Monday, April 30, 2007

1 de Maio, Dia do Trabalho Nacional


Manifestação - 1 de Maio - 16 horas - Largo do Rato
A justiça social, o combate ao capitalismo selvagem, mas também o combate à luta de classes, são "bandeiras" que os Nacionalistas reclamam para si.
Nessa medida, a nossa jornada não é sectária, mas integral. É uma "jornada de luta pelo Trabalho Nacional":
- Porque nos importa a dignidade do trabalhador português;
- Porque defendemos os empregos com salários justos para os portugueses;
- Porque trabalhador, é o assalariado, assim como o profissional liberal e o patrão;
- Porque defendemos as empresas portuguesas;
- Porque defendemos a nossa agricultura, pescas, comércio...;
- Porque defendemos os meios de produção e sectores estratégicos nas mãos da Nação.
Por tudo isto, combatemos a ideia comunista de luta de classes e exaltação do proletariado.
Pelo contrário, exaltamos o proletariado, sim, mas em conjunto e em pé de igualdade de dignidade, com todos os restantes agentes do Trabalho Nacional.
Porque a Nação precisa de todos os portugueses. Porque todos os portugueses devem, em conjunto, engradecer a sua Nação.
Por isso, no dia 1º de Maio, vamos proclamar bem alto:
Os portugueses estão em primeiro lugar!
Portugal aos portugueses!
Nação e Trabalho!

ABRIL... PRISÕES MIL!



e




Saturday, April 28, 2007

OBRIGADO PORTUGUESES!


Um livro de Ciência, por André Bandeira

Acabei de ler o livro do Biólogo Richard Dawkins que foi lançado no fim do ano passado. Traduzo o título "The God Dellusion" por " A Desilusão de Deus" ou "Uma desilusão chamada Deus".
Richard Dawkins, que nos fascinou a todos há trinta anos com " O Gene Egoísta", é responsável, num dos Colégios de Oxford, pela cadeira de "Imagem Pública da Ciência". Não sei quem lhe encomendou este livro, talvez ele mesmo, nem ninguém me encomendou o sermão que vou fazer a seguir.
Richard Dawkins declara-se ateu, lista ao fim uma série de organizações que ajudam as pessoas a fugir da religião mas fá-lo de um modo tolerante como se fosse o velho do Restelo inglês que dizia mal da expedição do Mayflower levando o código genético da América para a terra dos Índios. O livro começa com Teologia, de que Dawkins domina o essencial, a meu ver, e fica-se por uma fórmula de Sísifo a escorregar para o outro lado da montanha a cujo tôpo levou o pedregulho. Ou, por outra, é como Pascal, prestes a perder a Fé: se a inexistência de Deus é improvável, a sua existência é muito mais improvável.
De resto o livro é acessível e a doutrina de Dawkins é Darwin. Serve-se dela para dar uma tareia monumental nos Evangélicos norte-americanos, uma tareia mais prudente nos perigosos islâmicos e, no fim, para atacar uma nuvem de Catolicismo e Cristianismo ateu ou civilizado que lhe dá ganas, desde que era menino de côro anglicano. Embora o livro seja um ataque justo aos fundamentalismos que aumentaram com o ataque do 11 de Setembro -- e nisso dá o que de melhor o Pensamento Europeu pode dar -- vai mais longe e ataca aquilo que o impede de escorregar definitivamente para o outro lado da colina de Sísifo e pôr Pascal ateu: o seu cristianismo de formação. Está no seu direito, tem engenho e arte para isso e os cristãos precisam muitos destes ateus com quem conversarem.
Paradoxalmente o livro acaba com um capítulo, "A mãe de todas as burkhas" em que compara o cérebro humano a mais um órgão que vê o mundo por uma frincha. Embora termine a fazer votos que o pensamento humano se liberte dessa "burkha" e possa ver um universo sem limites, designa todo o manancial de saber e experiência da Humanidade, como a arte de se cobrir com uma "burkha". Ou seja: a mente sabe porque se soube cobrir com uma burkha. Impressionante. Os islâmicos descobriram isso sem irem a Oxford. Enfim, Dawkins, sem o saber, é tão ateu como um islâmico que há trinta anos atrás seria maoísta e lembremo-nos que as tropas do exército de Mao Zedong, entraram em várias escolas, durante a derrocada e fuga do Kuomitang para a Formosa, proclamando aos estudantes sentados a doutrina de Darwin.
Enquanto o ateísmo de Dawkins se processa por raios de luz, alguns deles ressentidos, mas outros brilhantes e com sentido de humor, como se Dawkins estivesse esgotado sem se dar conta disso, os islâmicos descobriram a arte da fuga, quero dizer, da sombra.
Dawkins foi o grande divulgador da doutrina do "meme" uma espécie de forma pura, resistente a séculos e intempéries como o gene e capaz de se repetir por milhões de anos mas sob uma forma cultural. A certa altura, o "meme" de Dawkins confunde-se com ele próprio, come-o e diz exactamente o contrário do que ele começou a dizer.
À tolerância de Dawkins, plural e benfazeja, falta-lhe um pouco de arte, um pouco de humildade e, apesar de toda a liberdade, um pouco de saudável loucura.

Um livro de Ciência, por André Bandeira

Acabei de ler o livro do Biólogo Richard Dawkins que foi lançado no fim do ano passado. Traduzo o título "The God Dellusion" por " A Desilusão de Deus" ou "Uma desilusão chamada Deus".
Richard Dawkins, que nos fascinou a todos há trinta anos com " O Gene Egoísta", é responsável, num dos Colégios de Oxford, pela cadeira de "Imagem Pública da Ciência". Não sei quem lhe encomendou este livro, talvez ele mesmo, nem ninguém me encomendou o sermão que vou fazer a seguir.
Richard Dawkins declara-se ateu, lista ao fim uma série de organizações que ajudam as pessoas a fugir da religião mas fá-lo de um modo tolerante como se fosse o velho do Restelo inglês que dizia mal da expedição do Mayflower levando o código genético da América para a terra dos Índios. O livro começa com Teologia, de que Dawkins domina o essencial, a meu ver, e fica-se por uma fórmula de Sísifo a escorregar para o outro lado da montanha a cujo tôpo levou o pedregulho. Ou, por outra, é como Pascal, prestes a perder a Fé: se a inexistência de Deus é improvável, a sua existência é muito mais improvável.
De resto o livro é acessível e a doutrina de Dawkins é Darwin. Serve-se dela para dar uma tareia monumental nos Evangélicos norte-americanos, uma tareia mais prudente nos perigosos islâmicos e, no fim, para atacar uma nuvem de Catolicismo e Cristianismo ateu ou civilizado que lhe dá ganas, desde que era menino de côro anglicano. Embora o livro seja um ataque justo aos fundamentalismos que aumentaram com o ataque do 11 de Setembro -- e nisso dá o que de melhor o Pensamento Europeu pode dar -- vai mais longe e ataca aquilo que o impede de escorregar definitivamente para o outro lado da colina de Sísifo e pôr Pascal ateu: o seu cristianismo de formação. Está no seu direito, tem engenho e arte para isso e os cristãos precisam muitos destes ateus com quem conversarem.
Paradoxalmente o livro acaba com um capítulo, "A mãe de todas as burkhas" em que compara o cérebro humano a mais um órgão que vê o mundo por uma frincha. Embora termine a fazer votos que o pensamento humano se liberte dessa "burkha" e possa ver um universo sem limites, designa todo o manancial de saber e experiência da Humanidade, como a arte de se cobrir com uma "burkha". Ou seja: a mente sabe porque se soube cobrir com uma burkha. Impressionante. Os islâmicos descobriram isso sem irem a Oxford. Enfim, Dawkins, sem o saber, é tão ateu como um islâmico que há trinta anos atrás seria maoísta e lembremo-nos que as tropas do exército de Mao Zedong, entraram em várias escolas, durante a derrocada e fuga do Kuomitang para a Formosa, proclamando aos estudantes sentados a doutrina de Darwin.
Enquanto o ateísmo de Dawkins se processa por raios de luz, alguns deles ressentidos, mas outros brilhantes e com sentido de humor, como se Dawkins estivesse esgotado sem se dar conta disso, os islâmicos descobriram a arte da fuga, quero dizer, da sombra.
Dawkins foi o grande divulgador da doutrina do "meme" uma espécie de forma pura, resistente a séculos e intempéries como o gene e capaz de se repetir por milhões de anos mas sob uma forma cultural. A certa altura, o "meme" de Dawkins confunde-se com ele próprio, come-o e diz exactamente o contrário do que ele começou a dizer.
À tolerância de Dawkins, plural e benfazeja, falta-lhe um pouco de arte, um pouco de humildade e, apesar de toda a liberdade, um pouco de saudável loucura.

