Thursday, June 29, 2006

Filmes de culto (II)

AS AVENTURAS DE RABI JACOB


Les Aventures de Rabbi Jacob - Gérard Oury - 1973

Tuesday, June 27, 2006

Pós 45


e

a produção de ópio no Afeganistão ameaça aumentar...

Pulhas!

E depois de Bush?

Já nos esquecemos, certamente, que antes de Bush, havia um Bush pai. Como antes dessa mãe velhota e gorda que vês houve uma jovem bonita, de cintura de vêspa que gostou do teu pai.É uma imagem estúpida não é? Deixa lá. Nem todos podemos ser sempre inteligentes e se o fôssemos, mesmo assim não sabíamos se valia a pena... Hei! Anoiteceu!

E depois de Bush? Será o fim dos que querem impôr a democracia e a justiça globais à bomba e à porrada, dos que levam tudo e todos para mentir sobre uma coisa qualquer que até não tinha assim tanta importância para a sua causa, mas que, se calhar, escondia uma mentira ainda mais espantosa de que nem suspeitamos. Lady Di, como morreste..? Blair diz que Deus o julgará. Castro dizia que a História o absolveria. Castro sempre era mais humilde e Deus deu-lhe uma longa vida. Mesmo assim, não sei como vai acabar...

Depois de Bush, será o fim dos auto-convencidos, dos que ficaram sempre drogados, mesmo sem consumirem droga, graças a planos de reabilitação perfeitos. Talvez seja também o fim do abuso de Deus, de falar de Deus para todo o lado, como se fôsse uma conquista da técnica, ou um motivo de orgulho como termos ido à Lua, ou às cataratas do Niagara. Talvez nos lembremos antes de Jesus, do modesto S. Francisco que morreu tão depressa e do bom Frei Vassoura, humilde entre os humildes que levou o cãozito, o gatito e o pardal que partilhavam consigo o seu prato, para o Céu.Ah, e levou também a vassoura para nos varrer a todos, e ao Bush e ao Bin...talvez ouçamos melhor o Profeta, no que disse para resolver o dia-a-dia e em tudo o que não disse mas que se revelará com os tempos, no Sagrado Corão. E talvez o Deus de Israel nos conduza de novo, no silêncio, pelo Mar Vermelho...e descubramos o Buda dourado, escondido na forma do Sol entre as ramagens e ainda o Grande Espírito pairando, mesmo num vale onde já não há apaches a correr, excepto esse que se levanta de repente num cavalo gigantesco, na forma de uma nuvem...

E depois de Bush? Hillary Clinton, Al Gore, Sarkozy, um bom e abençoado descanso com os Conservadores britânicos, cujo General Michael Rose, valente como um soldado das Ilhas brumosas, teve a coragem de dizer “a Guerra no Iraque foi um crime”.

Mas até lá, os espertalhões não deixarão de querer agarrar melhor que o Viagra, de provar que a História é uma cabriola, um passo de artista, um “bonito”, de ficar contentes com que o Mundo arda ainda no Irão, para bem das suas teses e para bem das teses contrárias de outros artistas como eles. Que interessa que o Deco ponha a equipa em causa! O Deco é homem! É que o Mundo sou eu, e o meu peito, o Mundo é a minha desforra. Que se lixe a Morte! Depois não há nada!

E depois de Bush? Talvez um pouco mais de humildade, a começar pela Mulher e Mãe que diz que quer ser igual ( triste desejo!) e que acha que o seu filho deve ser Presidente!
Engraçado...a Senhora Bush, quando o seu filho foi dado como eleito provisoriamente, antes do Supremo tribunal dos EUA obrigar a repetir a contagem na Flórida, limitou-se a dizer: fui mãe de um Presidente por uma hora e estou contente assim. Era uma Grande Senhora.

E depois de Bush?

Já nos esquecemos, certamente, que antes de Bush, havia um Bush pai. Como antes dessa mãe velhota e gorda que vês houve uma jovem bonita, de cintura de vêspa que gostou do teu pai.É uma imagem estúpida não é? Deixa lá. Nem todos podemos ser sempre inteligentes e se o fôssemos, mesmo assim não sabíamos se valia a pena... Hei! Anoiteceu!

E depois de Bush? Será o fim dos que querem impôr a democracia e a justiça globais à bomba e à porrada, dos que levam tudo e todos para mentir sobre uma coisa qualquer que até não tinha assim tanta importância para a sua causa, mas que, se calhar, escondia uma mentira ainda mais espantosa de que nem suspeitamos. Lady Di, como morreste..? Blair diz que Deus o julgará. Castro dizia que a História o absolveria. Castro sempre era mais humilde e Deus deu-lhe uma longa vida. Mesmo assim, não sei como vai acabar...

Depois de Bush, será o fim dos auto-convencidos, dos que ficaram sempre drogados, mesmo sem consumirem droga, graças a planos de reabilitação perfeitos. Talvez seja também o fim do abuso de Deus, de falar de Deus para todo o lado, como se fôsse uma conquista da técnica, ou um motivo de orgulho como termos ido à Lua, ou às cataratas do Niagara. Talvez nos lembremos antes de Jesus, do modesto S. Francisco que morreu tão depressa e do bom Frei Vassoura, humilde entre os humildes que levou o cãozito, o gatito e o pardal que partilhavam consigo o seu prato, para o Céu.Ah, e levou também a vassoura para nos varrer a todos, e ao Bush e ao Bin...talvez ouçamos melhor o Profeta, no que disse para resolver o dia-a-dia e em tudo o que não disse mas que se revelará com os tempos, no Sagrado Corão. E talvez o Deus de Israel nos conduza de novo, no silêncio, pelo Mar Vermelho...e descubramos o Buda dourado, escondido na forma do Sol entre as ramagens e ainda o Grande Espírito pairando, mesmo num vale onde já não há apaches a correr, excepto esse que se levanta de repente num cavalo gigantesco, na forma de uma nuvem...

E depois de Bush? Hillary Clinton, Al Gore, Sarkozy, um bom e abençoado descanso com os Conservadores britânicos, cujo General Michael Rose, valente como um soldado das Ilhas brumosas, teve a coragem de dizer “a Guerra no Iraque foi um crime”.

Mas até lá, os espertalhões não deixarão de querer agarrar melhor que o Viagra, de provar que a História é uma cabriola, um passo de artista, um “bonito”, de ficar contentes com que o Mundo arda ainda no Irão, para bem das suas teses e para bem das teses contrárias de outros artistas como eles. Que interessa que o Deco ponha a equipa em causa! O Deco é homem! É que o Mundo sou eu, e o meu peito, o Mundo é a minha desforra. Que se lixe a Morte! Depois não há nada!

E depois de Bush? Talvez um pouco mais de humildade, a começar pela Mulher e Mãe que diz que quer ser igual ( triste desejo!) e que acha que o seu filho deve ser Presidente!
Engraçado...a Senhora Bush, quando o seu filho foi dado como eleito provisoriamente, antes do Supremo tribunal dos EUA obrigar a repetir a contagem na Flórida, limitou-se a dizer: fui mãe de um Presidente por uma hora e estou contente assim. Era uma Grande Senhora.

Monday, June 26, 2006

Aforismos sobre a Mente, sobre a Guerra e sobre Mona Lisa

Uma decisão é uma concentração, não é uma amputação

Tudo se processa por pequenas ligações e encaixes, depois das expressões nos aturdirem. Assim o coração continua a bater mesmo se estamos inconscientes

A ressaca é a presença constante da Natureza depois das convenções que fazemos. A vertigem é a Natureza em nós, antes de fazermos convenções

O mergulhador não vê, às vezes, que as mais afiadas rochas estão cobertas de corais coloridos e plantas engraçadas. Sim, a Natureza também aborda a rir as coisas mais violentas

Dizemos “é curioso!” e ficamos perplexos só porque nos esquecemos e a falta de memória nos apanhou de surpresa

Descansar numa máxima ou numa ideologia é respectivamente ter uma ressaca pequena e uma ressaca grande como quem julga que ouviu um eco

A Nação é um tesouro de Saber a preservar até ao fim mas pretender que o saber duma Nação é único, ou que é o melhor, é o princípio para uma Nação ser odiada e morrer sózinha

A luta constante, as diferenças entre pessoas de um mesmo Partido ilude-as e fá-las esquecerem-se completamente da diferença que têm com as pessoas sem partido nenhum. Por isso existem os Partidos

Nas ilusões se fazem ideais. E nos ideais, uma droga para os momentos de vazio. Depois vem a prática mesquinha e gera-se o ideal de ser prático que fica com os ideais na mão sem acreditar neles. Possuir passa a ser mais importante que idealizar. Falta-nos então qualquer coisa e a busca de cobrar uma dívida sobre os outros faz-nos perder um crédito sobre todos.

O Terrorismo revelou as fragilidades e as ilusões de sociedades modernas, cada vez mais arriscadas. Porque os Terroristas são tão modernos como nós mas arriscam-se de um outro modo

A Guerra começa por ser uma operação punitiva, de política ou de Defesa. Nasce então um Inimigo que entra na Guerra e se transforma à sua própria custa. Assim a Guerra cria dois Inimigos onde só havia um, porque a Guerra só existe num estado permanente

Três coisas são necessárias para fazer a Guerra: “Dinheiro, Dinheiro e Dinheiro”. Isto aprendeu Napoleão um dia num bordel quando reparou que não tinha a carteira

Num mundo todo feito de Democracias, a Guerra ainda seria mais antiga

Estratégia: um modo de manter a nossa mente afastada do Bom-senso, durante uns tempos e deixar a Providência usar à vontade a nossa mente agitada

Não há nenhuma adivinhação do futuro. Só há Genealogia. Aquilo que é “como se fosse”passa a ser aquilo que é, andemos em que direcção andarmos

No fim saberemos que as ideias que tanto nos ocuparam não passaram de sons para nos camuflarmos. Sim, para nos confundirmos com o meio que nos envolve, enganando os predadores, mesmo que tudo se tivesse passado dentro de uma só cabeça

Não é preciso gastar muito tempo a adivinhar o mistério do Outro. Se o Outro, ao fim de um certo tempo, não se revela, então é porque não é outro. Sou eu próprio

Como podem os Europeus unir-se, se vieram todos a fugir, expulsos da Ásia?

