis do Areópago. Talvez, Saulo, o perseguidor, continuasse a correr, depois de ter caído em Damasco, com o mesmo ardor, desta vez sem armas. Estar presente. Apesar de S. Paulo ser aquele judeu pequenino e careca, gesticulante como um mediterrânico, falando um mistura de latim, grego e hebreu e com ataques epilépticos, em que o misterioso gnosticismo era anti-gnóstico, em que a crença no Messias vinha de fora, da poeira de Damasco e que achava bem todas as deduções místicas do seu tempo mas que nem todas lhe convinham. O judeu que nunca teve um sistema nem se ufanou de o não ter, com tiradas como as de Diógenes a Alexandre, mas que sempre correu para estar presente, tendo tido a sorte de ser talvez amado por uma mulher, enquanto cosia tendas para sobreviver e ela, administradora de uma casa de tecidos, o olhava com curiosidade. Teria o fariseu Saulo arranjado apenas uma nova fileira publicitária? A diferença entre "ter Deus" e estar presente é que, como Sto. Agostinho depois exprimiu, só fica o Presente, sem Passado nem Futuro, só o diálogo cara-a-cara em que talvez o gesto de abertura, como quem pede para falar, seja o da oração. No fim de contas, descobri afinal outro sentido para "autoridade" que o Padre Isidro bem sabia: falar com sinceridade porque "coração", para os gregos das praças e do Mar, era o Homem todo e integral. Desculpe, Padre Isidro não estar quando me chamaram, foi essa a minha forma de "falar" com coração...ao modo de Marcel Marceau.

Cristãos-Novos visitam Judeus-Velhos



Quando cemitérios portugueses são vandalizados não se passa nada.

Quando um cemitério judeu (discriminação?) é invadido por dois idiotas, sem cabelo, que aí resolvem satisfazer as suas necessidades fisiológicas é o fim do mundo...
Curiosamente, as "provas" do crime estavam tapadas com panos brancos. Seria para esconder os danos avaliados em milhares de euros?

Alberto Costa, sabiamente, lembrou que: "actos como este são um ultraje aos que acreditam e aos que não acreditam".

Sendo assim, não é preciso dizer mais nada.

*Só hoje?

Sunday, October 7, 2007

A "ameaça"





A carta:

Camaradas e amigos,

Começamos a travar mais uma batalha nesta guerra contra o sistema democrático opressor, a partir das 00.01h de sábado (15 de Setembro), passámos a ter em Portugal presos políticos que já o eram desde 18 de Abri, mas com a agravante de estarem em situação de prisão ilegal.

Todos vós puderam assistir pelos meios de comunicação social à libertação na sexta-feira, dia 14 de Setembro, de assassinos, violadores e pedófilos, porque a lei teria de ser aplicada até às 23.59h desse mesmo dia 14h, eu, ao contrário desses criminosos fiquei nas masmorras de uma nova inquisição cujo rosto é a procuradora do Ministério Público, da 11ª Secção a Drª. Cândida Vilar.

Os nacionalistas jamais se deverão esquecer deste nome, pois esta senhora foi a responsável, e não a PJ (apesar de tudo), pela maior perseguição política dos últimos 30 anos.

O inspector Paulo Vaz da DCCB-PJ disse-me na presença do Pedro Nogueira e Jóse Amorim que a Drª do M.P. lhe tinha dito que "... o Mário tem que pagar por tudo o que o meu pai passou aquando do Estado Novo...". Isto é grotesco, e justifica assim o ódio primário, patológico e irracional da mesma. A procuradora rege-se pelo desprezo pela vida, dignidade e liberdade da pessoa humana desde que esta tenha orgulho patriótico. Espero que os meus filhos não queiram um dia também vingar-se por toda a perseguição que o seu pai e mãe foram vítimas durante a "democracia".

Este tipo de comentários da Drª.Cândida Vilar juntamente com a resposta que me deu pessoalmente e na presença do mesmo inspector e da sua escrivã no DIAP também são bem esclarecedoras das suas intenções, quando lhe pergunto qual o motivo de tudo isto, a mesma responde "Mário, tinhamos que fazer qualquer coisa, o vosso movimento estava imparável.", incrível.

Fiquei muito feliz quando hoje os guardas prisionais me disseram que todas as ruas paralelas e perpendiculares do estabelecimento prisional tinham cartazes a dizer "Mário Machado, Liberdade". Sei também que um grupo de nacionalistas vai lançar o projecto "Outdoor2", nos mesmos moldes do anterior mas o assunto é a "Liberdade de expressão" e "Liberdade para presos políticos". Agradeço desde já a todos pelo esforço continuo e solidariedade, e anseio pela sua realização.

Além do crime de "discriminação racial" que me pede prisão de 1 a 8 anos, estou a ser acusado de mais 14 ou 15 crimes sendo que não participei em nenhum deles, inclusive o M.P.di-lo claramente, mas segundo a Procuradora da Inquisição, como sou o líder do movimento, todos os crimes praticados por um nacionalista, mesmo que eu não o conheça, tenho que ser responsabilizado. - Incrivél não é?