Thursday, April 26, 2007

Abril, por Pedro Cem

Abril é um belo mês, em Portugal. Havia mesmo uma canção que fez moda, nos anos sessenta, quando ainda havia canções, titulada "Abril em Portugal". Depois veio o 25 de Abril. Cada vez me convenço mais que a História marcha sózinha, furando muitas vezes as folhas de papel vegetal das nossas representações e quimeras. E, quando digo História, não sei o que isso é, senão umas historietas com que nem me não dão crédito.
Salgueiro Maia era um ilustre português. Parece que sim, que foi com uma granada para se suicidar em conjunto com o Brigadeiro que se lhe opôs,se este o quisesse prender. E morreu depois, jovem, com cancro, devagarinho, recusando todas as honrarias que a taina dos abrileiros lhe queira dar. Não sou ribatejano mas reconheço a raça desta gente.
Sei também hoje que Abril foi feito à tôa e que se não fossem as pessoas estarem fartas de um regime que não se resolvia, provavelmente os militares fariam um segundo golpe falhado, como a "Marcha" das Caldas de Março anterior, até que o regime cairia mesmo. E talvez com as mesmas coisas que levaram ao 25 de Novembro e as mesmas soluções disparatadas para as colónias, talvez (quem sabe?)com um pouco de mais bom-senso e menos comunistas de 26 de Abril, prontos a todas as touradas. Mas cada vez mais me convenço que, salvo honrosas excepções, não somos actores da História política. Ou somos manipuláveis e muitas vezes manipulados por quem é profissional ou temos que nos fazer manipuladores. Os portugas eram boa gente, melancólica e de coração. Mataram muito menos gente que todos os seus confrades coloniais. Mataram muito menos gente que as guerras de libertação dos anti-coloniais. Por isso, foram de cravo ao peito, o símbolo da ferida aberta, chaga ao peito como o coração de Jesus. E, sobretudo porque era Abril, mês de esperança, Ano Novo de tibetanos, persas e xiitas, os que adoram Nossa Senhora de Fátima. Porque o céu se dota de uma côr e a água vem molhada de luz e o coração se embriaga duma esperança sem razão nem porquê. Morrer em Abril não custa e, por isso, os soldados que receberam a ordem de metralhar Salgueiro Maia na rua, se recusaram, um Alferes primeiro, um Cabo depois. Um português não mata se não lhe encherem a cabeça que todos à volta se matam uns aos outros e assim é que é.
E foi, trinta e três anos depois, no que caímos: vamo-nos matando uns aos outros, irmão não conhece irmão, o filho não conhece a mãe.
Salgueiro Maia e Zeca Afonso, que eram boas almas, diriam coisas muitas estranhas para os abrileiros, se ainda hoje fossem vivos. Morreram e deles ficou, nem o protagonismo revolucionário de quem queria um Verão eterno depois da Primavera, nem a grandiloquência de uma História Pátria autista que quer um Inverno longo, pela cobiça da Primavera. Um era soldado, o outro poeta. Profissões ingratas e obscuras onde o único salário garantido é o da humildade e o do silêncio.

Abril, por Pedro Cem

Abril é um belo mês, em Portugal. Havia mesmo uma canção que fez moda, nos anos sessenta, quando ainda havia canções, titulada "Abril em Portugal". Depois veio o 25 de Abril. Cada vez me convenço mais que a História marcha sózinha, furando muitas vezes as folhas de papel vegetal das nossas representações e quimeras. E, quando digo História, não sei o que isso é, senão umas historietas com que nem me não dão crédito.
Salgueiro Maia era um ilustre português. Parece que sim, que foi com uma granada para se suicidar em conjunto com o Brigadeiro que se lhe opôs,se este o quisesse prender. E morreu depois, jovem, com cancro, devagarinho, recusando todas as honrarias que a taina dos abrileiros lhe queira dar. Não sou ribatejano mas reconheço a raça desta gente.
Sei também hoje que Abril foi feito à tôa e que se não fossem as pessoas estarem fartas de um regime que não se resolvia, provavelmente os militares fariam um segundo golpe falhado, como a "Marcha" das Caldas de Março anterior, até que o regime cairia mesmo. E talvez com as mesmas coisas que levaram ao 25 de Novembro e as mesmas soluções disparatadas para as colónias, talvez (quem sabe?)com um pouco de mais bom-senso e menos comunistas de 26 de Abril, prontos a todas as touradas. Mas cada vez mais me convenço que, salvo honrosas excepções, não somos actores da História política. Ou somos manipuláveis e muitas vezes manipulados por quem é profissional ou temos que nos fazer manipuladores. Os portugas eram boa gente, melancólica e de coração. Mataram muito menos gente que todos os seus confrades coloniais. Mataram muito menos gente que as guerras de libertação dos anti-coloniais. Por isso, foram de cravo ao peito, o símbolo da ferida aberta, chaga ao peito como o coração de Jesus. E, sobretudo porque era Abril, mês de esperança, Ano Novo de tibetanos, persas e xiitas, os que adoram Nossa Senhora de Fátima. Porque o céu se dota de uma côr e a água vem molhada de luz e o coração se embriaga duma esperança sem razão nem porquê. Morrer em Abril não custa e, por isso, os soldados que receberam a ordem de metralhar Salgueiro Maia na rua, se recusaram, um Alferes primeiro, um Cabo depois. Um português não mata se não lhe encherem a cabeça que todos à volta se matam uns aos outros e assim é que é.
E foi, trinta e três anos depois, no que caímos: vamo-nos matando uns aos outros, irmão não conhece irmão, o filho não conhece a mãe.
Salgueiro Maia e Zeca Afonso, que eram boas almas, diriam coisas muitas estranhas para os abrileiros, se ainda hoje fossem vivos. Morreram e deles ficou, nem o protagonismo revolucionário de quem queria um Verão eterno depois da Primavera, nem a grandiloquência de uma História Pátria autista que quer um Inverno longo, pela cobiça da Primavera. Um era soldado, o outro poeta. Profissões ingratas e obscuras onde o único salário garantido é o da humildade e o do silêncio.