A Política é a arte do segundo movimento. Nada se cria, tudo se transforma. O que se perde, Majestade, não pertence à Política

Buda encontrou uma árvore e sentou-se à sua sombra. Jesus foi crucificado nela. E da sombra se fez Luz...

Não há boa acção que não tenha a acompanhá-la um bom pensamento. Se o Inferno está cheio de boas intenções, o Céu está cheio de Acções falhadas

Entre mim e o Céu, não há nenhuma escada de sins e nãos

Cheguei, vi e venci, César redarguiu . Gaguejei “Vi-Vinci”, e Mona Lisa sorriu

Aforismos sobre a Mente, sobre a Guerra e sobre Mona Lisa

Uma decisão é uma concentração, não é uma amputação

Tudo se processa por pequenas ligações e encaixes, depois das expressões nos aturdirem. Assim o coração continua a bater mesmo se estamos inconscientes

A ressaca é a presença constante da Natureza depois das convenções que fazemos. A vertigem é a Natureza em nós, antes de fazermos convenções

O mergulhador não vê, às vezes, que as mais afiadas rochas estão cobertas de corais coloridos e plantas engraçadas. Sim, a Natureza também aborda a rir as coisas mais violentas

Dizemos “é curioso!” e ficamos perplexos só porque nos esquecemos e a falta de memória nos apanhou de surpresa

Descansar numa máxima ou numa ideologia é respectivamente ter uma ressaca pequena e uma ressaca grande como quem julga que ouviu um eco

A Nação é um tesouro de Saber a preservar até ao fim mas pretender que o saber duma Nação é único, ou que é o melhor, é o princípio para uma Nação ser odiada e morrer sózinha

A luta constante, as diferenças entre pessoas de um mesmo Partido ilude-as e fá-las esquecerem-se completamente da diferença que têm com as pessoas sem partido nenhum. Por isso existem os Partidos

Nas ilusões se fazem ideais. E nos ideais, uma droga para os momentos de vazio. Depois vem a prática mesquinha e gera-se o ideal de ser prático que fica com os ideais na mão sem acreditar neles. Possuir passa a ser mais importante que idealizar. Falta-nos então qualquer coisa e a busca de cobrar uma dívida sobre os outros faz-nos perder um crédito sobre todos.

O Terrorismo revelou as fragilidades e as ilusões de sociedades modernas, cada vez mais arriscadas. Porque os Terroristas são tão modernos como nós mas arriscam-se de um outro modo

A Guerra começa por ser uma operação punitiva, de política ou de Defesa. Nasce então um Inimigo que entra na Guerra e se transforma à sua própria custa. Assim a Guerra cria dois Inimigos onde só havia um, porque a Guerra só existe num estado permanente

Três coisas são necessárias para fazer a Guerra: “Dinheiro, Dinheiro e Dinheiro”. Isto aprendeu Napoleão um dia num bordel quando reparou que não tinha a carteira

Num mundo todo feito de Democracias, a Guerra ainda seria mais antiga

Estratégia: um modo de manter a nossa mente afastada do Bom-senso, durante uns tempos e deixar a Providência usar à vontade a nossa mente agitada

Não há nenhuma adivinhação do futuro. Só há Genealogia. Aquilo que é “como se fosse”passa a ser aquilo que é, andemos em que direcção andarmos

No fim saberemos que as ideias que tanto nos ocuparam não passaram de sons para nos camuflarmos. Sim, para nos confundirmos com o meio que nos envolve, enganando os predadores, mesmo que tudo se tivesse passado dentro de uma só cabeça

Não é preciso gastar muito tempo a adivinhar o mistério do Outro. Se o Outro, ao fim de um certo tempo, não se revela, então é porque não é outro. Sou eu próprio

Como podem os Europeus unir-se, se vieram todos a fugir, expulsos da Ásia?

A Política é a arte do segundo movimento. Nada se cria, tudo se transforma. O que se perde, Majestade, não pertence à Política

Buda encontrou uma árvore e sentou-se à sua sombra. Jesus foi crucificado nela. E da sombra se fez Luz...

Não há boa acção que não tenha a acompanhá-la um bom pensamento. Se o Inferno está cheio de boas intenções, o Céu está cheio de Acções falhadas

Entre mim e o Céu, não há nenhuma escada de sins e nãos

Cheguei, vi e venci, César redarguiu . Gaguejei “Vi-Vinci”, e Mona Lisa sorriu

Friday, June 23, 2006

Iran and Escalation, by André Bandeira

The European Union has offered a package of “sweeteners” to Iran, so that this latter complies with the AEIA injunctions and the UN resolutions, in a word: suspending Uranium enrichment. But does the European Union have a second chance in this diplomatic imbroglio, which began in Paris, in 2003?

It is useful to retain three relevant historical facts: first, the Cold War began in the Northwest of Iran, in 1946, when a Democratic Republic of Azerbaijan, with the support of the Red Army and the conspicuous presence of a powerful soviet General Consulate was proclaimed; second, between 1978 and 1979, it was the first time in the US History that one of its most powerful Diplomatic Representations has been thrashed by the hostagetaking, as never before, of so many American civil servants abroad; third, Persia was the sole Empire of the Antiquity that was conquered or dismantled by the western Powers, and it was the first temporal power to send Christian missionaries to China.

On both sides of the Atlantic, those who still feel inspired by the irrationalism of the Strategist Clausewitz, would say that Diplomacy is the continuation of War by other means, whereas War is just one among other stages of international Politics. Furthermore, those who erected the Principle of Pre-emption, and are now looking for practical criteria for its use, will sooner or later manufacture the reasons that justify a pre-emptive attack. Therefore, do not be surprised in seeing an escalation of Diplomatic devices, even the atomic one, as if the Diplomat was dancing to a military drum.

On the 21st of March, British P-M Blair defended his “interventionist policy” and added that it “would be a mistake to do nothing about Iran’s nuclear programme”. On the 23rd, Supreme Leader Khamenei, offered direct negotiations Teheran/Washington about Iraq ( after a similar statement was made by the long-time Chief negotiator in the AIEA, Ali-Larijani). Germany subscribed a similar proposal on the 5th of April. On the 28th, AIEA Director, El Baradei, meant that Iran would resume its uranium enrichment program in a few days. On the 29th of March, the Security Council gave 30 days to Iran for suspending the uranium enrichment process, which had been resumed soon before. On the 30th, the five veto-holders and the European Union tried, in order to materialize the Declaration, albeit without success, to unite for a wave of sanctions against Iran. Nevertheless, in Geneva, MFA Mottaki declared that three years of negotiations “added to our mistrust”, and, both from Vienna and New York, Teheran’s representatives said the uranium enrichment was irreversible - Iran, which is “allergic to pressures and intimidations”, would never renounce its “inherent right”. On the 31st, the Armed Forces of Iran begun to drill against “any threat”, in the “Great Prophet” exercises. On the 2nd of April, Condi Rice said that “Iran is not Iraq” (MFA, Jack Straw would say the same on the 27th of April, while ruling out the threat of military action, but Blair said, however, that it was not the time to send a message of weakness” - AP 19.04.06). This happened the same day that Iran announced having successfully tested a underwater missile, the Kowsar, able to evade radars. On the 10th of April, the Washington Post said that the Pentagon was studying the options of striking Iranian targets such as the nuclear facilities of Natanz and Ispahan, but Iranian Minister of Defence, Najjaf, while visiting Baku, on the 20th of April, said that the US has been threatening Iran for 27 years”( Reuters, 20.04.06). On the 12th of April (AFP) the newspapers, reformist and conservative alike, in Teheran, announced that Iran had joined the “atomic club”.

On the 25th of April, Al-Larijani said Teheran would suspend its relations with the AIEA, in case it had to suffer sanctions (AFP), President Ahmedinejad said that he was thinking in Teheran leaving the Non-Proliferation Treaty (AP, 07.05.06), or the Supreme Leader Khameni that if the USA invaded Iran (...) their interests around the world would be harmed” (AP, 26.04.06) but it was the military, such as Gen. Safavi, commander-in-chief of the Revolutionary Guards (Reuters, 5.04) and Gen. Firouzabadi (ISNA 12.04) who respectively argued for the right of Iran being recognized as a “regional Power” and for the survivability of Iran's nuclear know-how after any kind of attack. We should take note that it is the Politicians who are using the ambiguity of Diplomacy and the military who are asserting the rhetoric of Iranian geopolitical interests. The threat of attacking Israel as the first consequence of an US attack on Iran, voiced by the Revolutionary Guards, was dismissed by the top-military (Reuters, 04.05.06). On the 28th of April, Iran didn’t comply, after all, with the UN Resolution but the AEIA sent a report which didn’t recommend sanctions.

We know that China, France, Germany and Russia ( Gen. Baluyevsky, in Paris, AFP, 16.05.06) are against a military strike, which remains an option in the US posture. As a matter of fact, this latter is always looming, even when Pr. Bush, during a speech to the Paul H. Nitze School, stressed that “prevention”, in the case of Iran, means “Diplomacy” ( AP 11.04.06), not to mention all the appeasing statements made by Condi Rice.

On the 8th of May, the European Union offered Iran, a sophisticated Reactor but the Iranians refused it anyway, by means of the statement of MFA spokesperson Assefi ( AFP, 16.05.06), to fulfill the pre-requisite of suspending Uranium enrichment.

Then, the USA reiterated by the State Department spokespersons, Ereli and McCormack, respectively on the 11th, and, on the 26th of April, that Teheran had channels of direct communication with Washington (Reuters and AP, respectively the 12.04.06 and 27.04.06). However, when it came the time of Ahmadinejad’s letter, on the 8th of May, proposing “new solutions” to the differences between the two countries, it was dismissed by Condi Rice as not “addressing the issues” ( AP, 09.05.06).