Mais ardilosamente o M.P. refere que os Hammerskins lucram com o negócio do narcotráfico porque segundo a procuradora, 1 indivíduo com ligações à HSN teria sido apanhado na posse de droga. Cabe-me esclarecer que, ninguém, nenhum nacionalista dos 36 acusados, está acusado do crime de tráfico de estupefacientes, ora como é óbvio se essa ligação existisse, o que custava além das barbaridades de que estamos acusados, de nos indiciarem também por tráfico?

Não tenham os nacionalistas quaisquer dúvidas que jamais o movimento recebeu 1 tostão vindo dessas actividades que todos condenamos, tal já não pode ser textativamente afirmado por outros partidos políticos. Seguindo o raciocínio político do M.P., o Partido Socialista (PS) também receberia dinheiro da droga, porque no carro do presidente na altura em funções o Jorge Sampaio a P.J. encontrou 8 kilos de cocaína e deteve o seu condutor e segurança. Nunca vimos na comunicação social ou no inquérito do M.P. que a droga era para o PS porque como é óbvio uma acção isolada de um indivíduo, não implica necessariamente outros.

Continuando esse raciocínio, poderiamos dizer que no PS abundam pedófilos que faziam da Casa Pia o seu retiro, só porque um deputado do partido já foi indiciado pelo mesmo crime. E posso também dar o exemplo do filho da Leonor Beleza, membro da JSD apanhado com 30 kilos de haxixe e etc etc

Tudo isto faz parte da camapanha de demonização que está em marcha e como prova o facto do M.P. mandar isso para o ar, mas não acusa ninguém - uma vergonha.

Ainda sobre o crime de discriminação racial, é curioso quando ele nos é imputado e dos 12 membros da Hammerskin nenhum é acusado de agredir qualquer negro, amarelo, ou azul às bolinhas, e pelo contrário, Portugal prepara-se para receber "oficialmente" Robert Mugabe o africano que foi o responsável por mais de dezenas de milhares de crimes de ???????? e discriminação racial contra brancos, que resultaram na expulsão de terras, violações e homicídios em série, com isto o governo português demonstra a sua verdadeira face, persegue os brancos no seu próprio território e não tem coragem diplomática para não permitir a entrada do maior Racista do século XXI.

Mais uma prova de que isto se trata essencialmente de um processo politico, é o facto de nos terem apreendido centenas de livros, milhares de autocolantes, t-shirts e cd's de música. A nossa constituição defende a liberdade de expressão, que nenhum indivíduo pode ver esse mesmo direito ameaçado, assim como o direito de acesso à livre informação, por isso estas apreensões são ilegais.

O processo começa também em Junho de 2004 com uma busca ilegal, pelas 00.30h onde 27 nacionalistas são identificados, fazendo jurisprudência com outros casos onde pelo mesmo motivo foram libertados por exemplo 34 indivíduos conectados com o narcotráfico. Porque segundo diz a lei quando existe um procedimento ilegal todo o processo cai.

Nessa busca domiciliária apreenderam-se novamente livros, cd's e autocolantes, a lei diz claramente que a busca só poderia ser efectuada entre as 7h e as 21h... Será que a lei a nós não se aplica?

"As ideias são como os tratados: pouco vale firmá-las com a nossa tinta quando não somos capazes de confirmá-los com uma gota do nosso sangue"
Ramalho Ortigão

A frase acima reproduzida nunca fez tanto sentido como agora, apesar de desejar o meu retorno à minha família e evitar viver nesta continua guerra diária, eu estou a dar o meu sangue, espero que todos vós possam fazer o mesmo.

Termino também com um agradecimento a um Inimigo Político, o Dr. Pacheco Pereira por ser um democrata convicto e que discordando dos nossos ideais, nunca ter tido medo de condenar as perseguições de que os nacionalistas ou outros são vítimas. E deixo-vos um comunicado da Amnistia Internacional "... A internet tornou-se numa nova fronteira na luta contra a liberdade de pensamento, com os activistas a serem presos e as empresas a pactuarem com os governos para restringir o acesso à informação livre."

A minha honra chama-se Fidelidade!!!

Mário Rui Valente Machado

Preso Político

Saturday, October 6, 2007

Crónica de Espanha






Las primeras páginas dos periódicos vienen estos días plagadas de fotografías con carteles del Rey ardiendo. Son grupos de 30, puede que 40, pongamos que 100 revoltosos, generalmente radicales y antisistema, que parecen decididos a seguir con las hogueras, conscientes del privilegio que supone saber que nunca tan pocos tuvieron en jaque a tantos. A conduta de 45 personas volver del revés la vida de 45 millones? Tan radical y deslumbrante anomalía explica a las claras que ese no es el problema, sino apenas una anécdota, la excusa que evidencia un mal mucho más profundo, de más calado, cual es la crisis del Sistema, o si se quiera de la Monarquía restaurada en 1975 que pactó el otorgamiento de la Constitución de 1978.
El pacto en torno a la Corona entre la derecha, el partido socialista y los nacionalismos catalán y vasco que alumbró esa Constitución ha quedado muy en entredicho, si no roto, a cuenta de la aprobación del nuevo Estatuto de Cataluña –en contra del partido que representa grosso modo al 40% del electorado-, y por el reciente envite lanzado por Ibarretxe anunciando la celebración de un referéndum, decisión que el español menos avisado ha entendido en su exacta dimensión: como un paso más hacia la independencia del País Vasco, un viaje que tiene su estación término a la vista, pues los plazos se han acortado de forma vertiginosa en esta Legislatura por culpa de un presidente del Gobierno que alegremente decidió hace 4 años colocarse al frente del batallón de derribos del Sistema.