Wednesday, April 25, 2007

25 de Abril Sempre

O David Garcia publicou no nosso www.somosportugueses.com um 25 de Abril sempre, original e provocador, com que em boa parte me identifico

25 de Abril Sempre

O David Garcia publicou no nosso www.somosportugueses.com um 25 de Abril sempre, original e provocador, com que em boa parte me identifico

Tuesday, April 24, 2007

Último Tango em Lisboa


Cenas eventualmente chocantes

O TRIUNFO DOS PORCOS


Viva o 25!

O Livro Proibido




Imaculada Conceição


A Rita Barata Silvério escreveu o seguinte numa das suas crónicas
Por ela enfrentaram-se correntes doutrinais, levantaram-se edifícios e talharam-se obras de arte; é fonte de inspiração para Cantatas de Bach, romarias populares e fenómenos extraordinários com velinhas na Avenida da Liberdade; exemplo de caridade e amor, a essência da maternidade. Maria. Nunca houve mulher que contribuísse mais para a discussão filosófica no Ocidente e nenhuma mulher mereceu mais devoção que ela. Pura, virgem e imaculada. Mas também caridosa, auxiliadora, mística, dolorosa, reconciliadora ou milagrosa. E a mulher que se espera sejamos todas as que viemos depois. Concordarão que não é propriamente fácil sobreviver a um modelo destes. E não me leiam aqui como uma iconoclasta radical de esquerda, sou só realista. Como alcançar tamanha virtude num mundo pejado de excessos carnais, publicidade erótica na televisão e incentivos à evasão fiscal? Não se nos terá exigido demais ao género feminino? Não poderiam ter escolhido Maria Madalena, pecadora, mas arrependida apesar de tudo? (continua...)

E eu respondi-lhe:


Rititi
Parabéns. Já não a lia há que meses mas surpreendeu-me com este post. É mesmo uma intelectual que sente, coisa tão rara como o Engenheiro Álvaro de Campos que, felizmente, não teve de provar se tinha diploma. O seu ponto neste post é que as glórias de Maria são conseguidas à custa da desumanidade da mesma. Como corolário, a doutrina do cristianismo não se aguenta pois pede uma utopia, e uma chata ainda para mais. Alguém falou em comunismo ou marxismo-Leninismo? O seu protesto humano, demasiado humano como dizia o outro, tem todo o sentido e não tenho uma resposta para ele. Santos e pecadores, eles andam por aí misturados.
Em todo o caso lembro-me disto. Dos quatro dogmas sobre Maria, o 1º, A "Imaculada" foi analisado foi si razoavelmente, tanto quanto a ignorância da escolástica lhe permite. Atenção. Não leve isto a mal. O que quero dizer é que acertou no centro da questão mas não percebe muito dos arredores. O 2º dogma é a "Assunção" de 1950, a subida ao "céu". Contudo Pio XII não quis proclamar as outras duas propostas de dogma que jazem nas gavetas do Vaticano, a Mediação de todas as Graças e a Co-redenção. A serem proclamados colocariam Maria quase a par de Jesus Cristo nas suas eficácias teologais. Já viu: a mãe de Deus pare, salva, ajuda e sobe ao Céu como o filho de deus. Deus é feminino, ou quase. Agora , sff, ponha entre parênteses, como os matemáticos e os fenomenólogos, se estas ideias são falsas ou verdadeiras. Nenhum de nós é teólogo, não as vamos discutir. Concentre-se apenas no que elas significam em colocar a mulher a par do homem, como orientação. Uma religião que pensa assim não deixa usar burkas, nem fazer excisões, nem segregar do trabalho, nem diminuir os direitos, nem mandar as virgens servirem no céu os "mártires" violentos. Uma religião que exalta Maria como tão "desumana" talvez crie o mesmo efeito com meios transcendentes que a Jane Fonda que nos seus sessenta bem puxaditos, com aeróbica e cremes, ainda é um regalo imanente. Vê onde eu quero chegar? Não me passaria debater se é verdade ou mentira o conteúdo daqueles dogmas marianos - os proclamados e os por proclamar. Mas vendo os efeitos, as consequências, e os frutos dos mesmos a mulher saiu mais defendida do que noutras culturas -islâmicas, budistas, "you name it"- que se marimbam para as suas Marias.
Com estima
mendo henriques

Imaculada Conceição


A Rita Barata Silvério escreveu o seguinte numa das suas crónicas
Por ela enfrentaram-se correntes doutrinais, levantaram-se edifícios e talharam-se obras de arte; é fonte de inspiração para Cantatas de Bach, romarias populares e fenómenos extraordinários com velinhas na Avenida da Liberdade; exemplo de caridade e amor, a essência da maternidade. Maria. Nunca houve mulher que contribuísse mais para a discussão filosófica no Ocidente e nenhuma mulher mereceu mais devoção que ela. Pura, virgem e imaculada. Mas também caridosa, auxiliadora, mística, dolorosa, reconciliadora ou milagrosa. E a mulher que se espera sejamos todas as que viemos depois. Concordarão que não é propriamente fácil sobreviver a um modelo destes. E não me leiam aqui como uma iconoclasta radical de esquerda, sou só realista. Como alcançar tamanha virtude num mundo pejado de excessos carnais, publicidade erótica na televisão e incentivos à evasão fiscal? Não se nos terá exigido demais ao género feminino? Não poderiam ter escolhido Maria Madalena, pecadora, mas arrependida apesar de tudo? (continua...)