The Defense Intelligence in the USA goes on unveiling clues and striking evidences of an Iranian nuclear Weapons program, as it was the recent case of an Iranian scientist’s laptop containing the drawings of a nuclear missile and the shaft for a concluding experiment. Nevertheless, Washington continues to dismiss the Iranian capability to line up all the centrifuges necessary to enrich uranium up to a weapons-grade level. The same discourse around a “bomb in two years or so” has been there for over a decade. On the other hand, the lethality and veracity attached to the declarations made by Iranian top-leaders is kept boiling up. It seems as if the widening and shortening of prognostics serve a political frame where History has no time, as, once Kosyguine said.

While Blair keeps a more doctrinal and daring rhetoric, one cannot deny that his days as Prime-Minister may well be numbered. On the opposite way, the more appeasing line of the French government may undergo the same fate, giving room to a more American-aligned policy, in Paris, led by Sarkozy, the Interior Minister who keeps benefiting, after all, of all political scandals around his name.

The Strategy of defining a “Clash of Civilizations” didn’t lost its way: the purpose was to define a centre of Gravity in the Adversary and that was Teheran, the “most important challenge” profiled by the US National Security Defense of 2006. And if this is the way, the ways of this Strategy are keeping Teheran in a Defensive posture, under the Damocles sword of a set of options which include “nuclear pre-emption”. While the divisions among the different segments of Teheran’s elites begin to cleave, they try their own chances of competing among themselves, in order to take the initiative and get out of the defensive closet. The EU, which has to square all the close-ins and estrangements between two old acquaintances, Teheran and Washington, shall manage the diplomatic agenda but won´t set it.

The most curious sign of the latest developments which tend to keep a more long-standing agenda out of the anti-war public sight is the fact that, by all means, the USA is engaging with Teheran, and Teheran is breaking its diplomatic isolation. That is why Donald Rumsfeld, an old conservative who has never been a neo-con, declared on the 25th of April, to an internal TV network in the Pentagon, that the USA should “contain” Teheran by means of holding on in Afghanistan and Iraq. Containment was only abandoned during the Cold War, when this latter became inevitable.

In the meantime, Iran is acting both undercover and overtly, be it in Lebanon, Pakistan, and Gaza. Better say instead of “Iran is not Iraq”: Iraq is becoming similar to Iran.

Iran and Escalation, by André Bandeira

The European Union has offered a package of “sweeteners” to Iran, so that this latter complies with the AEIA injunctions and the UN resolutions, in a word: suspending Uranium enrichment. But does the European Union have a second chance in this diplomatic imbroglio, which began in Paris, in 2003?

It is useful to retain three relevant historical facts: first, the Cold War began in the Northwest of Iran, in 1946, when a Democratic Republic of Azerbaijan, with the support of the Red Army and the conspicuous presence of a powerful soviet General Consulate was proclaimed; second, between 1978 and 1979, it was the first time in the US History that one of its most powerful Diplomatic Representations has been thrashed by the hostagetaking, as never before, of so many American civil servants abroad; third, Persia was the sole Empire of the Antiquity that was conquered or dismantled by the western Powers, and it was the first temporal power to send Christian missionaries to China.

On both sides of the Atlantic, those who still feel inspired by the irrationalism of the Strategist Clausewitz, would say that Diplomacy is the continuation of War by other means, whereas War is just one among other stages of international Politics. Furthermore, those who erected the Principle of Pre-emption, and are now looking for practical criteria for its use, will sooner or later manufacture the reasons that justify a pre-emptive attack. Therefore, do not be surprised in seeing an escalation of Diplomatic devices, even the atomic one, as if the Diplomat was dancing to a military drum.

On the 21st of March, British P-M Blair defended his “interventionist policy” and added that it “would be a mistake to do nothing about Iran’s nuclear programme”. On the 23rd, Supreme Leader Khamenei, offered direct negotiations Teheran/Washington about Iraq ( after a similar statement was made by the long-time Chief negotiator in the AIEA, Ali-Larijani). Germany subscribed a similar proposal on the 5th of April. On the 28th, AIEA Director, El Baradei, meant that Iran would resume its uranium enrichment program in a few days. On the 29th of March, the Security Council gave 30 days to Iran for suspending the uranium enrichment process, which had been resumed soon before. On the 30th, the five veto-holders and the European Union tried, in order to materialize the Declaration, albeit without success, to unite for a wave of sanctions against Iran. Nevertheless, in Geneva, MFA Mottaki declared that three years of negotiations “added to our mistrust”, and, both from Vienna and New York, Teheran’s representatives said the uranium enrichment was irreversible - Iran, which is “allergic to pressures and intimidations”, would never renounce its “inherent right”. On the 31st, the Armed Forces of Iran begun to drill against “any threat”, in the “Great Prophet” exercises. On the 2nd of April, Condi Rice said that “Iran is not Iraq” (MFA, Jack Straw would say the same on the 27th of April, while ruling out the threat of military action, but Blair said, however, that it was not the time to send a message of weakness” - AP 19.04.06). This happened the same day that Iran announced having successfully tested a underwater missile, the Kowsar, able to evade radars. On the 10th of April, the Washington Post said that the Pentagon was studying the options of striking Iranian targets such as the nuclear facilities of Natanz and Ispahan, but Iranian Minister of Defence, Najjaf, while visiting Baku, on the 20th of April, said that the US has been threatening Iran for 27 years”( Reuters, 20.04.06). On the 12th of April (AFP) the newspapers, reformist and conservative alike, in Teheran, announced that Iran had joined the “atomic club”.

On the 25th of April, Al-Larijani said Teheran would suspend its relations with the AIEA, in case it had to suffer sanctions (AFP), President Ahmedinejad said that he was thinking in Teheran leaving the Non-Proliferation Treaty (AP, 07.05.06), or the Supreme Leader Khameni that if the USA invaded Iran (...) their interests around the world would be harmed” (AP, 26.04.06) but it was the military, such as Gen. Safavi, commander-in-chief of the Revolutionary Guards (Reuters, 5.04) and Gen. Firouzabadi (ISNA 12.04) who respectively argued for the right of Iran being recognized as a “regional Power” and for the survivability of Iran's nuclear know-how after any kind of attack. We should take note that it is the Politicians who are using the ambiguity of Diplomacy and the military who are asserting the rhetoric of Iranian geopolitical interests. The threat of attacking Israel as the first consequence of an US attack on Iran, voiced by the Revolutionary Guards, was dismissed by the top-military (Reuters, 04.05.06). On the 28th of April, Iran didn’t comply, after all, with the UN Resolution but the AEIA sent a report which didn’t recommend sanctions.

We know that China, France, Germany and Russia ( Gen. Baluyevsky, in Paris, AFP, 16.05.06) are against a military strike, which remains an option in the US posture. As a matter of fact, this latter is always looming, even when Pr. Bush, during a speech to the Paul H. Nitze School, stressed that “prevention”, in the case of Iran, means “Diplomacy” ( AP 11.04.06), not to mention all the appeasing statements made by Condi Rice.

On the 8th of May, the European Union offered Iran, a sophisticated Reactor but the Iranians refused it anyway, by means of the statement of MFA spokesperson Assefi ( AFP, 16.05.06), to fulfill the pre-requisite of suspending Uranium enrichment.

Then, the USA reiterated by the State Department spokespersons, Ereli and McCormack, respectively on the 11th, and, on the 26th of April, that Teheran had channels of direct communication with Washington (Reuters and AP, respectively the 12.04.06 and 27.04.06). However, when it came the time of Ahmadinejad’s letter, on the 8th of May, proposing “new solutions” to the differences between the two countries, it was dismissed by Condi Rice as not “addressing the issues” ( AP, 09.05.06).

The Defense Intelligence in the USA goes on unveiling clues and striking evidences of an Iranian nuclear Weapons program, as it was the recent case of an Iranian scientist’s laptop containing the drawings of a nuclear missile and the shaft for a concluding experiment. Nevertheless, Washington continues to dismiss the Iranian capability to line up all the centrifuges necessary to enrich uranium up to a weapons-grade level. The same discourse around a “bomb in two years or so” has been there for over a decade. On the other hand, the lethality and veracity attached to the declarations made by Iranian top-leaders is kept boiling up. It seems as if the widening and shortening of prognostics serve a political frame where History has no time, as, once Kosyguine said.

While Blair keeps a more doctrinal and daring rhetoric, one cannot deny that his days as Prime-Minister may well be numbered. On the opposite way, the more appeasing line of the French government may undergo the same fate, giving room to a more American-aligned policy, in Paris, led by Sarkozy, the Interior Minister who keeps benefiting, after all, of all political scandals around his name.

The Strategy of defining a “Clash of Civilizations” didn’t lost its way: the purpose was to define a centre of Gravity in the Adversary and that was Teheran, the “most important challenge” profiled by the US National Security Defense of 2006. And if this is the way, the ways of this Strategy are keeping Teheran in a Defensive posture, under the Damocles sword of a set of options which include “nuclear pre-emption”. While the divisions among the different segments of Teheran’s elites begin to cleave, they try their own chances of competing among themselves, in order to take the initiative and get out of the defensive closet. The EU, which has to square all the close-ins and estrangements between two old acquaintances, Teheran and Washington, shall manage the diplomatic agenda but won´t set it.

The most curious sign of the latest developments which tend to keep a more long-standing agenda out of the anti-war public sight is the fact that, by all means, the USA is engaging with Teheran, and Teheran is breaking its diplomatic isolation. That is why Donald Rumsfeld, an old conservative who has never been a neo-con, declared on the 25th of April, to an internal TV network in the Pentagon, that the USA should “contain” Teheran by means of holding on in Afghanistan and Iraq. Containment was only abandoned during the Cold War, when this latter became inevitable.

In the meantime, Iran is acting both undercover and overtly, be it in Lebanon, Pakistan, and Gaza. Better say instead of “Iran is not Iraq”: Iraq is becoming similar to Iran.