Si la Constitución del 78 pretendía transmitir la idea de que la Corona, a pesar de su arcaísmo, tenía el valor instrumental de garantizar la unidad de la nación española y ésta amenaza quiebra, es evidente que corre el riesgo de perder su primera y quizá única razón de ser para millones de españoles. La Monarquía está, pues, en crisis, porque lo anormal sería que con el Régimen salido de la Transición en plena convulsión, la guinda que corona la tarta constitucional permaneciera al margen en una especie de idílico nirvana. Este es el problema de fondo que la quema de retratos del Monarca y de banderas españolas está poniendo en evidencia.
El problema se agrava porque la Corona se halla indefensa para enfrentar esta deriva e intentar al menos un cambio de rumbo con argumentos de prestigio. Monarquía inerme, que ahora paga los excesos, fundamentalmente dinerarios, cometidos durante años por el titular de la institución. Un Rey sin auctoritas, virtud que en este caso nada tiene que ver con el aura casi sagrada que Hannah Arendt otorgaba el término, sino con el pedestre refrán que aconseja al hombre público predicar con el ejemplo. “En esta legislatura al menos en un par de ocasiones se le ha pedido que dijera algo, que saliera a la palestra para emitir opinión”, aseguraba en privado este mismo mes un destacado líder del PP, “y la respuesta, alarmada, fue siempre la misma: ¡No puedo, no puedo hablar, me tienen maniatado!”.


Excesos más o menos veniales
Amordazado por Zapatero, como amordazado estuvo por Aznar. Porque es imposible esconder bajo la alfombra el resultado de más de 30 años de excesos. Su implicación, más o menos venial, en operaciones económicas sigue siendo una constante, caso de la toma de Endesa por parte de Enel o del establecimiento de una fábrica de celulosa en Uruguay por parte de ENCE, compañía de la que es importante accionista su íntimo amigo Alberto Alcocer. Las embestidas mediáticas que asolan la imagen de la familia real británica apenas rozan la figura de Isabel II, cuya fortuna es conocida desde sus orígenes. Nada se sabe de la del Rey Juan Carlos, salvo lo que dicen las revistas extranjeras dedicadas a este tipo de rankings. La Monarquía británica paga impuestos, cosa que no hace la española. Hay, pues, un déficit democrático evidente en el funcionamiento de la institución y en los comportamiento de la persona que ocupa el vértice de nuestro sistema constitucional.
A ese déficit democrático se ha unido un clamoroso déficit de gestión de la imagen del Monarca por parte de La Zarzuela o, si quieren, de la Casa del Rey. A su manera, Sabino Fernández Campo intentó realizar esa gestión, y con notable éxito, que incluía una discreta vigilancia sobre el entorno –les amitiés dangereuses- y los comportamientos del titular de la Corona. Nada se ha hecho desde su salida de palacio. Las jefaturas de Fernando Almansa y de su sucesor, Alberto Aza, han resultado dos completos desastres, como corresponde a dos pesos ligeros. Sólo así se entiende un dislate como el cometido en Oviedo por el Monarca, ensalzando lui-même el papel estelar de la Institución en estos años. Si nadie me defiende, me defenderé yo mismo. De modo que el Rey parece haber vivido estos últimos años en un plácido sueño hedonista, del que ha sido despertado con estrépito de cristales rotos por los revoltosos que queman su retrato en la plaza de la Armería.
Del tabú a la indiferencia
El cuestionamiento de la Monarquía por parte de una minoría despide, y esto es quizá lo más desasosegante de la situación, un halo de intranquilidad y miedo colectivo que actúa como reflejo condicionado de una sociedad que continúa atenazada por el miedo a manifestarse con libertad sobre determinadas cuestiones, ergo de una democracia que 32 años después de la muerte de Franco sigue sin alcanzar su madurez. Hablar y criticar al Rey sigue siendo un tema tabú. Sobre un famoso locutor de radio que ha osado hablar de “abdicación” han caído estos días todas las plagas de Egipto. Sólo cabe el halago cortesano, materia en la que son expertos algunos los profesionales de la lisonja en busca de marquesados.
Por duro que resulte admitirlo, la realidad es que la Monarquía se asienta hoy en España sobre la legitimidad de la indiferencia, de modo que la Institución se mantendrá en pie mientras la gente del común siga viviendo de espaldas al problema. ¿Significa la quema de fotos que esa indiferencia empieza a dar paso a un movimiento de más calado? Al fin y al cabo, las Monarquías suelen caer por la fuerza de los movimientos populares en la calle. Ni un sólo dato, sin embargo, permite afirmar ahora que algo de eso esté ocurriendo en España. Fundamentalmente porque esa indiferencia se asienta firmemente sobre el miedo a lo desconocido, y sobre la percepción general de que, con el problema territorial abierto en canal por culpa de los nacionalismos, abrir ahora el melón monárquico sería lo más parecido a un suicidio colectivo, una irresponsabilidad que pondría en riesgo la paz y prosperidad de los españoles.
Pero este sentimiento no debería ser disculpa capaz de evitar la obligación que tiene nuestra clase política de poner, cuanto antes mejor, manos a la obra para, dentro de la normalidad, abordar un nuevo proceso constituyente capaz de repensar España. Los españoles necesitamos ir al psicólogo 32 años después del fin de la dictadura. Abordar una reforma constitucional capaz de cerrar de una vez el Capítulo VIII (“De la Organización Territorial del Estado”). No es posible que un partido con 36.000 afiliados (PNV) pueda mediatizar al vida política de 45 millones. Y devolver a ese Estado determinadas competencias –esenciales para garantizar la solidaridad entre españoles- que nunca debió perder. Repensar, incluso, el papel institucional de la Monarquía (¿debe seguir siendo el Rey el jefe supremo del Ejército?). Y tantas cosas más. Ninguna reforma de este calado será posible sin un gran pacto entre los dos grandes partidos nacionales. La situación exige inteligencia, no vísceras, y desde luego esos “hombres dotados de talento” a cuya ausencia atribuía el citado Ortega y Gasset la “desventura de España”.