E eu respondi-lhe:


Rititi
Parabéns. Já não a lia há que meses mas surpreendeu-me com este post. É mesmo uma intelectual que sente, coisa tão rara como o Engenheiro Álvaro de Campos que, felizmente, não teve de provar se tinha diploma. O seu ponto neste post é que as glórias de Maria são conseguidas à custa da desumanidade da mesma. Como corolário, a doutrina do cristianismo não se aguenta pois pede uma utopia, e uma chata ainda para mais. Alguém falou em comunismo ou marxismo-Leninismo? O seu protesto humano, demasiado humano como dizia o outro, tem todo o sentido e não tenho uma resposta para ele. Santos e pecadores, eles andam por aí misturados.
Em todo o caso lembro-me disto. Dos quatro dogmas sobre Maria, o 1º, A "Imaculada" foi analisado foi si razoavelmente, tanto quanto a ignorância da escolástica lhe permite. Atenção. Não leve isto a mal. O que quero dizer é que acertou no centro da questão mas não percebe muito dos arredores. O 2º dogma é a "Assunção" de 1950, a subida ao "céu". Contudo Pio XII não quis proclamar as outras duas propostas de dogma que jazem nas gavetas do Vaticano, a Mediação de todas as Graças e a Co-redenção. A serem proclamados colocariam Maria quase a par de Jesus Cristo nas suas eficácias teologais. Já viu: a mãe de Deus pare, salva, ajuda e sobe ao Céu como o filho de deus. Deus é feminino, ou quase. Agora , sff, ponha entre parênteses, como os matemáticos e os fenomenólogos, se estas ideias são falsas ou verdadeiras. Nenhum de nós é teólogo, não as vamos discutir. Concentre-se apenas no que elas significam em colocar a mulher a par do homem, como orientação. Uma religião que pensa assim não deixa usar burkas, nem fazer excisões, nem segregar do trabalho, nem diminuir os direitos, nem mandar as virgens servirem no céu os "mártires" violentos. Uma religião que exalta Maria como tão "desumana" talvez crie o mesmo efeito com meios transcendentes que a Jane Fonda que nos seus sessenta bem puxaditos, com aeróbica e cremes, ainda é um regalo imanente. Vê onde eu quero chegar? Não me passaria debater se é verdade ou mentira o conteúdo daqueles dogmas marianos - os proclamados e os por proclamar. Mas vendo os efeitos, as consequências, e os frutos dos mesmos a mulher saiu mais defendida do que noutras culturas -islâmicas, budistas, "you name it"- que se marimbam para as suas Marias.
Com estima
mendo henriques

Sunday, April 22, 2007

Anúncio no CM


Aí estão eles...


A polícia foi chamada por causa de barulho e quando chegou ao bairro encontrou os ânimos exaltados entre os moradores, que se pegaram aos tiros. Um dos três feridos está em estado crítico.

Num carrinho, para a Lituânia, por Peregrino

Aí vou eu, para Vilnius. Resolvi ir pela terra, com o dedos na areia. Dormi em combóios, meti os joelhos no queixo, entre frios e calores, por camionetas tremidas. Espreitei filmes porno em hotéis de passagem, esmaguei o nariz contra vitrinas de lojas caras. Numa Igreja toda partida pelos esbirros de Estaline, com buracos abertos para câmaras secretas onde se esconderam crianças judias para fugirem aos SS, vi uma pobre e humilde mulher lituana a rezar. Tinha um ar tão humilde e tão contraído, como se não houvesse ninguém no mundo que pudesse interessar-se pelo seu caso, tão difícil e tão obscuro. Rezei com ela, em silêncio, sem que me visse. Andei em combóios polacos, com gente de trabalho, sem peneiras, admirando o seu casaco poeirento como se fosse um trajo de reis. Ouvi polacos com manias de conquistarem a Lituânia e a Ucrânia, só porque generais e capitães ali tinham deixado o coração enterrado, em outras dores e outras quimeras. Pelo vale todo, que vai dos Urais até Bordéus, a Primavera espadanava, sem a beleza épica dos Russos, nem as delícias do Ocidente. Debaixo do braço levava um saldo de Spengler, com as suas obsessões, afinal tão passsageiras como as flores amarelas da Primavera. Na Lituânia ouvi falar demais de Igrejas e lembrei-me como se pode falar de Jesus e nem o ver a passar. Gostei de voltar nas camionetas onde lourinhas polacas e velhotas de Varsóvia se acomodavam como podiam para viagens humildes e tive saudades da humildade com que as pessoas viveram os seus longos dias de socialismo, com um saco às costas, aceitando tudo com uma sorriso agradecido. Uma lourinha surpreendeu o meu rosto e sorriu. Sorriu sem convidar, sorriu sem se fazer convidada, sorriu apenas sabendo que tinha um rosto bonito, como as flores da Primavera no seu país, sem cuidar se vestia Prada, ou se viajava em primeira, aninhando-se para a noite sem o mínimo receio de quem a rodeava. Entraram três russos com um saco de plástico a chocalhar de garrafas, quase envergonhados e, quando se sentaram olharam em volta, não quiseram ofender ninguém, foram discretamente para as traseiras. Eu gosto da humildade desta gente, da gratidão que têm por estarem vivos e mais nada. Lá fora desfilavam os bosques, onde os piratas de Januscik despertavam os lôbos ao cair da noite, na grande planície que vai até à muralha da China. E ainda bem que as almas humildes têm lôbos que as protegem durante a noite.

Cheguei aqui e acordei com trinta e dois tiros de um jovem coreano que não conseguia falar com os que o rodeavam. A loucura de conquistar o céu, faz expedições ao deserto e à selva e o suicídio rebenta-nos debaixo dos pés. E o suicídio é contagioso.

O meu pesadêlo alumia-se com o Dr. Paulo Portas, com as suas gravatas bem apertadas no pescoço, brandidno o dêdo com fúrias napoleónicas, com o seu ar de Estaline azul ou com o fantástico Sarkozy que, se fôsse cavalheiro -- sim, se fôsse o que nunca será -- abdicasse em nome da ultrajada Ségolène, ou do maltratado Le Pen. Mas isso é de um conto de fadas...

Ah, quem me dera estar encolhido, com os joelhos no queixo, na camioneta polaca, ou lituana, pela estrada estreitinha dos firmamentos da estepe!

Num carrinho, para a Lituânia, por Peregrino

Aí vou eu, para Vilnius. Resolvi ir pela terra, com o dedos na areia. Dormi em combóios, meti os joelhos no queixo, entre frios e calores, por camionetas tremidas. Espreitei filmes porno em hotéis de passagem, esmaguei o nariz contra vitrinas de lojas caras. Numa Igreja toda partida pelos esbirros de Estaline, com buracos abertos para câmaras secretas onde se esconderam crianças judias para fugirem aos SS, vi uma pobre e humilde mulher lituana a rezar. Tinha um ar tão humilde e tão contraído, como se não houvesse ninguém no mundo que pudesse interessar-se pelo seu caso, tão difícil e tão obscuro. Rezei com ela, em silêncio, sem que me visse. Andei em combóios polacos, com gente de trabalho, sem peneiras, admirando o seu casaco poeirento como se fosse um trajo de reis. Ouvi polacos com manias de conquistarem a Lituânia e a Ucrânia, só porque generais e capitães ali tinham deixado o coração enterrado, em outras dores e outras quimeras. Pelo vale todo, que vai dos Urais até Bordéus, a Primavera espadanava, sem a beleza épica dos Russos, nem as delícias do Ocidente. Debaixo do braço levava um saldo de Spengler, com as suas obsessões, afinal tão passsageiras como as flores amarelas da Primavera. Na Lituânia ouvi falar demais de Igrejas e lembrei-me como se pode falar de Jesus e nem o ver a passar. Gostei de voltar nas camionetas onde lourinhas polacas e velhotas de Varsóvia se acomodavam como podiam para viagens humildes e tive saudades da humildade com que as pessoas viveram os seus longos dias de socialismo, com um saco às costas, aceitando tudo com uma sorriso agradecido. Uma lourinha surpreendeu o meu rosto e sorriu. Sorriu sem convidar, sorriu sem se fazer convidada, sorriu apenas sabendo que tinha um rosto bonito, como as flores da Primavera no seu país, sem cuidar se vestia Prada, ou se viajava em primeira, aninhando-se para a noite sem o mínimo receio de quem a rodeava. Entraram três russos com um saco de plástico a chocalhar de garrafas, quase envergonhados e, quando se sentaram olharam em volta, não quiseram ofender ninguém, foram discretamente para as traseiras. Eu gosto da humildade desta gente, da gratidão que têm por estarem vivos e mais nada. Lá fora desfilavam os bosques, onde os piratas de Januscik despertavam os lôbos ao cair da noite, na grande planície que vai até à muralha da China. E ainda bem que as almas humildes têm lôbos que as protegem durante a noite.