Thursday, June 22, 2006

Filmes de culto (I)

Um Violino no Telhado

Fiddler on the Roof - Norman Jewison - 1971

Wednesday, June 21, 2006

Almirante Vermelho e Racista





LUANDA, aos 22 de Dezembro do 1974

Camarada Agostinho Neto

A FNLA e a UNITA insistem na minha substituição por um reaccionário que lhes apare o jogo, o que a concretizar-se seria o desmoronamento do que arquitectamos no sentido de entregar o poder unicamente ao MPLA. Apoiam-se aqueles movimentos fantoches em brancos que pretendem perpetuar o execrando colonialismo e imperialismo português - o tal da Fé e do Império, o que é o mesmo que dizer do Bafio da Sacristia e da Exploração do Papa e dos Plutocratas.

Pretendem essas forças imperialistas contrariar os nossos acordos secretos de Praga, que o camarada Cunhal assinou em nome do PCP, afim de que sob a égide do glorioso PC da URSS possamos estender o comunismo de Tânger ao Cabo e de Lisboa a Washington.

A implantação do MPLA em Angola é vital para apearmos o canalha MOBUTU, lacaio do imperialismo e nos apoderarmos da plataforma do Zaire.

Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, afim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à Terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. O FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e de sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruine toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela.

Saudações revolucionárias
A Vitória é certa

António Alves Rosa Coutinho
Vice-Almirante

Este criminoso racista, responsável por milhares de mortos, ainda anda à solta.

Via Restaurador Alex

TREMAM BARNABÉS!

Monday, June 19, 2006

PADRES: ÀS ARMAS!


Corria o ano de 1998, diversos padres apareciam na revista Visão nº 298 armados de caçadeiras, dizendo que estariam dispostos a matar para se defenderem.

No Fórum Nacional

Artigo 46º


Porque são proíbidas as organizações de "extrema-direita"? Porque sim!

Clarificações aqui.

Palavra ao Abrupto

Contra-arrastão e o espantalho do nazismo nacional


"Passamos do arrastão que nunca houve para o contra-arrastão que sempre houve. O que é o contra-arrastão? É a negação politicamente correcta de que haja problemas de criminalidade violenta e endémica nas grandes concentrações urbanas que têm como actores jovens negros da segunda geração. Dizer isto parece logo racismo, deve motivar o nosso comissário para as minorias étnicas a pedir mais desculpas públicas por se ter nomeado cor ou raça ou condição migrante.

O contra-arrastão que se reforçou pelo descrédito do arrastão é um produto como muitos outros do jornalismo de rebanho, aqui denunciado com veemência porque está do lado errado, quando noutros casos, é saudado como "jornalismo de causas" se está do lado certo (já alguém pediu desculpa aos portugueses pelos 100 mil mortos falsamente anunciados em Timor?). Mas não só: é também um produto de uma forma politizada e radical de um "anti-racismo" patrocinado emblematicamente pelo Bloco de Esquerda e que conheceu outro exemplo absurdo com o alarido comunicacional pelas declarações de um solitário (ou, se se quiser, acompanhado por umas dezenas) extremista "nacionalista revolucionário".

Subitamente, pareceu que a pátria estava em perigo de soçobrar no nazismo, as hordas armadas prefiguradas no legal armamento exibido pelo homem. O absurdo de tudo isto é que ele foi brevemente o preso político que a democracia é suposta não ter, porque o excesso de zelo policial, a roçar a ilegalidade, não se imaginaria nunca para um rapper suburbano que recitasse uma letra racista, como todos já ouvimos sem nunca nos soarem as mesmas campaínhas de alarme pelo apelo à violência que o solitário nazi fez soar pela comunicação social toda."

Artigo de opinião publicado na Revista Sábado, nº 111, de 14 a 21 de Junho.

A propósito do jornal do Bilderberg


O PNR repudia energicamente o terrorismo jornalístico, numa campanha concertada que visa descredibilizar o PNR junto da opinião pública através, nomeadamente, de notícia veiculada hoje no jornal Expresso, que atinge cúmulos de gravidade e calúnia.

Três canções, Por André BAndeira


Estive outro dia rever a Maria Callas, a Dalida e a Barbara. Depois lembrei-me de Luigi Tenco, de Leo Ferré e de Jacques Brel. Começo por Barbara, vítima de ser mulher e não ser bela, a quem os parisienses, finalmente, pela força do seu trabalho e da sua graça lhe fizeram um favor: ser bela. Quando o que ela queria era que reconhecessem que encher a brisa de canções, mesmo quando não se é belo, é tão importante como ver.
Todos sabem a história da Maria Callas, o seu emagrecimento urdido por um marido que a passeava pelos palcos, a paixão ao primeiro encontro por Onassis e o seu fim trágico, quando tocava piano sózinha no apartamento de Paris, imerso em sombra, cheio de fotografias do filho de Onassis, de quem nunca pudera ser mãe. No fim do seu casamento, Onassis gritava-lhe que a única coisa que ela tinha era um apito na garganta.
Lembrei-me de Dalida, saída raivosamente dum subúrbio de Alexandria, jurada a ser famosa apesar do seu estrabismo, que não a impediu de ser Missa França. Depois recordo as suas canções, sobretudo a interpretação dessa laje de túmulo que é a canção de Leo Ferré, Avec le temps. Com perto de cinquenta anos conseguia ter uma beleza fora do vulgar. Mas três dos seus amantes suicidaram-se. Ou só dois. Porque nunca ficou bem apurado o caso de Luigi Tenco.
Tenco, uma das vozes mais brilhantes do seu tempo. De olhar pasmado, parado frente ao mundo quando o percebeu e decidiu, como um garôto de Roma, não apanhar a moeda. Ter-se-ia suicidado depois da sua canção, a meias com Dalida, Ciao, Amore,Ciao, não ter sido apurada para o festival de San Remo. Sabia-se que mantinha, além de Dalida, uma relação com um rapariga mais nova com quem estivera a falar duas horas seguidas antes de morrer. Deixou um bilhete que era um protesto contra o absurdo da Indústria musical em que pedia que tudo ficasse claro quando o Júri apurara “Tu, Io e le Rose” e “la Rivoluzione”, de Lucio Dalla, que estava no quarto ao lado. Dalla diz que, depois de ouvir o tiro, nunca mais foi o mesmo, apesar de nos ter brindado com canções tão bonitas, como Gesù Bambino. Tenco não era de esquerda nem de direita, não era de Dalida, nem de outra qualquer. Havia nele pugno di ferro, cuore di veluto. Queira reformar a canção ligeira em Itália, fazê-la uma forma feliz e desperta de existir na realidade. Tinha uma missão clara, embora sem ambição. Cantou todo o tipo de ritmos e fê-lo sempre com dedicação. Como Elvis “Era alguém. Tinha algo a dizer.Era tudo.”
Ou Ferré, que finalmente morreu em paz nos seus vinhedos no país cátaro, talvez quando ia começar a sorrir ao perceber que a violência do Mundo não é mais forte que a Alma.Finalmente Brel, imagino-o morrendo nos braços da sua havaiana, como Gauguin. Com o corpo esclerosado porque um belga se tem de manter em pé num país plano, como as torres de Bruges e Gand. Fez rir os outros, fê-los descansar o espírito e, no fim, ninguém lhe abriu a porta. Benditos sejam os que nos fazem assobiar. Esta noite, o Vento.

Três canções, Por André BAndeira


Estive outro dia rever a Maria Callas, a Dalida e a Barbara. Depois lembrei-me de Luigi Tenco, de Leo Ferré e de Jacques Brel. Começo por Barbara, vítima de ser mulher e não ser bela, a quem os parisienses, finalmente, pela força do seu trabalho e da sua graça lhe fizeram um favor: ser bela. Quando o que ela queria era que reconhecessem que encher a brisa de canções, mesmo quando não se é belo, é tão importante como ver.
Todos sabem a história da Maria Callas, o seu emagrecimento urdido por um marido que a passeava pelos palcos, a paixão ao primeiro encontro por Onassis e o seu fim trágico, quando tocava piano sózinha no apartamento de Paris, imerso em sombra, cheio de fotografias do filho de Onassis, de quem nunca pudera ser mãe. No fim do seu casamento, Onassis gritava-lhe que a única coisa que ela tinha era um apito na garganta.
Lembrei-me de Dalida, saída raivosamente dum subúrbio de Alexandria, jurada a ser famosa apesar do seu estrabismo, que não a impediu de ser Missa França. Depois recordo as suas canções, sobretudo a interpretação dessa laje de túmulo que é a canção de Leo Ferré, Avec le temps. Com perto de cinquenta anos conseguia ter uma beleza fora do vulgar. Mas três dos seus amantes suicidaram-se. Ou só dois. Porque nunca ficou bem apurado o caso de Luigi Tenco.
Tenco, uma das vozes mais brilhantes do seu tempo. De olhar pasmado, parado frente ao mundo quando o percebeu e decidiu, como um garôto de Roma, não apanhar a moeda. Ter-se-ia suicidado depois da sua canção, a meias com Dalida, Ciao, Amore,Ciao, não ter sido apurada para o festival de San Remo. Sabia-se que mantinha, além de Dalida, uma relação com um rapariga mais nova com quem estivera a falar duas horas seguidas antes de morrer. Deixou um bilhete que era um protesto contra o absurdo da Indústria musical em que pedia que tudo ficasse claro quando o Júri apurara “Tu, Io e le Rose” e “la Rivoluzione”, de Lucio Dalla, que estava no quarto ao lado. Dalla diz que, depois de ouvir o tiro, nunca mais foi o mesmo, apesar de nos ter brindado com canções tão bonitas, como Gesù Bambino. Tenco não era de esquerda nem de direita, não era de Dalida, nem de outra qualquer. Havia nele pugno di ferro, cuore di veluto. Queira reformar a canção ligeira em Itália, fazê-la uma forma feliz e desperta de existir na realidade. Tinha uma missão clara, embora sem ambição. Cantou todo o tipo de ritmos e fê-lo sempre com dedicação. Como Elvis “Era alguém. Tinha algo a dizer.Era tudo.”
Ou Ferré, que finalmente morreu em paz nos seus vinhedos no país cátaro, talvez quando ia começar a sorrir ao perceber que a violência do Mundo não é mais forte que a Alma.Finalmente Brel, imagino-o morrendo nos braços da sua havaiana, como Gauguin. Com o corpo esclerosado porque um belga se tem de manter em pé num país plano, como as torres de Bruges e Gand. Fez rir os outros, fê-los descansar o espírito e, no fim, ninguém lhe abriu a porta. Benditos sejam os que nos fazem assobiar. Esta noite, o Vento.