Crónica de Espanha






Las primeras páginas dos periódicos vienen estos días plagadas de fotografías con carteles del Rey ardiendo. Son grupos de 30, puede que 40, pongamos que 100 revoltosos, generalmente radicales y antisistema, que parecen decididos a seguir con las hogueras, conscientes del privilegio que supone saber que nunca tan pocos tuvieron en jaque a tantos. A conduta de 45 personas volver del revés la vida de 45 millones? Tan radical y deslumbrante anomalía explica a las claras que ese no es el problema, sino apenas una anécdota, la excusa que evidencia un mal mucho más profundo, de más calado, cual es la crisis del Sistema, o si se quiera de la Monarquía restaurada en 1975 que pactó el otorgamiento de la Constitución de 1978.
El pacto en torno a la Corona entre la derecha, el partido socialista y los nacionalismos catalán y vasco que alumbró esa Constitución ha quedado muy en entredicho, si no roto, a cuenta de la aprobación del nuevo Estatuto de Cataluña –en contra del partido que representa grosso modo al 40% del electorado-, y por el reciente envite lanzado por Ibarretxe anunciando la celebración de un referéndum, decisión que el español menos avisado ha entendido en su exacta dimensión: como un paso más hacia la independencia del País Vasco, un viaje que tiene su estación término a la vista, pues los plazos se han acortado de forma vertiginosa en esta Legislatura por culpa de un presidente del Gobierno que alegremente decidió hace 4 años colocarse al frente del batallón de derribos del Sistema.



Si la Constitución del 78 pretendía transmitir la idea de que la Corona, a pesar de su arcaísmo, tenía el valor instrumental de garantizar la unidad de la nación española y ésta amenaza quiebra, es evidente que corre el riesgo de perder su primera y quizá única razón de ser para millones de españoles. La Monarquía está, pues, en crisis, porque lo anormal sería que con el Régimen salido de la Transición en plena convulsión, la guinda que corona la tarta constitucional permaneciera al margen en una especie de idílico nirvana. Este es el problema de fondo que la quema de retratos del Monarca y de banderas españolas está poniendo en evidencia.
El problema se agrava porque la Corona se halla indefensa para enfrentar esta deriva e intentar al menos un cambio de rumbo con argumentos de prestigio. Monarquía inerme, que ahora paga los excesos, fundamentalmente dinerarios, cometidos durante años por el titular de la institución. Un Rey sin auctoritas, virtud que en este caso nada tiene que ver con el aura casi sagrada que Hannah Arendt otorgaba el término, sino con el pedestre refrán que aconseja al hombre público predicar con el ejemplo. “En esta legislatura al menos en un par de ocasiones se le ha pedido que dijera algo, que saliera a la palestra para emitir opinión”, aseguraba en privado este mismo mes un destacado líder del PP, “y la respuesta, alarmada, fue siempre la misma: ¡No puedo, no puedo hablar, me tienen maniatado!”.