Cheguei aqui e acordei com trinta e dois tiros de um jovem coreano que não conseguia falar com os que o rodeavam. A loucura de conquistar o céu, faz expedições ao deserto e à selva e o suicídio rebenta-nos debaixo dos pés. E o suicídio é contagioso.

O meu pesadêlo alumia-se com o Dr. Paulo Portas, com as suas gravatas bem apertadas no pescoço, brandidno o dêdo com fúrias napoleónicas, com o seu ar de Estaline azul ou com o fantástico Sarkozy que, se fôsse cavalheiro -- sim, se fôsse o que nunca será -- abdicasse em nome da ultrajada Ségolène, ou do maltratado Le Pen. Mas isso é de um conto de fadas...

Ah, quem me dera estar encolhido, com os joelhos no queixo, na camioneta polaca, ou lituana, pela estrada estreitinha dos firmamentos da estepe!

28 de Abril


URGENTE


Saturday, April 21, 2007

Arma de Destruição Maciça


Alguns conselhos básicos sobre televisão

Com base em Marshall McLuhan, Eric Voegelin e Alain de Benoist aqui ficam alguns conselhos básicos sobre televisão. Não são um lamento intelectual; são a constatação de regras de jogo
  • O meio é a mensagem
  • O espectáculo é a regra
  • É a televisão que olha para as pessoas (não ao inverso)
  • A publicidade tornou-se o paradigma das linguagens de comunicação
  • Excesso de informação é igual a falta de informação
  • As únicas boas notícias são os anúncios
  • Antes tínhamos a proibição de respostas, agora temos a proibição de perguntas

Alguns conselhos básicos sobre televisão

Com base em Marshall McLuhan, Eric Voegelin e Alain de Benoist aqui ficam alguns conselhos básicos sobre televisão. Não são um lamento intelectual; são a constatação de regras de jogo
  • O meio é a mensagem
  • O espectáculo é a regra
  • É a televisão que olha para as pessoas (não ao inverso)
  • A publicidade tornou-se o paradigma das linguagens de comunicação
  • Excesso de informação é igual a falta de informação
  • As únicas boas notícias são os anúncios
  • Antes tínhamos a proibição de respostas, agora temos a proibição de perguntas

Ontem à noite...


Pelo sim, pelo não, já queimei a minha colecção do "Tio Patinhas".
Em democracia, todo o cuidado é pouco.

Uma análise da esquerda lúcida sobre o Iraque

Jazz and Jihad: the discourse of solidarity Print E-mail
Gilad Atzmon

Denver, 13 April 2007

I am becoming gradually interested in the general Western apathy. To be more precise, I would argue that the common denominator between Iraq, Afghanistan and Palestine is our collective indifference to a crime that is committed on our behalf and in our names. . . As much as Blair and Bush insist upon democratising the Muslim world, we, the so-called left humanists have our own various agendas for the region and its people. In Europe some archaic Marxists are convinced that ‘working class politics’ is the only viable outlook of the conflict and its solution. Some other deluded socialists and egalitarians are talking about liberating the Muslims of their religious traits. The cosmopolitans within the solidarity movement would suggest to Palestinians that nationalism and national identity belongs to the past. Noticeably, many of us love Muslim and Arabs as long as they act as white, post-enlightenment Europeans. In other words, we love Muslims as long as they stop being Muslims.

Uma análise da esquerda lúcida sobre o Iraque

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Gilad Atzmon

Denver, 13 April 2007

I am becoming gradually interested in the general Western apathy. To be more precise, I would argue that the common denominator between Iraq, Afghanistan and Palestine is our collective indifference to a crime that is committed on our behalf and in our names. . . As much as Blair and Bush insist upon democratising the Muslim world, we, the so-called left humanists have our own various agendas for the region and its people. In Europe some archaic Marxists are convinced that ‘working class politics’ is the only viable outlook of the conflict and its solution. Some other deluded socialists and egalitarians are talking about liberating the Muslims of their religious traits. The cosmopolitans within the solidarity movement would suggest to Palestinians that nationalism and national identity belongs to the past. Noticeably, many of us love Muslim and Arabs as long as they act as white, post-enlightenment Europeans. In other words, we love Muslims as long as they stop being Muslims.

Friday, April 20, 2007

Querem mais?


Incentivar as denúncias de situações de corrupção na Administração Pública e no sector privado é o principal objectivo do guia prático ‘Prevenir a Corrupção’, lançado pelo ministro da Justiça, Alberto Costa, que será distribuído gratuitamente nos serviços públicos do País a partir de 26 de Abril.


Público 20.04.07

Viva a FN

Le Pen apela aos votos dos judeus

O líder da extrema-direita francesa, Jean Marie Le Pen, afirma que será a "surpresa" das próximas eleições presidenciais e que pediu o voto dos judeus, tanto em França como na grande comunidade francesa residente em Israel.

ALGUMAS ARMAS:

Uma série de perigosos computadores


Se fosse em Rio Maior, 99% da população ia presa

Bonés e literatura, à venda em qualquer loja da especialidade...



Isto não vos faz lembrar a censura da "longa noite fascista"?

Se não desmarcam a conferência...


Eu, eu...

20 de Abril de 1889 - 2007

88


Wednesday, April 18, 2007

25 de Abril


MOTIVOS DE FORÇA MAIOR


Governo à rasca, com a oposição a "aguardar" acontecimentos, lança operação policial para tentar desviar as atenções.


A conferência de imprensa da Universidade Independente marcada para as 18h foi adiada para as 20h. A assessora de imprensa da universidade, Maria João Barreto, disse ao SOL que o atraso de duas horas se deve a "motivos de força maior", sem especificar as razões para o atraso.

Andam a gozar com o povo!

Monday, April 16, 2007

Momento Grave!

"Jupiter prius dementat quos perdere vult". Era com este aceno de sabedoria contristada que os Antigos despachavam os poderosos que estavam à beira da queda. No nosso século mais tecnológico falamos de preferência do princípio da entropia, quando a energia dos sistemas não se consegue transformar em trabalho E começa a desordem! Começa a queda!

Algo de semelhante se está a passar em Portugal.