Saturday, June 17, 2006

Re in esilio

Il caso apparso adesso in giornale lascia pensare il peggio della famiglia reale italiana, appena lasciata entrare in Italia, per una provvidenza legislativa del Governo Berlusconi, l’anno scorso, che ha abolito l’infrazione criminale costituita della semplice entrata di qualcuno membro della famiglia Savoia in territorio italiano. Dopo questo evento, il figlio del principe Savoia, Emanuele Filiberto si è anche sposato à Roma, nella Chiesa della Santa Maria degli Angeli, con l‘attrice natta in Francia, Clotilde, di chi aveva adesso già un figlio, mentre che, recentemente, ne aspettava un altro.

Le notizie coprono di sporcizia tutta la famiglia. Il Principe Savoia, figlio de Re chi ha, di un motto discutibile, perso il referendum della monarchia dopo il fine della Seconda Guerra mondiale e che ha vissuto anche in Portogallo, sarebbe diventato il capo di une rete de bianchimento di soldi, di falsificazione di gioco ed anche di sfruttamento di prostituzione. Per montare questa rete, avrebbe stabilito rapporti con le Mafie casalinghe in Sicilia, e con quella della Europa Orientale, notevolmente della Bulgaria dove avrebbe indirettamente finanziato la propaganda elettorale di Simeone di Bulgaria a scambio di privilegi nell’edificazione di un complesso di ospedali in quello paese.

Non è falso che, molti anni fa, il Savoia ha dovuto risolvere anche problemi con la Giustizia e che in questa rete ci sembrano essere coinvolti personaggi collegati al Governo Berlusconi. Però questo può essere anche una vendetta politica alle spese di una famiglia chi simbolizza l’unità d’Italia. E il fatto che la Giustizia italiana sa gestire anche l’impatto nell’Informazione non chiarisci in niente i dubbi che la sua stessa efficacia solleva.

Non sarebbe la prima volta che un Principe si vedrebbe coinvolto in affari oscuri, com’è stato il caso del marito della Regina di Olanda, neanche qualcosa che il popolo d’Italia non aspettasse di una Dinastia che non ha avuto il tempo per dimostrare la sua completa italianità. In più, une delle cose che difficilmente si può lasciare di applaudire in Mussolini, ossia la sua lotta contro la Mafia, è buono ricordare che è finita, quando il suo compagno De Vecchi, un monarchico, è caduto nelle braccia di una Nobile siciliana. Anzitutto non si può negare i collegamenti della Mafia a tutto il post-Guerra dell’Italia.

In un tempo dove la società deve fronteggiare forze terribili del Crimine organizzato transnazionali e dove si sa il rollo crescente delle Mafie dell’Est europeo, prima di aspettare una risoluzione giudiziale, bisognerebbe sapere in che forma il Savoia è stato coinvolto in una rete così spacciata. Altrimenti non è la famiglia Savoia chi cade nel fango dopo avere fatto i primi passi della riconciliazione. Sarebbe tutta la Storia dell’Italia unita in un tempo dove il crimine organizzato profitta del vuoto seguente alla dissoluzione della URSS e dove i criminali hanno multiple occasioni per profittare senza guardare a una Patria che disprezzano. Ed un’Italia unita è un bene per l’Europa, per il Mediterraneo e per il Mondo.

Re in esilio

Il caso apparso adesso in giornale lascia pensare il peggio della famiglia reale italiana, appena lasciata entrare in Italia, per una provvidenza legislativa del Governo Berlusconi, l’anno scorso, che ha abolito l’infrazione criminale costituita della semplice entrata di qualcuno membro della famiglia Savoia in territorio italiano. Dopo questo evento, il figlio del principe Savoia, Emanuele Filiberto si è anche sposato à Roma, nella Chiesa della Santa Maria degli Angeli, con l‘attrice natta in Francia, Clotilde, di chi aveva adesso già un figlio, mentre che, recentemente, ne aspettava un altro.

Le notizie coprono di sporcizia tutta la famiglia. Il Principe Savoia, figlio de Re chi ha, di un motto discutibile, perso il referendum della monarchia dopo il fine della Seconda Guerra mondiale e che ha vissuto anche in Portogallo, sarebbe diventato il capo di une rete de bianchimento di soldi, di falsificazione di gioco ed anche di sfruttamento di prostituzione. Per montare questa rete, avrebbe stabilito rapporti con le Mafie casalinghe in Sicilia, e con quella della Europa Orientale, notevolmente della Bulgaria dove avrebbe indirettamente finanziato la propaganda elettorale di Simeone di Bulgaria a scambio di privilegi nell’edificazione di un complesso di ospedali in quello paese.

Non è falso che, molti anni fa, il Savoia ha dovuto risolvere anche problemi con la Giustizia e che in questa rete ci sembrano essere coinvolti personaggi collegati al Governo Berlusconi. Però questo può essere anche una vendetta politica alle spese di una famiglia chi simbolizza l’unità d’Italia. E il fatto che la Giustizia italiana sa gestire anche l’impatto nell’Informazione non chiarisci in niente i dubbi che la sua stessa efficacia solleva.

Non sarebbe la prima volta che un Principe si vedrebbe coinvolto in affari oscuri, com’è stato il caso del marito della Regina di Olanda, neanche qualcosa che il popolo d’Italia non aspettasse di una Dinastia che non ha avuto il tempo per dimostrare la sua completa italianità. In più, une delle cose che difficilmente si può lasciare di applaudire in Mussolini, ossia la sua lotta contro la Mafia, è buono ricordare che è finita, quando il suo compagno De Vecchi, un monarchico, è caduto nelle braccia di una Nobile siciliana. Anzitutto non si può negare i collegamenti della Mafia a tutto il post-Guerra dell’Italia.

In un tempo dove la società deve fronteggiare forze terribili del Crimine organizzato transnazionali e dove si sa il rollo crescente delle Mafie dell’Est europeo, prima di aspettare una risoluzione giudiziale, bisognerebbe sapere in che forma il Savoia è stato coinvolto in una rete così spacciata. Altrimenti non è la famiglia Savoia chi cade nel fango dopo avere fatto i primi passi della riconciliazione. Sarebbe tutta la Storia dell’Italia unita in un tempo dove il crimine organizzato profitta del vuoto seguente alla dissoluzione della URSS e dove i criminali hanno multiple occasioni per profittare senza guardare a una Patria che disprezzano. Ed un’Italia unita è un bene per l’Europa, per il Mediterraneo e per il Mondo.

Tuesday, June 13, 2006

Entrevista ao Padre Chico, de Timor

"Os timorenses são mais portugueses que os continentais. O amor por Portugal é muito forte e o culto da bandeira portuguesa ainda se mantém. Em Timor, a bandeira portuguesa é como Deus. Lembro-me do episódio em que, depois da invasão, um capitão indonésio arrastou a bandeira portuguesa pela cidade, até pedir a um timorense que a utilizasse para limpar o seu carro. O timorense respondeu-lhe que a bandeira era sagrada, e mesmo sob ameaça de pistola, preferiu usar a sua camisa para limpar. E, disse-lhe ainda que se quisesse que respeitassem a bandeira indonésia, primeiro teria de respeitar a portuguesa."

Leia o resto AQUI

O Padre Francisco Fernandes nasceu em Lacló — no concelho de Manatuto, 50 km a leste de Dili — onde nasceu a 24 de Maio de 1936. Foi educado no Colégio de Nun’Álvares Pereira, em Soibada por onde passaram pessoas Ramos Horta e a maioria dos irmãos Lopes da Cruz. O Colégio era conhecido como a Coimbra de Timor.


Entrevista ao Padre Chico, de Timor

"Os timorenses são mais portugueses que os continentais. O amor por Portugal é muito forte e o culto da bandeira portuguesa ainda se mantém. Em Timor, a bandeira portuguesa é como Deus. Lembro-me do episódio em que, depois da invasão, um capitão indonésio arrastou a bandeira portuguesa pela cidade, até pedir a um timorense que a utilizasse para limpar o seu carro. O timorense respondeu-lhe que a bandeira era sagrada, e mesmo sob ameaça de pistola, preferiu usar a sua camisa para limpar. E, disse-lhe ainda que se quisesse que respeitassem a bandeira indonésia, primeiro teria de respeitar a portuguesa."

Leia o resto AQUI

O Padre Francisco Fernandes nasceu em Lacló — no concelho de Manatuto, 50 km a leste de Dili — onde nasceu a 24 de Maio de 1936. Foi educado no Colégio de Nun’Álvares Pereira, em Soibada por onde passaram pessoas Ramos Horta e a maioria dos irmãos Lopes da Cruz. O Colégio era conhecido como a Coimbra de Timor.


Ponto de situação

Monday, June 12, 2006

O comando de vários não é bom, haja um chefe único


Procuremos, além das ruínas desta ex-nação, construir o Quinto Império em que reine o princípio - o bem comum esteja acima do bem particular, vigorem a ordem, a hierarquia, a disciplina e seja um só a mandar, porque, como diz Homero pela boca de Ulisses, "o comando de vários não é bom, haja um chefe único".
Viva o Fascismo!