Excesos más o menos veniales
Amordazado por Zapatero, como amordazado estuvo por Aznar. Porque es imposible esconder bajo la alfombra el resultado de más de 30 años de excesos. Su implicación, más o menos venial, en operaciones económicas sigue siendo una constante, caso de la toma de Endesa por parte de Enel o del establecimiento de una fábrica de celulosa en Uruguay por parte de ENCE, compañía de la que es importante accionista su íntimo amigo Alberto Alcocer. Las embestidas mediáticas que asolan la imagen de la familia real británica apenas rozan la figura de Isabel II, cuya fortuna es conocida desde sus orígenes. Nada se sabe de la del Rey Juan Carlos, salvo lo que dicen las revistas extranjeras dedicadas a este tipo de rankings. La Monarquía británica paga impuestos, cosa que no hace la española. Hay, pues, un déficit democrático evidente en el funcionamiento de la institución y en los comportamiento de la persona que ocupa el vértice de nuestro sistema constitucional.
A ese déficit democrático se ha unido un clamoroso déficit de gestión de la imagen del Monarca por parte de La Zarzuela o, si quieren, de la Casa del Rey. A su manera, Sabino Fernández Campo intentó realizar esa gestión, y con notable éxito, que incluía una discreta vigilancia sobre el entorno –les amitiés dangereuses- y los comportamientos del titular de la Corona. Nada se ha hecho desde su salida de palacio. Las jefaturas de Fernando Almansa y de su sucesor, Alberto Aza, han resultado dos completos desastres, como corresponde a dos pesos ligeros. Sólo así se entiende un dislate como el cometido en Oviedo por el Monarca, ensalzando lui-même el papel estelar de la Institución en estos años. Si nadie me defiende, me defenderé yo mismo. De modo que el Rey parece haber vivido estos últimos años en un plácido sueño hedonista, del que ha sido despertado con estrépito de cristales rotos por los revoltosos que queman su retrato en la plaza de la Armería.
Del tabú a la indiferencia
El cuestionamiento de la Monarquía por parte de una minoría despide, y esto es quizá lo más desasosegante de la situación, un halo de intranquilidad y miedo colectivo que actúa como reflejo condicionado de una sociedad que continúa atenazada por el miedo a manifestarse con libertad sobre determinadas cuestiones, ergo de una democracia que 32 años después de la muerte de Franco sigue sin alcanzar su madurez. Hablar y criticar al Rey sigue siendo un tema tabú. Sobre un famoso locutor de radio que ha osado hablar de “abdicación” han caído estos días todas las plagas de Egipto. Sólo cabe el halago cortesano, materia en la que son expertos algunos los profesionales de la lisonja en busca de marquesados.
Por duro que resulte admitirlo, la realidad es que la Monarquía se asienta hoy en España sobre la legitimidad de la indiferencia, de modo que la Institución se mantendrá en pie mientras la gente del común siga viviendo de espaldas al problema. ¿Significa la quema de fotos que esa indiferencia empieza a dar paso a un movimiento de más calado? Al fin y al cabo, las Monarquías suelen caer por la fuerza de los movimientos populares en la calle. Ni un sólo dato, sin embargo, permite afirmar ahora que algo de eso esté ocurriendo en España. Fundamentalmente porque esa indiferencia se asienta firmemente sobre el miedo a lo desconocido, y sobre la percepción general de que, con el problema territorial abierto en canal por culpa de los nacionalismos, abrir ahora el melón monárquico sería lo más parecido a un suicidio colectivo, una irresponsabilidad que pondría en riesgo la paz y prosperidad de los españoles.
Pero este sentimiento no debería ser disculpa capaz de evitar la obligación que tiene nuestra clase política de poner, cuanto antes mejor, manos a la obra para, dentro de la normalidad, abordar un nuevo proceso constituyente capaz de repensar España. Los españoles necesitamos ir al psicólogo 32 años después del fin de la dictadura. Abordar una reforma constitucional capaz de cerrar de una vez el Capítulo VIII (“De la Organización Territorial del Estado”). No es posible que un partido con 36.000 afiliados (PNV) pueda mediatizar al vida política de 45 millones. Y devolver a ese Estado determinadas competencias –esenciales para garantizar la solidaridad entre españoles- que nunca debió perder. Repensar, incluso, el papel institucional de la Monarquía (¿debe seguir siendo el Rey el jefe supremo del Ejército?). Y tantas cosas más. Ninguna reforma de este calado será posible sin un gran pacto entre los dos grandes partidos nacionales. La situación exige inteligencia, no vísceras, y desde luego esos “hombres dotados de talento” a cuya ausencia atribuía el citado Ortega y Gasset la “desventura de España”.

Thursday, October 4, 2007

3 de Outubro - S. Francisco


Ao irmão António, meu bispo, o irmão Francisco
envia saudações. Tenho gosto em que ensines aos irmãos a sagrada teologia, desde que, com o estudo, não se extinga neles o espírito da santa oração e devoção como está escrito na Regra.

3 de Outubro - S. Francisco


Ao irmão António, meu bispo, o irmão Francisco
envia saudações. Tenho gosto em que ensines aos irmãos a sagrada teologia, desde que, com o estudo, não se extinga neles o espírito da santa oração e devoção como está escrito na Regra.