Surpreendentemente, para alguns!" Afinal, somos um país da União Europeia. Nem sequer dos pior classificados em muitos dos rankings que alavancam os Estados da OCDE. Funcionam as garantias do estado de direito e sobre as liberdades não há queixas apreciáveis. Os nossos juristas podem estar muito contentes com o sistema de códigos limpinhos que nos criaram e a indústria florescente de pareceres que alimentam. O sistema eleitoral funciona regularmente e o leque partidário apresenta uma regularidade quase sem paralelo na Europa. 3o anos de democracia sustentada pela "pachorra" dos portugueses em votar quase sempre nos mesmo partidos criaram uma estrutura de fazer inveja a outras classe políticas europeias, sempre em bolandas de mudar de partidos ou de pessoas. Nós não; temos inamovíveis como o major Valentim e a senhora de Felgueiras, liberalmente distribuídos à direita e à esquerda da baixa politica partidária do "centrão".

Somos de facto um país atlântico situado na Europa. E como outros países europeus, partilhamos poderes de governação com a Europa, permitindo que o orçamento seja pilotado de Bruxelas - o que nem é um mal - e que a política externa dependa dos faxes de Washington - o que nem sempre é um bem. Muitas das nossas decisões deixaram de ser soberanas porque o mundo não está virado para aí, para as soberanias puras. Isso não é problema. Fomos independentes 4 séculos antes de se reinventar a palavra soberania. O problema é se sabemos utilizar a independência que nos resta

Isso exige ter a cabeça livre e limpa para tomar decisões esclarecidas e cada vez mais urgentes sobre o nosso futuro imediato. E aí vemos uma crescente entropia, uma crescente loucura e desordem dos políticos republicanos - chamemos-lhe com o nome do regime que temos - acompanhada de uma crescente incapacidade de decidir por nós, de encomendar as soluções aos nossos técnicos e sabedores, de estimular o capitalismo popular baixando impostos para que nasçam empresários nossos a sério e não dependentes de subsídios, de apoiar o enprego dos jovens em vez de os seduzir com a pasmaceira ou de os atirar para a emigração. Temos de aproveitar a sério a independência que ainda temos, e uma das últimas oportunidades que temos é ordenar o país, tornar viável uma série de cidades região que se estendem pelo norte até à Galiza e pelo leste até Castela e que pelo mar e pelo mar facilmente poderiam ser um ponto de encontro com o resto do globo.

Mas em vez de agarrarmos com as duas mãos essa margem de independência que nos resta e de arrumarmos a casa, deixamos a loucura crescer. Veja-se os projectos literalmente farónicos da Ota e TGV; já se calculou que a remoção da terras na Ota equivaleria a 6 pirâmides de Gizé. A classe política que nos governa - digamos republicana pois que assim se auto identifica o regime - deixou de ter amarras nos sabedores e nos técnicos. O episódio ainda sem desfecho da "espécie de engenheiro" que é primeiro ministro é um epifenómeno disto mesmo. Do modo como a classe politica se desamarrou da classe dirigente: de como a classe dirigente deixou de dirigir seja o que for e de acreditar noutros compromissos excepto os seus proprios interesses; de como o que resta de bom senso, de dedicação e de coragem se vê afastado, querendo ou não querendo, das decisões nacionais. De tudo isto resulta que estamos num momento grave em que os poderosos fazem actos estúpidos e dizem coisas estúpidas, como se estivessem loucos. Porque os deuses os querem perder. Mas somos nós, portugueses, que nos temos que salvar a nós próprios!

Momento Grave!

"Jupiter prius dementat quos perdere vult". Era com este aceno de sabedoria contristada que os Antigos despachavam os poderosos que estavam à beira da queda. No nosso século mais tecnológico falamos de preferência do princípio da entropia, quando a energia dos sistemas não se consegue transformar em trabalho E começa a desordem! Começa a queda!

Algo de semelhante se está a passar em Portugal.

Surpreendentemente, para alguns!" Afinal, somos um país da União Europeia. Nem sequer dos pior classificados em muitos dos rankings que alavancam os Estados da OCDE. Funcionam as garantias do estado de direito e sobre as liberdades não há queixas apreciáveis. Os nossos juristas podem estar muito contentes com o sistema de códigos limpinhos que nos criaram e a indústria florescente de pareceres que alimentam. O sistema eleitoral funciona regularmente e o leque partidário apresenta uma regularidade quase sem paralelo na Europa. 3o anos de democracia sustentada pela "pachorra" dos portugueses em votar quase sempre nos mesmo partidos criaram uma estrutura de fazer inveja a outras classe políticas europeias, sempre em bolandas de mudar de partidos ou de pessoas. Nós não; temos inamovíveis como o major Valentim e a senhora de Felgueiras, liberalmente distribuídos à direita e à esquerda da baixa politica partidária do "centrão".

Somos de facto um país atlântico situado na Europa. E como outros países europeus, partilhamos poderes de governação com a Europa, permitindo que o orçamento seja pilotado de Bruxelas - o que nem é um mal - e que a política externa dependa dos faxes de Washington - o que nem sempre é um bem. Muitas das nossas decisões deixaram de ser soberanas porque o mundo não está virado para aí, para as soberanias puras. Isso não é problema. Fomos independentes 4 séculos antes de se reinventar a palavra soberania. O problema é se sabemos utilizar a independência que nos resta

Isso exige ter a cabeça livre e limpa para tomar decisões esclarecidas e cada vez mais urgentes sobre o nosso futuro imediato. E aí vemos uma crescente entropia, uma crescente loucura e desordem dos políticos republicanos - chamemos-lhe com o nome do regime que temos - acompanhada de uma crescente incapacidade de decidir por nós, de encomendar as soluções aos nossos técnicos e sabedores, de estimular o capitalismo popular baixando impostos para que nasçam empresários nossos a sério e não dependentes de subsídios, de apoiar o enprego dos jovens em vez de os seduzir com a pasmaceira ou de os atirar para a emigração. Temos de aproveitar a sério a independência que ainda temos, e uma das últimas oportunidades que temos é ordenar o país, tornar viável uma série de cidades região que se estendem pelo norte até à Galiza e pelo leste até Castela e que pelo mar e pelo mar facilmente poderiam ser um ponto de encontro com o resto do globo.

Mas em vez de agarrarmos com as duas mãos essa margem de independência que nos resta e de arrumarmos a casa, deixamos a loucura crescer. Veja-se os projectos literalmente farónicos da Ota e TGV; já se calculou que a remoção da terras na Ota equivaleria a 6 pirâmides de Gizé. A classe política que nos governa - digamos republicana pois que assim se auto identifica o regime - deixou de ter amarras nos sabedores e nos técnicos. O episódio ainda sem desfecho da "espécie de engenheiro" que é primeiro ministro é um epifenómeno disto mesmo. Do modo como a classe politica se desamarrou da classe dirigente: de como a classe dirigente deixou de dirigir seja o que for e de acreditar noutros compromissos excepto os seus proprios interesses; de como o que resta de bom senso, de dedicação e de coragem se vê afastado, querendo ou não querendo, das decisões nacionais. De tudo isto resulta que estamos num momento grave em que os poderosos fazem actos estúpidos e dizem coisas estúpidas, como se estivessem loucos. Porque os deuses os querem perder. Mas somos nós, portugueses, que nos temos que salvar a nós próprios!