Discurso pronunciado no Porto pelo Prof. António José de Brito no dia 28 de Maio de 2006

Saturday, June 10, 2006

Timor, QED

Declaração do Primeiro-Ministro, 27 de Maio

"Acusam-nos agora de não sabermos governar. Contudo, lembro aqui que as políticas delineadas e seguidas pelo Governo de que me orgulho chefiar têm recebido os mais insuspeitos elogios de toda a comunidade internacional. Destaco apenas a título de exemplo o aplauso sincero que o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, no mês passado e que repetiu agora no dia 25, fez às políticas deste Governo, aqui nesta mesma sala. Será que apenas num mês deixámos de ser um caso de exemplar sucesso, passando a ser um caso de manifesta incapacidade? (...)
Eu, primeiro-ministro de Timor-Leste, mantenho as minhas declarações anteriores. Está em marcha uma tentativa de um golpe de Estado. Contudo, estou confiante que o senhor Presidente da República, com quem tenho mantido contacto, não deixará de respeitar a Constituição da República Democrática de Timor-Leste, que jurou cumprir. E não esquecerá nunca os interesses do povo de Timor-Leste, pelos quais todos lutámos durante 24 anos e milhares de irmãos deram a vida."

Cronologia simples

Timor, QED

Declaração do Primeiro-Ministro, 27 de Maio

"Acusam-nos agora de não sabermos governar. Contudo, lembro aqui que as políticas delineadas e seguidas pelo Governo de que me orgulho chefiar têm recebido os mais insuspeitos elogios de toda a comunidade internacional. Destaco apenas a título de exemplo o aplauso sincero que o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, no mês passado e que repetiu agora no dia 25, fez às políticas deste Governo, aqui nesta mesma sala. Será que apenas num mês deixámos de ser um caso de exemplar sucesso, passando a ser um caso de manifesta incapacidade? (...)
Eu, primeiro-ministro de Timor-Leste, mantenho as minhas declarações anteriores. Está em marcha uma tentativa de um golpe de Estado. Contudo, estou confiante que o senhor Presidente da República, com quem tenho mantido contacto, não deixará de respeitar a Constituição da República Democrática de Timor-Leste, que jurou cumprir. E não esquecerá nunca os interesses do povo de Timor-Leste, pelos quais todos lutámos durante 24 anos e milhares de irmãos deram a vida."

Cronologia simples

Friday, June 9, 2006

Morreu o Condómino da Democracia Global, por André Bandeira

Um dia destes, ocorreu-me uma aflição terrível. E se Zarqaoui tivesse sido uma criação? Não digo que ele não existisse, que não fôsse um jordano, de origem palestina, traumatizado desde a infância por ter crescido em campos de refugiados, regularmente metralhados pelos aviões israelitas, que cresceu apenas com o refresco do ódio, que depois tomou o gosto de matar e sobreviveu, durante algum tempo e êxito, como quem se vicia nesse cálice negro e antigo. Não digo, tão-pouco, que ele tivesse sido exagerado pelos mecanismos psicológicos da Guerra, para se transformar num alvo ou numa bandeira e, depois, ser abatido para pontuar uma vitória, no meio de tantas derrotas.

A criação é muito mais perversa: é a criação do eterno rebelde que determina, pelo lado contrário, o campo de quem está no Poder. A lenda de David, do Robin dos Bosques e dos outros. Ou seja: cria-se o rebelde para cair, depois de fazer um arco luminoso. O rebelde estimula as nossas correrias adolescentes quando devíamos ser mais meditativos, celebra as nossas fanfarronadas e, por fim, tudo acaba num apagada e vil tristeza em que nos encolhemos por não termos sido nós a ser eliminados. É isso: a revolta, a Revolução, a libertação comunista em que os Senhores e os Tiranos morderiam o pó é uma invenção dos próprios Tiranos para perpetuar a saudade de ser rebelde, de querer e poder, que é o lema do Tirano. Porque não vimos, da esquerda para a direita e da direita para a esquerda que Hitler, Estaline e Mao Tsé-Tung eram todos a mesma coisa, não queremos ver hoje que uma Democracia que bombardeia e abusa do seu Poder, é a mesma coisa que uma Ditadura. E Zarqaoui foi criado para ser o outro titular de um condomínio que, como Russos e Americanos, faziam de nós um algarismo, enquanto todos encolhem os ombros dizendo: “É assim...” “Assim...” é a nova forma de dizer sim, ou até de votar.

Morreu o Condómino da Democracia Global, por André Bandeira

Um dia destes, ocorreu-me uma aflição terrível. E se Zarqaoui tivesse sido uma criação? Não digo que ele não existisse, que não fôsse um jordano, de origem palestina, traumatizado desde a infância por ter crescido em campos de refugiados, regularmente metralhados pelos aviões israelitas, que cresceu apenas com o refresco do ódio, que depois tomou o gosto de matar e sobreviveu, durante algum tempo e êxito, como quem se vicia nesse cálice negro e antigo. Não digo, tão-pouco, que ele tivesse sido exagerado pelos mecanismos psicológicos da Guerra, para se transformar num alvo ou numa bandeira e, depois, ser abatido para pontuar uma vitória, no meio de tantas derrotas.

A criação é muito mais perversa: é a criação do eterno rebelde que determina, pelo lado contrário, o campo de quem está no Poder. A lenda de David, do Robin dos Bosques e dos outros. Ou seja: cria-se o rebelde para cair, depois de fazer um arco luminoso. O rebelde estimula as nossas correrias adolescentes quando devíamos ser mais meditativos, celebra as nossas fanfarronadas e, por fim, tudo acaba num apagada e vil tristeza em que nos encolhemos por não termos sido nós a ser eliminados. É isso: a revolta, a Revolução, a libertação comunista em que os Senhores e os Tiranos morderiam o pó é uma invenção dos próprios Tiranos para perpetuar a saudade de ser rebelde, de querer e poder, que é o lema do Tirano. Porque não vimos, da esquerda para a direita e da direita para a esquerda que Hitler, Estaline e Mao Tsé-Tung eram todos a mesma coisa, não queremos ver hoje que uma Democracia que bombardeia e abusa do seu Poder, é a mesma coisa que uma Ditadura. E Zarqaoui foi criado para ser o outro titular de um condomínio que, como Russos e Americanos, faziam de nós um algarismo, enquanto todos encolhem os ombros dizendo: “É assim...” “Assim...” é a nova forma de dizer sim, ou até de votar.

Thursday, June 8, 2006

Gastronomias II



Enchido fumado, de formato cilíndrico, com 15 a 20 cm de comprimento, de cor castanha clara, e é feito com carne do lombo e lombinho de porco, da raça Bísara ou produto de cruzamento desta raça. A carne utilizada é devidamente condimentada com sal, vinho tinto ou branco da região, água, alho, colorau doce e/ou picante e louro. Para o enchimento é utilizada tripa grossa de porco com formato recto. Este enchido tem um sabor agradável, sui generis e aroma fumado.

Gastronomias I


Estes senhores jantam uma vez por semana e fazem a sesta nos restantes seis dias.

Profissões de desgaste rápido


E o nosso "desgaste"? Ter de levar com a Ronalda...
Quem Paga? O Buiça?

Preparar o futuro...



Estarão a pensar em novas e modernas acomodações? Do tipo "Casa do Artista"?

Inédito


Um assunto que foi mal explicado nos media e sobre o qual o sindicalista vermelho, José Manajeiro, mentiu, foi o que verdadeiramente se passou na manifestação dos polícias, com início marcado para o Marquês de Pombal.
Os nacionalistas chegaram ao local antes das 17 horas e desde esse momento, até que começassem a ser difundidas as notícias de que os "polícias quereriam cancelar a marcha" muita coisa se passou, e aqui ficam alguns factos que todos aqueles que estiveram presentes sabem ser a verdade e que importa esclarecer.

- Muitos polícias presentes aproximaram-se dos nacionalistas para agradecer a nossa presença e para apoiar a nossa luta. Aliás a presença dos nacionalistas naquela manifestação foi incentivada pelos próprios agentes, muitos deles com cargos de elevada responsabilidade na hierarquia das forças da ordem.

- A concentração, que alguns dirigentes sindicais diziam hipocritamente "não poder ser aproveitada politicamente", mas que foi acompanhada durante toda a tarde por músicas de antologia comunista, tinha motivos políticos de reclamação por melhores condições para as forças policiais. Ora o PNR é o único partido que, desde sempre, reclama para os polícias o reforço das suas condições de trabalho.

- Outro dos motivos que o SPP evocou para a sua presença na manifestação foi, segundo o seu próprio anúncio, a "perseguição de dirigentes sindicais" devido às declarações consideradas pelo MAI como "xenófobas". O PNR é o único partido político português que se insurge contra essas perseguições políticas, levadas a cabo pelos partidos do sistema e camufladas pelas organizações que fazem parte do mesmo.