Tuesday, October 2, 2007

João Franco e os Regeneradores Liberais

A adulteração do liberalismo constitucional a partir de 1900 desencadeou a reacção salutar das forças monárquicas comandadas por João Franco. Um episódio diz tudo. Um tal sr. Gomes, dirigente progressista da freguesia de S. Paulo em Lisboa, e pai do futuro Director do Banco de Portugal, veio dizer-lhe: "Venho-me ligar consigo; o José Luciano, chamo-lhe por brincadeira o homem dos perús vai atrás dos seus homens com uma caninha na mão; o senhor vai à frente e eles atrás."[1]
Os atropelos ao art.º 74 da Carta levavam a uma situação insustentável em que os dirigentes rotativos se acusavam mutuamente, como no sarcasmo de Hintze contra José Luciano “Fui leal ao meu rei, não entrei em conspirações republicanas”.[2] Antes de se afastar do Parlamento em 1901, sendo chefe da bancada do Partido Regenerador, João Franco deixou dito “que este País não podia continuar a ser ludíbrio de Regeneradores e Progressistas, que os países pertenciam aos seus povos, e que os monárquicos, para honrarem as institui­ções, deveriam "caçar no mesmo terreno'" que os republicanos". Estava marcado o terreno de combate que levaria João Franco a erguer o dedo ameaçador contra a propaganda republicana: “Se não fizerem já a República, eu não lhes deixarei fazê-la". E de facto assim teria sido se D. Carlos e o Príncipe Real tivessem escapado ao atentado. E por isso mesmo o atentado visou ambos.
Franco queria governar com a Nação e democratizar o processo governativo. Assim nasceu o Partido Regenerador Liberal, destinado a defender as instituições monárquicas contra o Rotativismo decrépito e contra a propaganda republicana.[3] Após dois anos de observação e de expectativa, a partir de 1903 começa uma intensa propaganda no País, sustentada na imprensa e com larga organização partidária em Lisboa. Ao escol de homens políticos que o fundaram, abandonando antigas posições partidá­rias, vieram juntar-se valores intelectuais. Num artigo sobre a adesão do grande escritor Fialho de Almeida, escreveu-se então: “Deu-se com Fialho o mesmo que acontecera com Ramalho Ortigão e Teixeira Lopes, com Sales de Lencastre e Costa Goodolfim, com Antero de Figueiredo e Eugénio de Castro, com Henrique da Gama Barros e o Visconde de Castilho, Agostinho de Campos, José Maria Rodrigues e Gomes Teixeira, e tantos Portugueses excelentes nas artes, nas letras ou nas ciências, idealistas sem serem ideólogos, que espontaneamente trouxeram ao esforço sincero do Franquismo o valioso atestado moral da sua adesão ou da sua simpatia.”[4]
Entre os que acompanharam João Franco desde a primeira hora no Partido Regenerador Liberal contam-se os nomes de: Drs. Teixeira de Abreu, Martins de Carvalho, José Novais, Mota Gomes, Luís de Soveral, Tarouca, de Arnoso, de Mafra e de Margaride, Drs. José Cavalheiro, Viscondes do Banho, da Idanha, Drs. Alfredo a Costa, Carlos Tavares, Pedro Gaivão, Malheiro Reimão, Luciano Monteiro, Teixeira de Vasconcelos, Tavares Proença, Melo e Sousa, , Pinto de Mesquita, João Saraiva, Morais Sarmento, Driesel Shroeter, António Viana, António Costa, Morais de Carvalho, José Maria dos Santos, Marquês de Valflor, e os mais distintos oficiais da época, Vasconcelos Porto, Paiva Couceiro, Aires de Ornelas e Azevedo Coutinho, que a essa amizade juntaram a glória militar.
[1] Carnide, 31
[2] Referindo-se à ditadura regeneradora de 1895
[3] Carnide 59
[4] Carnide, 60

João Franco e os Regeneradores Liberais

A adulteração do liberalismo constitucional a partir de 1900 desencadeou a reacção salutar das forças monárquicas comandadas por João Franco. Um episódio diz tudo. Um tal sr. Gomes, dirigente progressista da freguesia de S. Paulo em Lisboa, e pai do futuro Director do Banco de Portugal, veio dizer-lhe: "Venho-me ligar consigo; o José Luciano, chamo-lhe por brincadeira o homem dos perús vai atrás dos seus homens com uma caninha na mão; o senhor vai à frente e eles atrás."[1]
Os atropelos ao art.º 74 da Carta levavam a uma situação insustentável em que os dirigentes rotativos se acusavam mutuamente, como no sarcasmo de Hintze contra José Luciano “Fui leal ao meu rei, não entrei em conspirações republicanas”.[2] Antes de se afastar do Parlamento em 1901, sendo chefe da bancada do Partido Regenerador, João Franco deixou dito “que este País não podia continuar a ser ludíbrio de Regeneradores e Progressistas, que os países pertenciam aos seus povos, e que os monárquicos, para honrarem as institui­ções, deveriam "caçar no mesmo terreno'" que os republicanos". Estava marcado o terreno de combate que levaria João Franco a erguer o dedo ameaçador contra a propaganda republicana: “Se não fizerem já a República, eu não lhes deixarei fazê-la". E de facto assim teria sido se D. Carlos e o Príncipe Real tivessem escapado ao atentado. E por isso mesmo o atentado visou ambos.
Franco queria governar com a Nação e democratizar o processo governativo. Assim nasceu o Partido Regenerador Liberal, destinado a defender as instituições monárquicas contra o Rotativismo decrépito e contra a propaganda republicana.[3] Após dois anos de observação e de expectativa, a partir de 1903 começa uma intensa propaganda no País, sustentada na imprensa e com larga organização partidária em Lisboa. Ao escol de homens políticos que o fundaram, abandonando antigas posições partidá­rias, vieram juntar-se valores intelectuais. Num artigo sobre a adesão do grande escritor Fialho de Almeida, escreveu-se então: “Deu-se com Fialho o mesmo que acontecera com Ramalho Ortigão e Teixeira Lopes, com Sales de Lencastre e Costa Goodolfim, com Antero de Figueiredo e Eugénio de Castro, com Henrique da Gama Barros e o Visconde de Castilho, Agostinho de Campos, José Maria Rodrigues e Gomes Teixeira, e tantos Portugueses excelentes nas artes, nas letras ou nas ciências, idealistas sem serem ideólogos, que espontaneamente trouxeram ao esforço sincero do Franquismo o valioso atestado moral da sua adesão ou da sua simpatia.”[4]
Entre os que acompanharam João Franco desde a primeira hora no Partido Regenerador Liberal contam-se os nomes de: Drs. Teixeira de Abreu, Martins de Carvalho, José Novais, Mota Gomes, Luís de Soveral, Tarouca, de Arnoso, de Mafra e de Margaride, Drs. José Cavalheiro, Viscondes do Banho, da Idanha, Drs. Alfredo a Costa, Carlos Tavares, Pedro Gaivão, Malheiro Reimão, Luciano Monteiro, Teixeira de Vasconcelos, Tavares Proença, Melo e Sousa, , Pinto de Mesquita, João Saraiva, Morais Sarmento, Driesel Shroeter, António Viana, António Costa, Morais de Carvalho, José Maria dos Santos, Marquês de Valflor, e os mais distintos oficiais da época, Vasconcelos Porto, Paiva Couceiro, Aires de Ornelas e Azevedo Coutinho, que a essa amizade juntaram a glória militar.
[1] Carnide, 31
[2] Referindo-se à ditadura regeneradora de 1895
[3] Carnide 59
[4] Carnide, 60