Saturday, April 14, 2007

Skype this!

Reduzir para 1/3 ou menos a factura telefónica...with my new Cyber phone
Ou muito me engano ou os operadores de telecomunicações lusitanos estão num bom aperto. Já ouviram falar no Skype? E no VoipBuster? E no X-Lite? Pois bem, a ideia é simples: se tem um computador ou um Pocket PC (correndo Windows, Linux ou Mac OS X) esqueça as promoções da PT e dos anões concorrenciais que borboletam queixosos à sua volta. O Voice over IP, VoIP, veio para ficar e vai obrigar a PT e restantes operadores de voz e dados, por esse mundo fora, a baixar drasticamente as suas margens de ganância! Eu, para já, mudei-me para o Skype. E preparo-me para o funeral dos vários terminais e assinaturas que a PT me cobra com razoável indecência, mais as suas tarifas exageradas.
Numa rápida visita aos preçários da Skype e da PT retirei alguns números elucidativos.

Portugal Telecom
mensalidade -- € 15,32
rede fixa (cada min.) -- € 0,050
fixo-móvel (cada min.) -- € 0,300
móvel-outras redes (cada min.) -- € 0,457
Sapo MSG -- gratis apenas entre Sapos MSG! E só com o Windows XP...?!?...

Skype
instalação (download) -- € 0,000
mensalidade -- € 0,000
Ciber Phone K (opcional) -- € 54,99
comunicações entre computadores (cada min.) -- € 0,000
comunicações com telefones fixos e móveis (ver comparação entre os valores standard da PT e os valores da Skype)

Skype Out / Portugal Telecom (preços/min. IVA incl.)

Portugal
rede fixa -- € 0,017 / € 0,050
rede móvel -- € 0,282 / € 0,3000

Skype this!

Reduzir para 1/3 ou menos a factura telefónica...with my new Cyber phone
Ou muito me engano ou os operadores de telecomunicações lusitanos estão num bom aperto. Já ouviram falar no Skype? E no VoipBuster? E no X-Lite? Pois bem, a ideia é simples: se tem um computador ou um Pocket PC (correndo Windows, Linux ou Mac OS X) esqueça as promoções da PT e dos anões concorrenciais que borboletam queixosos à sua volta. O Voice over IP, VoIP, veio para ficar e vai obrigar a PT e restantes operadores de voz e dados, por esse mundo fora, a baixar drasticamente as suas margens de ganância! Eu, para já, mudei-me para o Skype. E preparo-me para o funeral dos vários terminais e assinaturas que a PT me cobra com razoável indecência, mais as suas tarifas exageradas.
Numa rápida visita aos preçários da Skype e da PT retirei alguns números elucidativos.

Portugal Telecom
mensalidade -- € 15,32
rede fixa (cada min.) -- € 0,050
fixo-móvel (cada min.) -- € 0,300
móvel-outras redes (cada min.) -- € 0,457
Sapo MSG -- gratis apenas entre Sapos MSG! E só com o Windows XP...?!?...

Skype
instalação (download) -- € 0,000
mensalidade -- € 0,000
Ciber Phone K (opcional) -- € 54,99
comunicações entre computadores (cada min.) -- € 0,000
comunicações com telefones fixos e móveis (ver comparação entre os valores standard da PT e os valores da Skype)

Skype Out / Portugal Telecom (preços/min. IVA incl.)

Portugal
rede fixa -- € 0,017 / € 0,050
rede móvel -- € 0,282 / € 0,3000

Thursday, April 12, 2007

A tragédia do Iraque

As guerras perdem-se ou ganham-se antes de acabar. Mas a Guerra do Iraque, iniciada a 20 de Março de 2003, estava perdida antes de começar. Baseou-se em princípios errados, foi desencadeada com base em mentiras, foi prosseguida com incompetência, e o resultado actual é a tragédia para toda uma geração.

Em discurso à ONU em Setembro de 1993, Clinton ditou que o alargamento da democracia vinha substituir a contenção do comunismo, de preferência pelo comércio e sem violência. Os republicanos neo-conservadores fizeram o Projecto para um novo século americano, 1995 visando colocar os EUA na plataforma giratória do Médio Oriente. Tudo o que necessitavam era de um catalizador, como foi o 11 de Setembro.

A guerra foi desencadeada contra os princípios do direito internacional. O Iraque nada tinha a ver com o 9/11. Não possuía ADM’s. Não estava ligado à al Qaeda. Mas chicotearam o público até acreditar em tudo. Seria como tirar um doce a uma criança. Bastariam 160.000 militares. Seria auto-financiada com o petróleo. E assim Bush exclamou "Missão Cumprida" em Maio de 2003. Há quase 4 anos!

Depois, veio a incompetência. Paul Bremer mandou para casa um quarto de milhão de Baathistas, a que se juntaram separatistas curdos, milicianos Shiitas, nacionalistas Sunitas, terroristas estrangeiros, jihadistas. Esqueceu-se dos depósitos de munições. Perdeu o "coração e a mente" do povo. Restou a estratégia do atrito.

O optimismo patológico agarrava-se a tudo: o "fim das hostilidades"; a entrega de"soberania"; a captura de Saddam Hussein; a eleição do governo interino; as eleições constituintes; o governo da "unidade"; captura de al Zarqawi. Dizia-se em finais de 2005 que “a revolta estava no fim”; que o povo iraquiano queria liberdade; que a América lutava contra a jihad islâmica global. Mentiras ou ilusões? Pouco importa. A verdade veio ao de cima.

Em vez da construção da nação, o horror. 100 mortos iraquianos por dia e mais de 4000 americanos (militares e civis) abatidos. As forças armadas de EUA só controlam o chão que pisam. “Por cada recruta que matam criam três." E os conscritos economicamente inempregáveis e politicamente impotentes não protestam. Nos EUA, já só se fala em “apoiar as tropas”. Mas Fallujah, Najaf, Abu Ghraib, e Haditha, são sinónimos de massacres, de batalhas sem amanhã, de tortura gratuita.

O governo de maioria shiita está à espera que os mercenários americanos liquidem as milícias sunitas. Estas esperam pelo poder, após a saída dos invasores. O radicalismo islâmico disparou na Jordânia, Arábia Saudita, Egipto e Paquistão. O Irão cresce. E só por razões políticas internas americanas, a guerra ainda não terminou.

A tragédia do Iraque é que não foi alcançado o justo fim – o combate ao terrorismo - e diminuíram os meios - soldados, aliados, dinheiro, legitimidade e vontade. O Ocidente ficou mais exposto devido à mediocridade do "poder americano" e à indecisão do mundo europeu. E enquanto o Ocidente não sair do Iraque não terá as mãos livres e limpas para encontrar o seu lugar no mundo.

A tragédia do Iraque

As guerras perdem-se ou ganham-se antes de acabar. Mas a Guerra do Iraque, iniciada a 20 de Março de 2003, estava perdida antes de começar. Baseou-se em princípios errados, foi desencadeada com base em mentiras, foi prosseguida com incompetência, e o resultado actual é a tragédia para toda uma geração.