- O anúncio do cancelamento da marcha deveu-se à pressão de um sindicalista, que foi fortemente vaiado e assobiado pelos agentes presentes na manifestação. Este afirmou que se estava a passar algo de muito grave, devido à presença de um Partido radical e xenófobo que não respeita a Constituição e que vem manchar a manifestação dos polícias.
Ora bem: graves são as acusações levianas e mentirosas desse sindicalista. O PNR, não respeita a Constituição em quê? Foi ele que decidiu, inteligentemente, que isso assim se passa? Está a chamar incompetente ou desonesto ao Tribunal Constitucional que é a entidade que fiscaliza os partidos?
Grave ainda, é a atitude desde senhor agente, que coloca a sua cor política e sindical à frente dos interesses da classe que diz defender. Mas que grande falta de respeito e de sensibilidade para com as centenas de agentes presentes, muitos dos quais vindos de uma viagem de 400 quilómetros!
Como se isso não bastasse, esse dirigentes sindical esquerdista, levado pela cegueira arriscou-se seriamente a duas coisas: a gerar uma grave cisão nas forças policiais, inviabilizando por completo futuras manifestações e a fazer um imenso favor ao Ministro da Administração Interna, não protestando contra a actuação do governo que ele integra.
Se tal sucedesse, o Ministro António Costa é que iria esfregar as mãos de contente, matando dois coelhos com uma só cajadada: colocava um rótulo de culpa e de antipatia no PNR e evitava a realização de um protesto contra as suas políticas.
Felizmente que outros dirigentes sindicais mais esclarecidos, empenhados e dedicados á causa exigiram a realização da manifestação.
Nesses momentos de forte confusão e desorientação, o esquerdista de serviço, pediu ao megafone que "não se deixassem levar por divisões internas", divisões essas que, curiosamente, só surgiram depois da sua chegada.
Ora, isso é que é manipulação e aproveitamento político, andarem a usar reivindicações legítimas de agentes para auto-promoverem sindicatos alinhados com partidos que são poder, mas nunca fizeram nada pelos agentes policiais. A presença dos nacionalistas do PNR, que exigem mais ordem e segurança e que defendem - e sempre defenderam - os polícias era pois, uma osso duro de roer para esquerdistas de vistas curtas, sectários e discriminadores...
Esses dirigentes sindicais deram prova de uma imensa ingratidão para com um Partido que apoiou a sua luta e desmascararam a sua falsa tolerância ao discriminarem dessa forma tão grosseira, uma força política.

- Contrariamente à mentira proferida pela agente sindicalista José Manajeiro, a marcha não começou após o PNR se ter retirado. Mentira!
A marcha começou por pressão da maioria dos agentes que não alinharam em baixas politiquices.
O PNR só retirou quando os polícias abandonaram o Marquês. O PNR só não acompanhou o desfile por uma questão de carácter e por respeito aos agentes.
O Presidente do PNR, após terem surgido as primeiras situações de possível mal estar veiculadas pela comunicação social (e por esta fortemente instigada e empolada, como estamos também habituados), sempre garantiu que não queria causar qualquer embaraço aos polícias. Se os apoia, obviamente não quer prejudicar. Assim a retirada do PNR foi um pura acto de civismo e respeito. Nada mais que isso!Aliás, a presença dos elementos do PNR, foi, tal como anunciada, muitíssimo discreta, não havendo naturalmente, nem bandeiras, nem faixas, nem palavras de ordem.

- Quanto às conversas privadas tidas entre elementos do PNR e os organizadores da manifestação obviamente que as mesmas não serão reveladas. São privadas! Mas podemos garantir que a posição instigada pelo referido sindicalista não reflecte a opinião nem da maioria dos participantes na manifestação nem dos membros desses sindicatos. E muito menos da generalidade dos agentes das forças policiais, que são quem sente na pele os problemas denunciados pelos nacionalistas e os que têm melhor noção daquilo que verdadeiramente se passa no nosso país.
Eles sabem bem, quem os apoia e quem os hostiliza. Sabem bem, quem os defende e quem os assassina!

Uma última palavra, como não podia deixar de ser, para o senhor Ministro António Costa... É bem verdade que estamos habituados às falsidades e manipulações dos partidos instalados, mas temos que desmascarar essas "incoerências" proferidas publicamente por altos responsáveis do governo.
Então senhor acha que o PNR fez um escândaloso aproveitamento político de uma manifestação? Não lhe convém esse "aproveitamento", certo?
Já reparou que em Portugal há dezenas de manifestações por ano, levadas a cabo por determinadas instituições ou organizações, nas quais se nota a presença de dirigentes de partidos políticos que a estas se associam?
Nada mais normal! É uma luta perfeitamente legítima.
Mas tratando-se do PNR, a coisa muda de figura... Passa a ser uma escandalosa colagem! Haja honestidade e coerência, senhor Ministro António Costa!
Então e se nesta mesma manifestação estivesse um outro partido presente a apoiar, que não o PNR? Haveria este alarido ou seria normal e legítimo?
Haja honestidade e coerência, senhor Ministro António Costa!

Com isto tudo, fica patente que, involuntariamente, o PNR acabou por trazer à luz e desmascarar os dois pesos e duas medidas de governantes, bem como o cinismo de sindicalistas.


Comunicado do Partido Nacional Renovador
Sexta, 09 Junho 2006

Mundial de Futebol

Sobre o Mundial de Futebol, pouco me ocorre dizer. Quanto mais insistirem no globalismo, mais nacionalismo surgirá. O nacionalismo nos pés é uma variante não muito esclarecida, absolutamente emocional, e relativamente inofensiva. Talvez seja melhor assim. Em todo o caso anexo um bom power point sobre tácticas baseado nos estereótipos nacionalistas

Mundial de Futebol

Sobre o Mundial de Futebol, pouco me ocorre dizer. Quanto mais insistirem no globalismo, mais nacionalismo surgirá. O nacionalismo nos pés é uma variante não muito esclarecida, absolutamente emocional, e relativamente inofensiva. Talvez seja melhor assim. Em todo o caso anexo um bom power point sobre tácticas baseado nos estereótipos nacionalistas

Comemoração Nacionalista


O PNR vai comemorar o Dia de Portugal e de Camões.

Não deixe de participar, unindo-se ao PNR, marcando presença na rua em defesa de Portugal e dos Portugueses.

Às 17 horas no Largo de Camões.

Discursos de Emanuel Guerreiro, Nuno Bispo e do Presidente, José Pinto-Coelho.

10 JUNHO


Comemorações do Dia de Portugal e 13.º Encontro Nacional de Combatentes

As cerimónias terão lugar junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Lisboa (Belém) e têm por objectivo comemorar o Dia de Portugal e prestar homenagem àqueles que caíram pela Pátria.

Pretende-se a comparência de todos:

- 10H15: Missa no Mosteiro dos Jerónimos com terno de clarins e coro da GNR;
- 11H15: Concentração junto ao Monumento;
- 12H00: Discurso alusivo pelo Dr. Paulo Teixeira Pinto;
- 12h20: Homenagem aos mortos e deposição de flores;
- 12H45: Hino Nacional tocado pela Banda do Exército e cantado por Rita Guerra;
- 12H50: Passagem de meios aéreos da FAP;
- 13H00: Salto de pára-quedistas;
- 13h15: Almoço-convívio (pode ser adquirido no local).

Pede-se a todos os leitores que não faltem, levem consigo familiares e amigos, e, entretanto, solicita-se a máxima divulgação do evento.

Memórias curtas e o PNR

Foi a confusão total. Já passavam quase 120 minutos da hora marcada para o início do desfile dos agentes das forças de segurança contra a política do Governo quando os organizadores chegaram ao Marquês de Pombal para avisar que, afinal, não ia haver manifestação. Com o argumento de que os agentes da PSP, da GNR, da Polícia Marítima e dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras se recusavam a "desfilar ao lado dos neonazis" (e representantes do Partido Nacional Renovador) que se tinham concentrado naquele local para participar na manifestação.
A decisão dos organizadores da manifestação - a Comissão Coordenadora Permanente de Sindicatos e Associações das Forças e Serviços de Segurança - enfureceu os agentes das várias forças policiais. Os protestos aumentaram de tom, a confusão gerou-se e, de repente, quando menos se esperava, os elementos das forças de segurança passaram por cima da decisão da organização e começaram a desfilar. A Comissão Coordenadora tinha perdido o controlo da situação. E o desfile fez-se, de facto, até ao Terreiro do Paço, onde está instalado o Ministério da Administração Interna. Aí, os agentes exigiram mudanças do sistema de saúde, na aposentação e melhores condições de trabalho.

Agente Ireneu Jesus Gil Diniz


Memórias curtas ou manipulação dos polícias com a ajuda de Comissões Coordenadoras?

-Ameaças de morte contra polícias
-Polícia sequestrado
-Aumentam agressões à PSP
-Marcus atirou 36 vezes para matar os polícias

Quem defende a Polícia?

Tuesday, June 6, 2006

Nacionalistas com os polícias


Os Nacionalistas entendem que as forças da ordem e segurança, são um dos pilares fundamentais de uma Nação. São elas que garantem a soberania, a autoridade e a segurança das pessoas e do Estado.
Não é por isso, concebível, que esse mesmo Estado as mal trate, despreze e desautorize.
É entendimento do PNR, que as forças policiais, em Portugal, estão desde há longos anos, desprovidas da sua legítima autoridade e dignidade. Estão a ser mal utilizadas e manietadas no verdadeiro cumprimento do seu dever.
Como se tal não bastasse, e face a uma criminalidade e insegurança crescentes - fruto da invasão imigrante descontrolada - ainda se reduzem as condições de trabalho e de estabilidade para os agentes da autoridade.
-Porque o PNR reclama que os polícias sejam utilizados para o seu fim próprio e não na caça à multa ou em funções administrativas;
-Porque o PNR exige que se devolva a justa autoridade aos polícias no exercício das suas funções;
-Porque o PNR defende que se criem as condições e meios de trabalho dignos para esta profissão de risco e desgaste rápido;
Estaremos presentes - oficialmente representados e identificados - na manifestação de polícias do próximo dia 7 de Junho.