Monday, October 1, 2007

Cheira a quê?


Cheira a quê?


Magalhães Lima, o caixeiro viajante da República



Na véspera de Natal de 1907, João Franco manda publicar o decreto de convocação de eleições para 5 de Abril de 1908; não tão cedo quanto os partidos reclamavam, mas ainda assim o fim da “ditadura”. Ao convocar eleições, o que já podia fazer em Dezembro sem risco porque a reforma dos colégios eleitorais lhe permitia esperar uma maioria parlamentar, retirava à agitação o pretexto mais sério. Mais alguns meses e o país regressaria à legalidade constitucional. Durante meses concitara contra si e contra o rei, a fúria dos partidos monárquicos e dos republicanos. Agora, com a conspiração republicana controlada, encaminhada a viagem de D. Carlos ao Brasil, e presos alguns raros anarquistas, considerava ter na mão todos os elementos para fazer triunfar o seu projecto. Se vencesse, poderia ser o fim do rotativismo estéril, a redução do republicanismo a uma força marginal e um novo alento para a monarquia, baseada numa nova correlação de forças.

O que João Franco desconhecia eram os planos gizados em Paris por gente do Partido Republicano e das Lojas da Rua Cadet, 15. Em Novembro de 1907, Magalhães Lima, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, anunciou em banquete organizado em sua honra em Paris que graves notícias estavam para chegar de Portugal, e bebia antecipadamente "à República Portuguesa" (87).[1]
Que se passara?

O Partido Republicano enviara a Paris uma missão constituída pelos FF. MM. Magalhães Lima, Alves da Veiga, Ângelo da Fonseca, e eng.º José da Costa Amorim.[2] O grupo aparece reproduzido com relevo, em fotografia, dez dias após o regicídio (11 de Fevereiro de 1908), na primeira página de O Mundo. Tratava-se de procurar junto apoios internacionais para a revolução, e coordenar a respectiva propaganda.[3] Muito embora não se conheçam os nomes dos interlocutores, tudo aponta para o senador Henry Bérenger, apoiado no ministro dos Estrangeiros Stéphen Pichon e do primeiro-ministro Clemenceau, dos radicais franceses no poder.

O rasto da missão foi seguido pelas organizações antimaçónicas francesas que publicaram relatos do sucedido nos jornais e expediram ao ministro de Portugal, em Paris, Sousa Rosa, a informação obtida através de uma loja maçónica parisiense de que D. Carlos seria assassi­nado “..... “.[4]
A 19 de Novembro de 1907, Magalhães Lima toma a palavra na Loja Cosmos (GOF) sobre o tema “Portugal – decadência da monarquia, necessidade de um regime republicano – advento da república”: A 20 de Novembro está na Loja Garibaldi (GOF). Preside ao banquete do Congresso da Imprensa ( radical) onde profere o sinistro aviso já referido. E volta a surgir numa sessão solene de 21 de Dezembro presidida por altas entidades maçónicas francesas.[5] Sempre espalhafatoso, terá sido mesmo censurado pelos seus pares e é de notar que a 1ª República nunca lhe confiou um cargo político de responsabilidade.
O anarquista José Nunes, inventor confesso de engenhos de morte, maçon e carbonário, revelou as reuniões de Paris em E para quê? (1918). Aí levanta uma ponta do pesado véu quando afirma que a tragédia do Terreiro do Paço foi a realização do que se combinara, em fins de 1907, numa reunião no Restaurante Le Brébant, 32, no Boulevard Poissonière, em Paris. No Congresso da Im­prensa, “onde um dos políticos que estavam na casa da rua do Desterro, um outro português e alguns revolucionários franceses, resolveram o assassí­nio de João Franco enquadrado num golpe revolucionário que veio a ser o 28 de Janeiro.”
[1] Brenier
[2] Em 1909 o PRP envia a Inglaterra uma comissão formada por Magalhães Lima, José Relvas e Alves da Veiga, para obter das autoridades britânicas, onde Lloyd George representa os radicais, havendo encontros com o duque de Connaught.
[3] Araújo
[4] Araújo. Artigo do Padre francês J. Tourmentin contra Magalhães de Lima e Maçonaria“Portugal” 2ª pag. - COPIADO 14/2/1908
Tourmentin é citado por Flavien Brennier, redactor da Revue Anti-Maçonnique
[5] Léon de Poncins, Le Portugal renait, Paris, 1936, pp.20-21