Em discurso à ONU em Setembro de 1993, Clinton ditou que o alargamento da democracia vinha substituir a contenção do comunismo, de preferência pelo comércio e sem violência. Os republicanos neo-conservadores fizeram o Projecto para um novo século americano, 1995 visando colocar os EUA na plataforma giratória do Médio Oriente. Tudo o que necessitavam era de um catalizador, como foi o 11 de Setembro.

A guerra foi desencadeada contra os princípios do direito internacional. O Iraque nada tinha a ver com o 9/11. Não possuía ADM’s. Não estava ligado à al Qaeda. Mas chicotearam o público até acreditar em tudo. Seria como tirar um doce a uma criança. Bastariam 160.000 militares. Seria auto-financiada com o petróleo. E assim Bush exclamou "Missão Cumprida" em Maio de 2003. Há quase 4 anos!

Depois, veio a incompetência. Paul Bremer mandou para casa um quarto de milhão de Baathistas, a que se juntaram separatistas curdos, milicianos Shiitas, nacionalistas Sunitas, terroristas estrangeiros, jihadistas. Esqueceu-se dos depósitos de munições. Perdeu o "coração e a mente" do povo. Restou a estratégia do atrito.

O optimismo patológico agarrava-se a tudo: o "fim das hostilidades"; a entrega de"soberania"; a captura de Saddam Hussein; a eleição do governo interino; as eleições constituintes; o governo da "unidade"; captura de al Zarqawi. Dizia-se em finais de 2005 que “a revolta estava no fim”; que o povo iraquiano queria liberdade; que a América lutava contra a jihad islâmica global. Mentiras ou ilusões? Pouco importa. A verdade veio ao de cima.

Em vez da construção da nação, o horror. 100 mortos iraquianos por dia e mais de 4000 americanos (militares e civis) abatidos. As forças armadas de EUA só controlam o chão que pisam. “Por cada recruta que matam criam três." E os conscritos economicamente inempregáveis e politicamente impotentes não protestam. Nos EUA, já só se fala em “apoiar as tropas”. Mas Fallujah, Najaf, Abu Ghraib, e Haditha, são sinónimos de massacres, de batalhas sem amanhã, de tortura gratuita.

O governo de maioria shiita está à espera que os mercenários americanos liquidem as milícias sunitas. Estas esperam pelo poder, após a saída dos invasores. O radicalismo islâmico disparou na Jordânia, Arábia Saudita, Egipto e Paquistão. O Irão cresce. E só por razões políticas internas americanas, a guerra ainda não terminou.

A tragédia do Iraque é que não foi alcançado o justo fim – o combate ao terrorismo - e diminuíram os meios - soldados, aliados, dinheiro, legitimidade e vontade. O Ocidente ficou mais exposto devido à mediocridade do "poder americano" e à indecisão do mundo europeu. E enquanto o Ocidente não sair do Iraque não terá as mãos livres e limpas para encontrar o seu lugar no mundo.

A MENSAGEM


Wednesday, April 11, 2007

Eyes Wide Open









He's dreaming with his eyes open, and those that dream with their eyes open are dangerous, for they do not know when their dreams come to an end.
Hugo Pratt

Eyes Wide Open









He's dreaming with his eyes open, and those that dream with their eyes open are dangerous, for they do not know when their dreams come to an end.
Hugo Pratt

Sunday, April 8, 2007

GAJOS FEDORENTOS



Vão tentar fazer piadas para África!

MAIS UMA VÍTIMA



Eduarda Ferreira, a funcionária da bomba de gasolina de Benavente, assaltada na sexta-feira à noite, foi assassinada por um dos cinco homens do gang com um tiro de caçadeira de canos serrados disparado junto à cabeça.
Para o governo, isto não constitui problema de maior. É só substituir cada português assassinado por um ou dois imigrantes.
Afinal de contas, eles é que dão lucro...
- 556 raptos, sequestros ou tomadas de reféns em 2006. Estes números subiram 26,9% face a 2005.
- 222 roubos a postos de abastecimento de combustível no ano passado. Descida de 0,9% face a 2005.
- 22 crimes de associação criminosa. Aumentaram 37,5% em relação ao ano de 2005.
- 194 homicídios voluntários praticados em 2006. Aumentaram 20,5% face ao ano passado.
- 1204 crimes de posse ou tráfico de armas. Em relação a 2005, representam subida de 31,9%.
- 1547 invasões de propriedade alheia. Aumento de 23,2% face a 2005.

Thursday, April 5, 2007

Portugal, cu da Europa...

Os amigos e protegidos do Rui Marques (Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas), agradecem a hospitalidade dos portugueses.


Um gang de cinco indivíduos armados com três caçadeiras de canos serrados, ou shotguns, assaltaram ontem à noite e no espaço de uma hora dois restaurantes, em Telheiras, Lisboa, e no Cacém, Sintra.

Os assaltantes, referidos como sendo de etnia africana, com idades entre os 15 e 23 anos, actuaram encapuzados e fugiram numa carrinha BMW furtada horas antes na zona de Lisboa. Na altura dos assaltos, o restaurante de Telheiras estava com quatro clientes e o do Cacém com cerca de dez.

"Três entraram armados e com ameaças obrigaram os clientes a sentarem-se no chão e roubaram-lhes as carteiras, dinheiro, telemóveis e blusões de cabedal. Os outros dois roubaram a caixa registadora", disse ao CM o dono de um dos estabelecimentos.

A polícia, que admite que seja um novo grupo de assaltantes que está a emergir, está preocupada com o seu poder de armamento.




Tuesday, April 3, 2007

PNR TEM RAZÃO!


Dois agentes da PSP foram agredidos anteontem de manhã no bairro da Cova da Moura, Amadora, pelo proprietário de um cão de raça pitbull. No momento da detenção, juntaram-se dezenas de moradores e a polícia teve de pedir reforços.

Segundo fonte oficial da PSP, uma equipa de Intervenção Rápida fazia patrulhamento na rua Principal, no bairro Cova da Moura, quando se apercebeu de que um homem passeava um cão de raça pitbull. “O animal não trazia trela nem açaime, obrigatórios por lei”, referiu a mesma fonte.

Os elementos da PSP solicitaram a licença e boletim de vacinas. Face à ausência de documentos, pediram então a identificação ao dono do canídeo. O indivíduo, de 35 anos, recusou identificar-se e atiçou o cão contra os polícias. Em seguida, partiu para a agressão: partiu o dedo a um dos polícias. Entretanto, juntaram-se dezenas de moradores no local, tentando impedir a detenção. Os elementos da PSP tiveram de fazer alguns disparos de intimidação para o ar e o pitbull fugiu. Já a caminho da esquadra, o dono do cão mordeu um outro polícia, que sofreu pequenos ferimentos. O primeiro polícia agredido teve de ser transportado ao Hospital Amadora-Sintra e já teve alta. O dono do cão foi ontem presente a tribunal e saiu em liberdade.


Andam a gozar com o povo português! Até quando?...

Prendam já este perigoso fascista!






A verdade é como o azeite


 
coompax-digital magazine