Comissão Política Nacional
30 de Maio de 2006

Iraque, uma foto mil palavras

Iraque, uma foto mil palavras

Monday, June 5, 2006

Na morte de Raúl Indipwo, por André Bandeira

Quem diria, Raúl, que ias morrer de uma pneumonia? Talvez porque o cantor e o poeta, vivem no vento, talvez porque os seus pulmões filtram o ar do mundo, como num canto tibetano, absorvendo tudo o que é pesado e escuro e expelindo o sol, o céu azul da madrugada. Por isso, passeiam na sombra da noite onde tu, vestido de branco, parecias um príncepe antigo, fantasma sorridente e benfazejo, dum tempo mais doce, feito de Sol e Esperança. Fico no muro da minha infância, a cantar o “Maria Rita”. Sim, ter amigos é fortuna, mesmo quando só nos resta a amizade de Jesus e Nossa Senhora e o véu de dúvidas que nos separam deles. Tu e o Milo MacMahon ensinaram-nos também que os Homens fizeram um acordo final, acabar com a guerra, viver em amor. Sabias que andaste, com isso, a espalhar o Evangelho sem latins, quando os sons que zuniam nos ouvidos dos jovens já eram muito psicadélicos, para te tolerarem e os snobs do S. Carlos obviamente te ignoravam? Pois eu ainda assobio as vossas canções e vou lembrar o teu rosto sorridente, de quem, de noite, absorveu o fel dos portugueses e o trazia talvez ajoelhado sobre o peito, tu que não escolheste ser, ou angolano ou português, e que também me ensinaste Lisboa, porque escolheste não ser ou Europa ou África com o teu rosto sempre jovem, com qualquer coisa - digo isto porque está de moda, até deixar de estar - de timorense. A tua juventude tinha um segredo: lutares sempre, ajudares a gente de África com a Fundação Ouro Negro, como quando desde pequeno, em Angola, desenhavas sobre tudo o que, então, aparecia. Um cartão, uma tampa de caixa de sapatos...
Espero que se lembrem agora de Artur Garcia, de António Calvário, de João Maria Tudela e de outros que também nos fizeram cantar ou assobiar, agora que um tipo assobiar lhe pode valer uma facada, ou um despedimento. Talvez para nos lembraramos, enquanto ainda estão vivos, dos ídolos de pés de barro que não pretendiam fazer política e que, quando a sorte mudou, sempre se souberam comportar com uma doce dignidade.

Na morte de Raúl Indipwo, por André Bandeira

Quem diria, Raúl, que ias morrer de uma pneumonia? Talvez porque o cantor e o poeta, vivem no vento, talvez porque os seus pulmões filtram o ar do mundo, como num canto tibetano, absorvendo tudo o que é pesado e escuro e expelindo o sol, o céu azul da madrugada. Por isso, passeiam na sombra da noite onde tu, vestido de branco, parecias um príncepe antigo, fantasma sorridente e benfazejo, dum tempo mais doce, feito de Sol e Esperança. Fico no muro da minha infância, a cantar o “Maria Rita”. Sim, ter amigos é fortuna, mesmo quando só nos resta a amizade de Jesus e Nossa Senhora e o véu de dúvidas que nos separam deles. Tu e o Milo MacMahon ensinaram-nos também que os Homens fizeram um acordo final, acabar com a guerra, viver em amor. Sabias que andaste, com isso, a espalhar o Evangelho sem latins, quando os sons que zuniam nos ouvidos dos jovens já eram muito psicadélicos, para te tolerarem e os snobs do S. Carlos obviamente te ignoravam? Pois eu ainda assobio as vossas canções e vou lembrar o teu rosto sorridente, de quem, de noite, absorveu o fel dos portugueses e o trazia talvez ajoelhado sobre o peito, tu que não escolheste ser, ou angolano ou português, e que também me ensinaste Lisboa, porque escolheste não ser ou Europa ou África com o teu rosto sempre jovem, com qualquer coisa - digo isto porque está de moda, até deixar de estar - de timorense. A tua juventude tinha um segredo: lutares sempre, ajudares a gente de África com a Fundação Ouro Negro, como quando desde pequeno, em Angola, desenhavas sobre tudo o que, então, aparecia. Um cartão, uma tampa de caixa de sapatos...
Espero que se lembrem agora de Artur Garcia, de António Calvário, de João Maria Tudela e de outros que também nos fizeram cantar ou assobiar, agora que um tipo assobiar lhe pode valer uma facada, ou um despedimento. Talvez para nos lembraramos, enquanto ainda estão vivos, dos ídolos de pés de barro que não pretendiam fazer política e que, quando a sorte mudou, sempre se souberam comportar com uma doce dignidade.

Friday, June 2, 2006

Casa mais grande?

Nacional Socialismo

O Império Turístico De Hitler

Para saber mais, dentro do possível:
Canal Odisseia - sábado, 3 de Junho de 2006
04.00
13.00

Síntese noticiosa II, por André Bandeira

Podia-se passar na 24 de Julho e foi em 8 de Junho de 2005. Foi filmado, o que é bom e é engraçado, embora o que se vê seja horrendo. Em Stratford, Inglaterra, Griffiths, de 19 anos fala e ri-se com Pollen, de 20. Estão encostados a um suporte de bicicletas, fazendo um espaço estreito como se estivessem num bar. A madrugada é cálida, falam das férias e de uma festa de anos de um deles. Ao fundo da rua aproximam-se Sullivan, de 16 e Onokah, de 24, em passo descontraído, sorrindo, em conversa amena...

De repente, Onokah arranca para trás de Griffiths, Sullivan prega-lhe um murro, em travelling, que lhe parte o maxilar e Onokah torce o braço a Pollen, que baixa a cabeça, enquanto Sullivan se baixa, frente a ele, para o encarar e ditar-lhe a sentença de morte, desferindo duas navalhadas de baixo para cima que lhe atingem o coração. Volta ainda atrás e espeta-lhe quatro navalhadas no flanco. Depois metem-se num carro, desses utilitários azuis a parecerem desportivos e arrancam. A noite paira. Pollen cai no chão e morre, Onokah tenta perseguir Grifiths que foge. Um ano depois foram condenados, mas não por assassínio e por motivos que a Polícia britânica considera obscuros.

Dois homens matam um outro, como um cão. Sempre se passou. Surgem várias explicações da qual a que mais gosto é a da “cultura da navalha”, em Inglaterra. E digo: cuidado. O rosto, jovem que vês na rua, no metro, e que te observa há anos, nos bares, na rua, nas avenidas amenas de Verão, o rosto que envelhece a olhar-te desde o fundo dos tempos, o rosto do retrato famoso, estão apenas a saborear-te. Quando o medo e o almíscar atingirem o seu ponto de rebuçado, o rosto expectante pronunciará alguma sentença rude de quem tem dificuldades a pensar e espetar-te-á o espigão do medo e da rejeição, várias vezes até o deixares de olhar. Por isso arma-te, com o que souberes, a começar pelo desprezo pela condição humana que não é engraçada. Despreza os jovens e despreza os velhos, mas despreza acima de tudo o rosto expectante que te observa, despreza-te a ti próprio, não tenhas pena. O náufrago do deserto cobre o rosto, quem olha o céu, cobre os olhos. Triste e amarga é a existência humana se esperas nela. Se te for possível, vive longe do Mundo. Se não te for possível, esconde um jardim do paraíso no teu pensamento. Poderás visitá-lo em sonhos, e ele te visitará a ti, poderás a certa altura sonhar acordado. Os teus olhos não foram feitos para serem furados, mas para iluminarem o mundo. O Bom não olha nos olhos de ninguém, ilumina-o todo com o olhar.

Dedico isto ao adolescente Keynan, que morreu num metro de Londres, ao intervir corajosamente numa luta, levando uma navalhada no estômago pela qual sangrou até à morte. As suas últimas palavras foram: ‘não me deixem morrer”. E nós deixámos.

Síntese noticiosa II, por André Bandeira

Podia-se passar na 24 de Julho e foi em 8 de Junho de 2005. Foi filmado, o que é bom e é engraçado, embora o que se vê seja horrendo. Em Stratford, Inglaterra, Griffiths, de 19 anos fala e ri-se com Pollen, de 20. Estão encostados a um suporte de bicicletas, fazendo um espaço estreito como se estivessem num bar. A madrugada é cálida, falam das férias e de uma festa de anos de um deles. Ao fundo da rua aproximam-se Sullivan, de 16 e Onokah, de 24, em passo descontraído, sorrindo, em conversa amena...

De repente, Onokah arranca para trás de Griffiths, Sullivan prega-lhe um murro, em travelling, que lhe parte o maxilar e Onokah torce o braço a Pollen, que baixa a cabeça, enquanto Sullivan se baixa, frente a ele, para o encarar e ditar-lhe a sentença de morte, desferindo duas navalhadas de baixo para cima que lhe atingem o coração. Volta ainda atrás e espeta-lhe quatro navalhadas no flanco. Depois metem-se num carro, desses utilitários azuis a parecerem desportivos e arrancam. A noite paira. Pollen cai no chão e morre, Onokah tenta perseguir Grifiths que foge. Um ano depois foram condenados, mas não por assassínio e por motivos que a Polícia britânica considera obscuros.

Dois homens matam um outro, como um cão. Sempre se passou. Surgem várias explicações da qual a que mais gosto é a da “cultura da navalha”, em Inglaterra. E digo: cuidado. O rosto, jovem que vês na rua, no metro, e que te observa há anos, nos bares, na rua, nas avenidas amenas de Verão, o rosto que envelhece a olhar-te desde o fundo dos tempos, o rosto do retrato famoso, estão apenas a saborear-te. Quando o medo e o almíscar atingirem o seu ponto de rebuçado, o rosto expectante pronunciará alguma sentença rude de quem tem dificuldades a pensar e espetar-te-á o espigão do medo e da rejeição, várias vezes até o deixares de olhar. Por isso arma-te, com o que souberes, a começar pelo desprezo pela condição humana que não é engraçada. Despreza os jovens e despreza os velhos, mas despreza acima de tudo o rosto expectante que te observa, despreza-te a ti próprio, não tenhas pena. O náufrago do deserto cobre o rosto, quem olha o céu, cobre os olhos. Triste e amarga é a existência humana se esperas nela. Se te for possível, vive longe do Mundo. Se não te for possível, esconde um jardim do paraíso no teu pensamento. Poderás visitá-lo em sonhos, e ele te visitará a ti, poderás a certa altura sonhar acordado. Os teus olhos não foram feitos para serem furados, mas para iluminarem o mundo. O Bom não olha nos olhos de ninguém, ilumina-o todo com o olhar.

Dedico isto ao adolescente Keynan, que morreu num metro de Londres, ao intervir corajosamente numa luta, levando uma navalhada no estômago pela qual sangrou até à morte. As suas últimas palavras foram: ‘não me deixem morrer”. E nós deixámos.
 
coompax-digital magazine