Magalhães Lima, o caixeiro viajante da República



Na véspera de Natal de 1907, João Franco manda publicar o decreto de convocação de eleições para 5 de Abril de 1908; não tão cedo quanto os partidos reclamavam, mas ainda assim o fim da “ditadura”. Ao convocar eleições, o que já podia fazer em Dezembro sem risco porque a reforma dos colégios eleitorais lhe permitia esperar uma maioria parlamentar, retirava à agitação o pretexto mais sério. Mais alguns meses e o país regressaria à legalidade constitucional. Durante meses concitara contra si e contra o rei, a fúria dos partidos monárquicos e dos republicanos. Agora, com a conspiração republicana controlada, encaminhada a viagem de D. Carlos ao Brasil, e presos alguns raros anarquistas, considerava ter na mão todos os elementos para fazer triunfar o seu projecto. Se vencesse, poderia ser o fim do rotativismo estéril, a redução do republicanismo a uma força marginal e um novo alento para a monarquia, baseada numa nova correlação de forças.

O que João Franco desconhecia eram os planos gizados em Paris por gente do Partido Republicano e das Lojas da Rua Cadet, 15. Em Novembro de 1907, Magalhães Lima, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, anunciou em banquete organizado em sua honra em Paris que graves notícias estavam para chegar de Portugal, e bebia antecipadamente "à República Portuguesa" (87).[1]
Que se passara?

O Partido Republicano enviara a Paris uma missão constituída pelos FF. MM. Magalhães Lima, Alves da Veiga, Ângelo da Fonseca, e eng.º José da Costa Amorim.[2] O grupo aparece reproduzido com relevo, em fotografia, dez dias após o regicídio (11 de Fevereiro de 1908), na primeira página de O Mundo. Tratava-se de procurar junto apoios internacionais para a revolução, e coordenar a respectiva propaganda.[3] Muito embora não se conheçam os nomes dos interlocutores, tudo aponta para o senador Henry Bérenger, apoiado no ministro dos Estrangeiros Stéphen Pichon e do primeiro-ministro Clemenceau, dos radicais franceses no poder.

O rasto da missão foi seguido pelas organizações antimaçónicas francesas que publicaram relatos do sucedido nos jornais e expediram ao ministro de Portugal, em Paris, Sousa Rosa, a informação obtida através de uma loja maçónica parisiense de que D. Carlos seria assassi­nado “..... “.[4]
A 19 de Novembro de 1907, Magalhães Lima toma a palavra na Loja Cosmos (GOF) sobre o tema “Portugal – decadência da monarquia, necessidade de um regime republicano – advento da república”: A 20 de Novembro está na Loja Garibaldi (GOF). Preside ao banquete do Congresso da Imprensa ( radical) onde profere o sinistro aviso já referido. E volta a surgir numa sessão solene de 21 de Dezembro presidida por altas entidades maçónicas francesas.[5] Sempre espalhafatoso, terá sido mesmo censurado pelos seus pares e é de notar que a 1ª República nunca lhe confiou um cargo político de responsabilidade.
O anarquista José Nunes, inventor confesso de engenhos de morte, maçon e carbonário, revelou as reuniões de Paris em E para quê? (1918). Aí levanta uma ponta do pesado véu quando afirma que a tragédia do Terreiro do Paço foi a realização do que se combinara, em fins de 1907, numa reunião no Restaurante Le Brébant, 32, no Boulevard Poissonière, em Paris. No Congresso da Im­prensa, “onde um dos políticos que estavam na casa da rua do Desterro, um outro português e alguns revolucionários franceses, resolveram o assassí­nio de João Franco enquadrado num golpe revolucionário que veio a ser o 28 de Janeiro.”
[1] Brenier
[2] Em 1909 o PRP envia a Inglaterra uma comissão formada por Magalhães Lima, José Relvas e Alves da Veiga, para obter das autoridades britânicas, onde Lloyd George representa os radicais, havendo encontros com o duque de Connaught.
[3] Araújo
[4] Araújo. Artigo do Padre francês J. Tourmentin contra Magalhães de Lima e Maçonaria“Portugal” 2ª pag. - COPIADO 14/2/1908
Tourmentin é citado por Flavien Brennier, redactor da Revue Anti-Maçonnique
[5] Léon de Poncins, Le Portugal renait, Paris, 1936, pp.20-21
 
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